Endireita-te
Rémi Courgeon
Adjoa vive em Djougou e lá as meninas são ensinadas a andar direitas para crescerem e a levar coisas na cabeça. Água, milho, gasolina, lenha, problemas, segredos… tudo tem lugar na cabeça das mulheres. Por vezes, o que carregam na cabeça pode mudar-lhes a vida. Endireita-te é um livro infantil escrito de forma poética, com uma temática curiosamente pesada e interessante. Aqui conhecemos a história de Adjoa e das meninas como ela, do seu trabalho incansável das suas dores e pesos. E ainda assim este é um livro sobre esperança e amor. Uma obra muito interessante para as crianças leram sozinhas e ainda mais interessante para ser trabalhada com elas. Muito, muito bonito. Recomendado.
Nós somos refugiadas
Malala Yousafzai
Malala Yousafzai nasceu a 12 de julho de 1997 em Mingora, no Paquistão. Cedo se tornou uma voz activa pelo direito das meninas paquistanesas à educação, o que a tornou também um alvo. Em Outubro de 2012, quando tinha 15 anos, foi baleada no rosto por um talibã. Tornou-se, ainda mais, uma voz ativa pelos direitos das meninas e mulheres, em particular o direito à educação e tornou-se na mais jovem vencedora do Prémio Nobel da Paz, em 2014. No livro Nós somos refugiadas Malala conta novamente a sua história, mas também nos apresenta a história de diversas outras mulheres e meninas que, como ela, são refugiadas. Este é um livro de não-ficção, e talvez isso seja o que lhe dá ainda mais peso. Alguém que, como a maioria de nós, nunca teve de deixar toda a sua vida para trás e fugir para um país estrangeiro, que nunca sentiu o desespero de temer pela vida a cada instante que passa, tem uma certa sensação de irrealidade ao ler estas histórias. Soam-nos estranhas, ficticias. Mas a verdade é que são reais, e isso deixa o leitor com um aperto no peito e uma dor na alma que dificilmente se esquecem. As histórias destas mulheres são histórias duras, mas também que revelam uma profunda coragem e esperança. São histórias que nos mostram que somos capazes de tudo para sobreviver, que a determinação humana pode ir muito além do que esperamos. Depois de tudo o que passaram, estas refugiadas ainda têm a vontade de marcar a diferença, de fazer história e de lutar contra os poderes que lhes mudaram a vida. E isso é impressionante. Muito recomendado! 5*
Ratos e Homens
John Steinbeck
John Steinbeck nasceu a 27 de fevereiro de 1902 na Califórnia e faleceu a 20 de dezembro de 1968 em Nova Iorque. Foi o vencedor do Prémio Nobel de Literatura em 1962, sendo as suas obras mais conhecidas As vinhas da ira e A leste do paraíso. George e Lennie são trabalhadores do campo, que viajam de herdade para herdade sem nunca alcançarem nada de seu. O seu sonho é um dia conseguirem juntar dinheiro suficiente para comprar um pequeno terreno, onde possam ter as suas próprias colheitas e animais e ser os seus próprios patrões. George sabe o que é preciso fazer e sabe como ensinar Lennie a fazê-lo. Mas Lennie tem um problema. Na verdade, ele tem uma clara deficiência mental, que aliada à sua extraordinária força fisíca tem tendência para metê-los (a ambos) em problemas. Irão os dois amigos alguma vez conseguir realizar o seu sonho? Há muita coisa que define um bom escritor. Ter uma boa história é uma. Escrever bem, é outra. Um bom tema, um bom desenvolvimento… A verdade é que há muitos bons escritores. Mas poucos conseguem realmente fazer o que Steinbeck faz neste livro. É uma obra que não passa de uma curta novela, com pouco mais de 100 páginas. Nunca pensei, quando comecei a lê-lo, que chegasse a este nível. Muitos, teriam de escrever 500 páginas para conseguir algo assim. Ele não. Ratos e homens é uma história dura, sobre a vida dura dos trabalhadores durante a Grande Depressão. É um livro que se devora, uma leitura fluída mas muito pesada, uma daquelas histórias que deixa o leitor com o estômago revirado. O final é algo que nos choca, nos incapacita, nos aniquila. Relembra-nos a fragilidade da condição humana, fala-nos de boas e más decisões, de ter ou não a possibilidade de mudar o nosso destino. É uma dor sem igual, um livro que nos faz sofrer. Por um momento temos esperança. Depois, acabou-se. Impressionante, marcante, brilhante. Muito recomendado!
