Se eu quisesse ser muito ambiciosa, teria acrescentado ao titulo “em 2020”, mas é melhor não. Por isso hoje trago-vos uma lista de livros de não ficção que eu quero muito ler, mas que não sei quando vou ler. Veremos o que se arranja…
É vegan, é fácil . Denise Smart
Ler, ter por cá e utilizar muito. Sim, porque livros de cozinha não são para ficar parados na estante, são para usar mesmo. E eu podia ainda incluir nesta lista todos os livros da Gabriela Oliveira e mais uns quantos que têm saído nos últimos tempos, mas assim o post seria só sobre cozinha e eu quero uma lista mais geral. Fica só a nota 😉 Comida vegan e vegetariana é melhor para nós, mais saudável e melhor para o planeta. Tudo pontos positivos!
Loucuras e bizarrias de reis, rainhas e fidalgos infames
Eu não sou uma grande leitora de história, mas esta obra parece tão interessante que mais dia menos dia vem de certeza cá parar. Em Loucuras e bizarrias de reis, rainhas e fidalgos infames somos levados a visitar várias personalidades da história do mundo que eram de alguma forma cruéis ou mal-intencionados e que tinham poder para que isso causasse estragos. Não vos parece interessante?
Porque é que algumas pessoas são bem-sucedidas na sua vida pessoal e profissional, enquanto outras nunca cumprem os seus objetivos? Angela Duckworth, doutorada em Psicologia e bolseira da prestigiada Fundação MacArthur, explica neste livro que, para se alcançar o sucesso, mais do que ter talento ou sorte, é fundamental lutar com persistência pelos nossos sonhos — é essencial ter grit, determinação, garra. Filha de um cientista que frequentemente a recriminava pela sua falta de génio, Angela Duckworth tornou-se investigadora, professora e consultora de renome. O seu premiado trabalho de investigação levou-a a descobrir que o que impulsiona o sucesso na carreira profissional, no percurso académico e na vida comum é uma combinação única de paixão e perseverança, conceito a que chamou grit.
A Força do Hábito – Charles Duhigg
Diz este livro que a maioria das opções que tomamos parecem-nos resultado de decisões muito bem pensadas, mas não são. São hábitos. E se cada hábito isoladamente parece pouco relevante, com o passar do tempo os alimentos que comemos, o que dizemos aos filhos, as decisões que tomamos de poupar ou gastar, a frequência com que fazemos exercício e a forma como organizamos os nossos dias, acabam por ter um impacto enorme sobre a saúde, produtividade, bem-estar económico e felicidade. Transformar um hábito não é necessariamente fácil ou rápido. Nem sequer é simples. Mas é possível. E, hoje, graças a este livro sabemos como.
Embalando a Minha Biblioteca – Alberto Manguel
Depois de ter lido Monstros Fabulosos, do mesmo autor, e de ter adorado (podem ver a minha opinião aqui), fiquei com muita vontade de ler mais obras deste autor. Esta vai ser, provavelmente, a próxima. Em Embalando a minha biblioteca, evoca-se e reivindica-se a biblioteca que continua a existir na mente do leitor, o poder da palavra e os jogos de associações e memórias que os livros, mesmo encaixotados, desencadeiam. Segundo Manguel, uma biblioteca é uma autobiografia com muitas camadas, e Embalando a Minha Biblioteca, ao mesmo tempo que evoca um imenso caudal de memórias pessoais, é acima de tudo uma exaltação do livro como só este escritor sabe fazer.
Inteligência Emocional – Daniel Goleman
Nesta obra Daniel Goleman serve-nos de guia numa jornada através da visão científica das emoções de alguns dos mais confusos momentos das nossas próprias vidas e do mundo que nos rodeia. O fim da jornada é compreender o que significa trazer inteligência à emoção, e como fazê-lo: «Em Ética a Nicómaco, a investigação filosófica de Aristóteles sobre a virtude, o carácter e a boa vida, o desafio que ele nos faz é gerir a nossa vida emocional com inteligência. As nossas paixões, quando bem exercidas, têm sabedoria. Guiam o nosso pensamento, os nossos valores, a nossa sobrevivência. Mas podem facilmente desgovernar-se, e fazem-no com frequência. Tal como Aristóteles bem viu, o problema não é a emocionalidade, mas o sentido da emoção e das suas expressões. A questão é: como trazer inteligência às nossas emoções, e civismo às nossas ruas e solicitude à nossa vida em comunidade?»
