As maiores decepções literárias em quatro anos de blog

A Arte da Guerra de Sun Tzu para Mulheres
Catherine Huang e A. D. Rosenberg

A Arte da Guerra de Sun Tzu para Mulheres, Catherine Huang - Livro -  Bertrand

Numa biblioteca, ainda para mais com depósito legal, nunca sabemos o que nos vai passar a seguir pelas mãos. E nunca paramos de ser surpreendidos. Com certeza já ouviram falar no texto A Arte da Guerra de Sun Tzu. Sun Tzu foi um filósofo, estrategista e general chinês que viveu entre 544 a.C. e 496 a.C. O seu A Arte da Guerra é um tratado militar que se tornou no maior clássico sobre estratégia de sempre e que se mantém atual ainda hoje, podendo ser “adaptado” para várias áreas da nossa vida. A Arte da Guerra é uma obra que está na minha lista de “Para ler”, que eu quero mesmo ler e sei que vou ler. Mas vamos ser sinceros… quando eu for ler A arte da guerra eu vou ler o texto de A arte da guerra. Não um conjunto de excertos escolhidos sei lá por quem nem sob que princípio ou critérios e analisados para que as mulheres os possam entender.Não, eu não gostei deste livro. Recentemente, no facebook do blog falei desta questão, no respeitante aos livros infantis. Livros para meninas, livros para meninos. Títulos que excluem, textos preconceituosos, autores que julgam os públicos para que escrevem. Em livros para adultos esta questão é menos frequente mas nem por isso menos chocante. Eu leio livros “vocacionados” para mulheres, sim. Independência Financeira para Mulheres e Clube de Combate Feminista por exemplo, são livros de que já falei aqui e até recomendei. Mas são livros que falam dos problemas que as mulheres enfrentam, que fundamentam as suas afirmações em estudos e casos reais, que propõem estudos e estatísticas e soluções reais que não se baseiam na mera opinião dos autores. São livros que realmente estão ali a “prestar um serviço”. A arte da guerra de Sun Tzu para mulheres é algo diferente. Aqui temos alguns excertos de A Arte da Guerra de Sun Tzu seguidos de uma análise. “Sun Tzu escreveu” seguido de uma explicação muitas vezes com uma grande parte em forma de lista e uma cereja no topo do bolo que é um “Em resumo”. Sim, porque precisamos do resumo, a lista de pontos não bastava. Eu gostei particularmente do “Se cheira e sabe bem, provavelmente não está envenenado.” Primeiro, são apenas excertos e para haver uma leitura e análise ao texto realmente bem feita não se pode pegar em meia dúzia de palavras e tirá-las do contexto. Nesta obra os excertos não têm a informação de onde se encontram. Sim, são de Sun Tzu. Mas são a obra toda? O princípio o meio ou o fim? De que edição, com que tradutor? Foram traduzidos diretamente do chinês? Já passaram por várias traduções? Em que página se encontram? Até a formatação dos excertos deixa dúvidas. Por vezes está correta; noutras é referido que ele escreveu mas sem qualquer tipo de formatação. Então ele escreveu mas aquelas não são as palavras dele? São uma interpretação da autora? Baseada em quê? Se são da autora não são de Sun Tzu. Então ele não escreveu… E os casos reais? Também os há. Escritos na primeira pessoa, para criar identificação com o leitor e diminuir a imparcialidade. Não, esperem… Isso passa, logo à partida, uma enorme falta de credibilidade.Será que as mulheres não percebem referências bibliográficas? Não acreditam na ciência e na investigação? Saíram agora da idade das trevas? Ou só não saberão o que são essas coisas? Depois… bem, o texto é uma análise. Mesmo sabendo que A Arte da Guerra não é um texto literário e por isso pode não ser tão susceptível a análises e pontos de vista diferenciados, eles existem. Esta análise, é a da autora? A do autor? A dos dois? Leram algum estudo para se basearem? Falaram com algum especialista na obra? Leram o texto original ou uma tradução? Sabemos os currículos. Mas como chegaram a estas conclusões? Ok, talvez eu esteja a ser demasiado exigente com esta obra. Não vou dizer que todo o que diz é inútil. Algumas coisas fazem sentido e até podem ser interessantes. Outras são mais do mesmo. A verdade é que eu não me chatearia com isto se o título fosse por exemplo “A arte da guerra de Sun Tzu para preguiçosos” ou “A arte da guerra de Sun Tzu para pessoas com pressa”. Mas para mulheres? Porquê, expliquem-me! E para finalizar e não dizerem que não dou exemplos, deixo-vos uma citação do final do livro, página 287:
“O tratado clássico de Sun Tzu A Arte da Guerra permitiu a gerações – de homens – tornarem-se pensadores estratégicos de sucesso. Pela primeira vez, esta é uma Arte da Guerra destinada a ajudar mulheres a terem sucesso – no local de trabalho e nas suas vidas pessoais!”
De facto… nunca nenhuma mulher deve ter lido A Arte da Guerra, só homens. Não recomendado. -20*