Greve
Catarina Sobral
Um dia os pontos decidiram fazer greve. Pontos? Quais pontos? Todos, ora pois. Os pontos finais, os pontos das reticências, os pontos dos i’s, os pontos cardeais, os pontos matemáticos, os pontos dos actores e dos jornalistas, as horas em ponto, até os pontos que se dão nos hospitais vejam só! Claro está que o mundo ficou em polvorosa! Ninguém se entendia! Afinal, o que é uma greve? O que acontece quando um sector da sociedade faz greve? É isto que este livro, escrito de forma tão divertida, pretende ajudar a explicar aos mais novos. Com excelentes ilustrações onde o texto se integra de forma exemplar, é um livro engraçado de ler e instrutivo, diferente e útil. Também um óptimo livro para ser trabalhado por um adulto com a criança. Recomendado. 4*
A árvore que paria meninos
Marco Taylor
Rodrigo nunca pensou muito no facto de não ter um pai. Mas quando um amigo lhe chama, num momento de raiva, Bastardo, a criança fica a pensar naquilo. Afinal, porque é que Rodrigo não tem um pai? É essa a pergunta que o menino vai fazer à avó, que lhe conta então a história da árvore que paria meninos… Nem todas as famílias são iguais e nem todos os meninos têm pais. Mas será isso assim tão importante? Este livro pouco conhecido, que nos soa quase a conto tradicional, relembra-nos que mais do que ver aquilo que não temos devemos valorizar o que temos. Rodrigo não tinha pai, mas tinha uma mãe que o queria tanto que foi capaz de chegar à árvore que paria meninos. Livro recomendado! 5*
Por amor a mim
Eric Many
Por amor à Menina, o Elefante fazia tudo. Podia atravessar um precipício numa teia de aranha, subir ao Empire State Building ou fazer o pino durante dez horas. Tudo. Mas… será que a Menina também fazia tudo pelo seu Elefante? E como será a reacção do Elefante, se isso não acontecer? Brilhante, comovente, doloroso, este é um livro para falar às crianças sobre o amor, sobre como o amor é um caminho de duas vias e sobre a importância do amor próprio. Uma história simples, com ilustrações simples, mas que conjugadas com o peso desta mensagem transformam este livro num dos melhores livros infantis que vi nos últimos tempos. Verdadeiramente único. 5*, livro preferido!
As velas ardem até ao fim
Sándor Márai
Sándor Márai nasceu a 11 de abril de 1900 em Kosice na Eslováquia e faleceu a 21 de fevereiro de 1989 na Califórnia. Apesar de ter alcançado um enorme sucesso, devido a questões politicas a sua obra esteve proibida na Hungria durante algum tempo. Um era rico, o outro pobre. Conheceram-se na escola e tornaram-se os melhores amigos, uma daquelas amizades raras e difíceis de encontrar. Mas então algo doloroso acontece e os dois homens desta história afastam-se e não se vêem durante quarenta e um anos. Quando se voltam a reencontrar, no palácio do homem rico, há antigas perguntas que ainda estão por fazer. Eles já não são o que eram, o palácio já não é o que era. E a amizade? Será que ainda existe? Poderá uma amizade sobreviver a algo assim? Falaram-me imenso deste livro antes de eu o decidir ler. Talvez por isso as minhas expectativas estivessem demasiado altas. A verdade é que é um bom livro: tem uma boa história, segredos que vamos descobrindo na altura certa, uma mulher misteriosa, uma amizade inquebrável mas que afinal… quebra! Os cenários deste livro, as descrições, o palácio, é o que ele tem de mais belo, sem sombra de dúvida. Mas isso leva a descrições longas que eu admito, não adoro. Traz-nos, também, alguns importantes e humanos dilemas. O amor, a amizade, a passagem do tempo, a velhice. Os caminhos que escolhemos seguir são sempre uma faca de dois gumes. E se não tivesse sido assim? As personagens estão bem criadas, sobretudo os dois homens que estão no centro da acção. É uma história calma, que conhecemos através de recordações. Recomendado! 3*