A Grande História dos Mitos Gregos – Stephen Fry
Neste livro fascinante percebemos melhor quem somos e qual a origem dos mitos que ainda hoje nos ajudam a explicar o sentido da vida e os mistérios da Humanidade. Viciante, lúcida, acessível e espantosamente humana, a mitologia grega explica a ascensão da Humanidade e o combate para nos libertarmos da interferência divina. Os mitos revelam que quem criou este mundo desconcertante, com os seus caprichos, crueldades, maravilhas, loucura e injustiça devia ser igualmente caprichoso, cruel, maravilhoso, louco e injusto. Quem nunca ouviu falar de Zeus, Afrodite ou Apolo? E de Pandora, das musas ou do rei Midas? Passadas de milénio em milénio, as histórias sobre os deuses e os mitos gregos estão profundamente enraizadas na nossa cultura, nas nossas lendas e na nossa língua.
Confissões de um Jovem Escritor – Umberto Eco
O brilhante escritor italiano leva-nos numa viagem aos bastidores do seu método criativo e recorda como arquitectou os seus mundos imaginários: partindo de imagens específicas, fez sucessivas escolhas ao nível da época, da localização e da caracterização do narrador – o resultado foram histórias inesquecíveis para todos os leitores. De forma alternadamente divertida e séria, mas brilhante como sempre, Umberto Eco explora a fronteira entre a ficção e a não-ficção, afirmando que a primeira deve assentar num intrincado enredo que requer ao escritor a construção, através da observação e da pesquisa, de todo um universo até ao mais ínfimo pormenor. Por fim, revela ao leitor um precioso trunfo que permite vislumbrar o infinito e alcançar o impossível. Umberto Eco tinha quase 50 anos de idade quando a sua primeira obra de ficção, O Nome da Rosa, o catapultou para a fama mundial e se tornou um clássico moderno. Nestas “confissões”, o agora octogenário faz uma retrospectiva da sua carreira, cruzando o seu percurso como teórico da linguagem com a veia romancista que descobriu mais tarde na vida. Este “jovem escritor” é, afinal, um grande mestre e aqui partilha a sua sabedoria sobre a arte da imaginação e o poder das palavras. Eu li este livro já há uns bons anos, e é algo que quero muito reler. Uma obra muito boa!
Os Romanov – Simon Sebag Montefiore
Os Romanov foram a mais bem-sucedida dinastia dos tempos modernos. Como foi possível uma família transformar um reino débil e arruinado, devido à guerra civil, no maior império do mundo? E como deitaram tudo a perder? Esta é a história de vinte czares e czarinas, alguns tocados pelo génio, outros pela loucura, mas todos inspirados pela sagrada autocracia e ambição imperial. Esta arrebatadora narrativa revela de forma magistral a família Romanov – o seu mundo secreto de poder ilimitado, a implacável construção de um império, ensombrado por conspirações palacianas, rivalidades familiares, assassinatos, decadência e excessos sexuais, a influência dos cortesãos, aventureiros, revolucionários e poetas. É apresentado um vasto painel de figuras desde Ivan, o Terrível, a Tolstoy, da rainha Vitória a Lenine, de Pedro, o Grande, a Catarina, a Grande, até Nicolau II e Alexandra que, apesar do seu casamento feliz, se revelaram incapazes de salvar a Rússia da Primeira Guerra Mundial e da Revolução. Baseado numa aprofundada pesquisa de arquivos a que nunca tinha havido acesso, esta é uma obra fascinante e indispensável para conhecer a história empolgante de triunfo e de tragédia, de amor e de morte, de uma família e de um imenso país – um estudo universal do poder e um retrato essencial do império que define a Rússia actual.
A Grande Evasão – Angus Deaton
Angus Deaton, Prémio Nobel da Economia (2015), explica que vivemos melhor hoje do que em qualquer outro período da história. As pessoas são mais saudáveis, mais ricas e a esperança média de vida aumenta. Porém, milhões de pessoas vêem-se confrontadas com a pobreza extrema e a morte prematura. As desigualdades agravaram-se. O fosso entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento no acesso aos cuidados médicos estreitou, mas não desapareceu. A distribuição da riqueza não é equitativa nem proporcional. Contudo, está na mão das nações e dos povos inverter estas disparidades de modo a que ninguém seja posto de parte e que o caminho que leva à riqueza, ao bem-estar e à saúde se abra a todos.