Quero um Bebé
Marilyn Glenville

Wook.pt - Quero Um Bebé

Marilyn Glenville é psicóloga e nutricionista, especialista em enfrentar os problemas de infertilidade através de técnicas naturais. Neste livro Marilyn Glenville dá sugestões de formas naturais através da qual se pode combater a infertilidade, baseadas por exemplo na alimentação, em suplementos e em cuidados extra contra certo produtos quimicos. A sinopse do livro agradou-me. Entretanto, comecei a lê-lo e ele tornou-se meio assustador. Acontece que o livro começa logo com “uma lista” de várias doenças e outras causas que podem causar infertilidade, uma lista que não é pequena e que pode, diria eu, deixar muitos casais bastante nervosos. Se a ideia é tentar engravidar não deveria ser feito com o casal o menos stressado possível? Pareceu-me contraproducente. Depois, e apesar do livro até ter bastante informação, passei o livro todo à espera do tal plano alimentar para ajudar a fertilidade… e ele não chega! Porque não está lá! Senti que li muita informação, grande parte dela bastante assustadora e acabei por não ler aquilo que queria realmente ler, porque está em falta. Era desnecessário. Não digo que não possa ser útil para alguns casais, possívelmente casais que estejam a tentar conceber há algum tempo e queiram conhecer possíveis causas mas… seria melhor ir diretamente ao médico em vez de lerem coisas para vos provocar pesadelos! Não recomendo. 1*

Todos os Pássaros do Céu
Evie Wyld

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Em Todos os Pássaros do Céu conhecemos Jake Whyte que é a única habitante de uma velha quinta localizada numa ilha britânica, um lugar fustigado por chuvas infindáveis e ventos cortantes onde vive sozinha com o seu desobediente cão, Dog, e um rebanho de ovelhas. Foi assim que Jake escolheu viver. Mas algo anda a atacar as ovelhas – aparece certas noites, apanha um dos animais e deixa-o completamente desfeito. Pode ser qualquer coisa. Há raposas nos bosques, um rapaz e um homem estranhos, rumores da existência de um ser obscuro e terrível. E há ainda o passado desconhecido de Jake, imiscuindo-se no presente, uma história deixada a muitos quilómetros e anos de distância, numa paisagem de cores e sons diferentes, uma história inscrita nas cicatrizes que lhe marcam as costas. Todos os Pássaros do Céu é um livro relativamente curto, que se lê facilmente e dá para passar um bom bocado, mas sinceramente é um livro que não me cativou. Jake, a protagonista, anda fugida de algo, tem medo de tudo e todos, e teme acima de tudo relacionar-se e ser descoberta. Certa noite encontra um homem escondido no meio das suas ovelhas e deixa-o passar lá a noite, pensando em levá-lo à vila no dia seguinte. No dia seguinte o carro fica atascado e ela também não o pode ir levar, deixando-o dormir na sua casa. No terceiro dia ela já desistiu de o ir levar, chegando mesmo a ir passear com ele ao bar e levando-o de volta para casa com ela. Ok, o livro não é só isso, mas eu honestamente não consegui ultrapassar a falta de lógica dessa situação. Ela têm tanto medo e de repente, do nada, decide deixar um desconhecido viver com ela?! Um desconhecido que encontra de noite no meio das suas ovelhas? Enfim. Para mim é livro não recomendado.