O irmão da menina que nos conta esta história um dia meteu na cabeça que queria ser (e era) invísivel. E porquê? Porque as crianças invísiveis vêem muito mais coisas (e mais interessantes) do que as crianças que não o são, pois claro. O que será que este rapaz viu de tão interessante? Um livro bem escrito e bem construído, que nos vem mais uma vez provar que os bons livros infantis de hoje em dia já são muitas vezes mais do que um simples livro. A história não nos traz nada de excepcional, mas a ilustração marca pela diferença. Aqui o pequeno leitor tem a possibilidade de ver o livro sob o olhar da irmã do rapaz, que nos conta a história, ou de colocar os óculos que o livro traz e ver todas as coisas que este rapaz invísivel viu. Curioso, diferente, e um livro que promete ser um óptimo entretenimento para os pequenos leitores! Recomendado! 4*
A quinta dos animais
George Orwell

Nós já falamos sobre a obra A Quinta dos Animais neste post. Mas a edição que lemos na altura foi uma edição perfeitamente normal, da Antígona. Entretanto, George Orwell entrou em dominio público recentemente, o que quer dizer que agora qualquer editora pode publicar as suas obras sem ter para isso de comprar os diretos de autor. Tal mudança levou a um Buumm de edições das obras do autor. Agora, há edições e adaptações para todos os gostos e eu, enquanto bibliotecária, tenho visto muitas passarem-me pelas mãos. No entanto, nenhuma como esta que aqui vos trago. Podem acreditar que se esta edição não fosse realmente única e especial eu não me daria ao trabalho de vir falar dela aqui no blog, até porque é uma obra de que já falei. Em A Quinta dos Animais conhecemos a Quinta do Infantado, uma quinta normal, governada por homens, até ao dia em que os animais se revoltam e tomam para si o poder. De início, tudo parece encaminho numa relação de amizade e igualdade, mas esse início dura pouco e uns animais começam a ser mais animais que outros. Mascarada de fábula, esta obra que é já um dos grandes clássicos da literatura mundial, fala-nos sobre nós próprios enquanto humanos, a nossa relação com o poder e a nossa sociedade. Uma história que tem chocado e impressionado gerações e que recomendo a todos! Agora, a edição em si. O que tem assim de tão especial? Primeiro é uma edição de capa dura, com ilustrações incríveis do início ao fim, que representam magnificamente a história do livro. O ilustrador está claramente de parabéns. Depois, e (admito) apesar de eu às vezes não ser a maior fã das traduções da Cavalo de Ferro, esta tradução também está muito boa! Conseguiram tornar o texto mais coerente do que vi já em várias outras edições sem desvirtuar a história. As ilustrações e a história encaixam excepcionalmente e percebe-se que foi um trabalho de equipa. Por fim mas não menos importante, estas edições ilustradas e de capa dura que tem surgido das obras de alguns autores nos últimos tempos, por vezes pecam pela acessibilidade do livro. Ou as letras são muito pequenas e não dá para ler, ou estão misturadas com as cores das ilustrações e dificulta a leitura. Por vezes é o livro que é demasiado “apertado” e é preciso forçar para o manter aberto, outras é extremamente pesado ou grande… aqui não! Aqui temos um livro de dimensão normal, com um peso aceitável para o que é e que se abre e mantém facilmente aberto, sem o leitor se ver obrigado a forçar o livro e sem causar danos ou vincos. Se a obra de Orwell só por si já é excelente esta edição melhora-a e exponência-a imenso, tornando a leitura num acto mais dinâmico, chamando a atenção do leitor a pormenores que de outra forma são pouco relevantes para muitos e, atrevo-me a dizer, conquistando ainda mais leitores. Livro MUITO recomendado! 500*!
