“Deixemo-nos de rodeios, levamos vidas infelizes, trabalhosas e breves. Nascemos, dão-nos comida suficiente apenas para não morrermos de inanição, e aqueles de entre nós capazes de trabalhar vêem-se obrigados a consumir todas as suas energias numa labuta penosa; por fim, mal deixamos de ser úteis, trucidam-nos com a mais hedionda das crueldades.”
Eric Arthur Blair, mais conhecido pelo pseudónimo George Orwell, nasceu em Motihari a 25 de Junho de 1903. Foi escritor, ensaista politico e jornalista. A sua obra é polémica pelas critícas e sátiras que faz à sociedade.
A Quinta do Infantado era uma quinta normal, até ao dia em que os animais se revoltam e tomam a quinta aos humanos. A partir daí, são eles que mandam e estão por sua conta. Mas o que era no início uma situação de companheirismo e igualitária para todos eles, começa aos poucos a tomar estranhos contornos…
A Quinta dos Animais é uma história que vem disfarçada de fábula, mas o seu verdadeiro objectivo é bem claro: ele fala-nos de nós próprios, os humanos. Dá aos animais características humanas, aos humanos características animais. É tão directa e tão sem rodeios na forma como ataca a nossa própria sociedade que chega a dar vontade de rir.
E tudo o que diz é ironicamente verdade.
É um livro fantástico. De leitura fácil e rápida, directa e assertiva, diz tudo o que tem a dizer. Mas veste-o de fábula.
Recomendo ainda que, caso decidam ler esta obra, o façam nesta edição da Editora Antígona. Tem uma reflexão inicial sobre a obra, uma nota do tradutor, um prefácio do autor como apêndice e uma nota sobre a liberdade de imprensa. É uma edição excelente para contextualizar esta obra e compreender melhor a sua criação e o impacto que causou.
Livro recomendado!