Os bebés de Auschwitz
Wendy Holden
Wendy Holden nasceu em 1961 no Reino Unido. É autora de mais de 30 livros, jornalista e ex-correspondente de guerra. Em Os Bebés de Auschwitz conhecemos Priska, Rachel e Anka, três mulheres que passaram por uma gravidez nos campos de concentração nazis. Afastadas dos maridos, depois de terem perdido tudo o que conheciam, estas três mulheres deram por si sozinhas e esfomeadas no pior cenário possível e ainda assim cheias de força para lutar pela única coisa que lhes restava: os filhos. Eu já tinha lido os Bebés de Auschwitz há uns anos, logo no início do blog, e admito que não gostei. A escrita não me atraiu, a história não me conquistou e acho que nem acabei o livro dessa vez. Mas como tudo muda, nós também mudamos. Reencontrei-o por acaso e decidi dar-lhe uma nova oportunidade. Continua a não ser um dos meus livros preferidos dentro do tema da segunda grande guerra mundial. Mas agora, até gostei um pouco. Não é um “livro literário”, é um livro que relata factos verídicos e isso foi algo que me afastou bastante dessa primeira vez. Agora, isso acabou por torná-lo mais interessante para mim, principalmente pelo facto de a história sem completada por fotografias. A escrita é fluída e directa. São factos e mais factos. São histórias impressionantes, e a força que estas mulheres tiveram para seguir em frente é marcante. Recomendado. 3*
Capitão Rosalie
Timothée de Fombelle

Rosalie tem cinco anos e como já é demasiado crescida para a ama, a mãe deixa-a na escola todos os dias, onde o professor prometeu tomar conta dela e deixá-la ficar no fundo da sala, a fazer desenhos. Chega à escola antes de todos os outros e quando a mãe a vai buscar já todos os outros saíram. O pai está longe, a lutar na guerra, e escreve a Rosalie e à mãe longas e bonitas cartas com planos para o futuro… ou será que não? Rosalie não é apenas Rosalie. Rosalie tem uma missão secreta e, por isso, é o Capitão Rosalie! Rosalie é um daqueles livros infanto-juvenis que nos tocam o coração. Carinhoso, triste, comovente e inspirador, e com ilustrações maravilhosas! A pequena Rosalie é um exemplo de inteligencia, coragem e superação. Nunca conheceu nada para além da guerra e, por isso, tem uma missão: precisa de saber a verdade. Mas a verdade é dura e pode magoar… Belíssimo. 5*, muito recomendado!
As mulheres e os homens

A par com as obras Como pode ser a democracia, É assim a ditadura e Há classes sociais, o livro As mulheres e os homens integra uma colecção publicada pela primeira vez entre 1977 e 1978 em Espanha, pela editora La Gaya Ciencia. A ditadura espanhola de Franco tinha caído recentemente, bem como o regime Salazarista português. A sociedade passava então por grandes mudanças e a publicação destes livros, embora possa ter chocado algumas mentes à época, era um grande avanço e grito de revolta. Na obra As mulheres e os homens, agora com nova edição e (óptimas) e novas ilustrações, é explicado de forma simples aos mais novos porque é que os homens e as mulheres são tão diferentes. Ou melhor, é explicado que a única diferença entre homens e mulheres é o sexo mas que não há coisas de meninos e meninas, de homens e mulheres: todos podem ser tudo o que quiserem. Mostra-lhes ainda (e muito bem) que é a sociedade que molda os nossos comportamentos e nos faz ser quem somos, mas que não precisava de ser assim. É um livro brilhante sobre questões de género e a importância da igualdade. Sem dúvida alguma uma obra de referência para a literatura infantil e que vale muito a pena ter em casa! 5*, recomendado!
O coração e a garrafa
Oliver Jeffers
Era uma vez uma menina muito curiosa, que queria saber tudo quanto há para saber no mundo! Vivia intrigada com o mar, fascinada pelas estrelas. Mas um dia essa menina encontra uma cadeira vazia… e sofre. É então que decide guardar o seu coração numa garrafa, para evitar que sofra de novo. O coração e a garrafa é um livro vocacionado para os mais novos, mas é também um daqueles livros que podem facilmente tocar o coração de muitos adultos que também têm o coração fechado numa garrafa. É um livro sobre amor e perda, sobre superação e alegria de viver. Muito recomendado! 5*
Como ler literatura
Terry Eagleton
Terry Eagleton nasceu em Inglaterra a 22 de fevereiro de 1943. É filósofo e crítico literário, tendo terminado o doutoramento com apenas 24 anos. Em Como Ler Literatura o autor discursa sobre as bases do estudo da literatura para quem nunca estudou/leu literatura com olhos criticos. Aqui, alguém que apenas “leu literariamente” vai poder perceber e aprender sobre as mais variadas nuances da literatura e ver de uma forma completamente diferente as obras literárias. É um livro que não tenta expor o assunto de uma forma densa e intelectual, muito pelo contrário. É um livro que tenta chegar a todos, ensinar a todos e tornar a leitura melhor para todos. Sem dúvida é um óptimo livro para quem quer estudar e começar a ver a literatura de uma outra forma. A leitura é fluída, fácil e rápida e ainda assim não se coíbe de usar os termos que precisa de usar. Chama a atenção aos leitores mais distraídos, ensina e inspira. As personagens são tratadas por tu, os autores são desmascarados e a literatura é construída e desconstruída de forma intensa e apaixonante. Muito recomendado! 5*
13 anos para sempre, Marion
Nora Fraisse
Nora Fraisse perdeu a sua filha Marion quando, com 13 anos, a jovem se suicida para pôr fim ao bullying que sofria. Antes de se enforcar a jovem enforca simbolicamente o seu telemóvel. A mãe, destroçada, procura incessantemente por respostas, mas que respostas pode haver para uma situação tão extrema como esta? Nora escreveu 13 anos para sempre, Marion e mais tarde fundou a associação Marion Fraisse – La Main Tendue para ajudar crianças e jovens vitimas de bullying. É difícil decidir exactamente o que dizer sobre este livro. Se há algo que não podemos esquecer, é que é uma história real. É sobre bullying, um bullying extremo que leva uma jovem de 13 anos a enforcar-se no quarto quando os pais não estão em casa. Isso é suficientemente assustador e arrepiante para começar a falar sobre este livro. Nora não é uma escritora. Este livro não está escrito de forma literária. Ela escreve com fúria, com velocidade, como se se dirigisse à sua filha para lhe dizer tudo o que não conseguiu dizer. Angustia, dói, magoa. Foi um livro que me tocou profundamente, talvez por eu também ter passado por situações de bullying. Entretanto, não acho que alguém o consiga ler e seguir em frente como se nada fosse, principalmente se tiverem crianças e adolescentes a cargo. A forma como o bullying passou despercebido no seio familiar e depois o destruiu, como tanta gente sabia e ninguém fez nada, como tudo chegou àquele ponto, causa uma preocupação tremenda em qualquer leitor. Como é possível? Um livro dramático, uma situação terrível e a que todos (pais ou não) deviamos estar atentos. Impressionante! E verídico! Muito recomendado!
Imagine, imagina
John Lennon
Nesta obra o ilustrador Jean Jullien dá uma nova vida à conhecida canção de John Lennon que clama por um mundo melhor através da viagem de uma pomba. Este é um lindissimo livro infantil, não pela história que traz mas pela força com que reformula uma das mais emblemáticas canções de todos os tempos. Promete emocionar miúdos e graúdos. Recomendado! 4*
Sou um crime
Trevor Noah
Actualmente, Trevor Noah é um humorista reconhecido, que apresenta o programa televisivo The Daily Show. Mas a sua vida nem sempre foi assim tão agradável. Filho de mãe negra e pai branco, nascido durante o apartheid, Trevor teve uma infância cheia de pobreza e discriminação mas com uma mãe muito valente, que lhe transmitiu toda a coragem a amor que o autor precisava. Escrito de uma forma estranhamente leve e divertida tendo em conta o tema de que trata, Sou um crime é um livro que se devora em menos de nada, que prende o leitor e lhe renova a esperança na vida. É incrível a forma como o autor conta a sua história, sem se lamentar nem a tornar triste e dramática. O leitor vê as dificuldades, mas é mais provavel que dê uma risada do que chore uma lágrima. O livro é também, à sua maneira muito própria, uma homenagem à corajosa mãe de Trevor. Um livro feroz, revoltante, que nos fala de violência, preconceito e discriminação sem se tornar demasiado pesado. Trevor é sem dúvida, alguém para admirar. Muito recomendado! 5*