7 bases do sucesso
Alexandre Martins

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Este livro passou pelas minhas mãos na biblioteca e eu achei que até podia ser interessante. Resolvi dar uma oportunidade. Devo dizer que li cerca de metade do livro e não foi fácil. Não que o que o autor diga não seja verdade: as tais sete bases do sucesso de que fala estão lá, realmente. Mas estão muito disfarçadas. Talvez tenha sido uma escolha propositada por parte do autor exemplificar cada uma dessas bases com as suas experiências pessoais. Já vi autores fazerem isso, e habitualmente resulta. Mas neste livro isso foi feito claramente em exagero. Tudo é “Eu”. Eu fiz. Eu disse. Eu aplico. Eu escrevo. Eu leio. Eu tenho. Eu sou. Eu eu eu. Não senti, ao ler este livro, que ele me envolvesse. Senti que estava a ouvir alguém a falar de si próprio, sem cessar. Sabe aquelas pessoas que encontramos no meio da rua e em dez minutos nos contam toda a sua vida? Este livro faz isso, em 194 páginas. E ainda tem, no fim, um “certificado de leitura”. Eu pergunto, qual a necessidade? Livro não recomendado!

A Vegetariana
Han Kang

Wook.pt - A Vegetariana

Este livro conta-nos a história de uma mulher absolutamente normal, submissa, que nunca se tinha revoltado com nada nem feito nada de especial. Tinha um trabalho sem emoção, um casamento sem amor e não discutia com o marido, deixando-o viver a sua vida como bem entendesse, limitando-se ao seu papel de esposa submissa. Até ao dia em que tem um sonho e resolve tornar-se vegetariana. Antes de ler A Vegetariana, vi diversas opiniões sobre ele na internet. É um livro que tem sido muito falado nos últimos tempos e que desperta sempre uma de duas reacções: ou o leitor ama e ele se transforma num dos seus livros preferidos, ou o odeia. Foi essa dualidade que me deixou curiosa e me fez pegar no livro. Bem, não gosto de dizer isto mas tenho de dizer: eu faço parte do segundo grupo. Suponho que posso dizer que este livro é uma hipérbole. Uma grande hipérbole, perdoem-me a redundância. Tudo neste livro é estranho, à beira do surrealismo. Os sonhos da personagem principal, a decisão dela de se tornar vegetariana por causa de um sonho, a forma drástica como o faz, a reacção do marido, a reacção da família que lhe mete comida pela boca abaixo… Tudo neste livro é exagero. As personagens, tem dois tipos: ou são totalmente submissas e não discutem de todo, ou sempre que aparecem na história é porque vai haver discussão. É uma história que beira a loucura, mas nem a forma como beira a loucura faz sentido. Apesar de tudo isso, e apesar de eu realmente ter odiado ler este livro, tenho de reconhecer que tem qualidade literária. Está bem escrito e a leitura é fluída. E rápida, felizmente, ou eu provavelmente teria desistido da leitura antes de terminar. Para além disso, dá para ver através de toda aquela loucura, a intenção da autora. Esta história é uma forma de luta contra a repressão. Vários tipos de repressão. É uma forma irónica e hipérbolica de ela chamar a atenção para certas injustiças e de as enfrentar de frente. Mas nem com a forma como ela faz isso eu consigo concordar. Acredito que a intenção tenha sido boa, mas este livro, na minha opinião, vinca mais certos estereótipos do que aqueles que enfrenta. Porque é que a mulher submissa que enfrenta o que a submete tem de se tornar louca, ou porque é que uma vegetariana tem de ser uma mulher que gosta de andar nua pela casa e que se recusa a usar sutiã? Estereótipos. O homem que trabalha com vídeos e arte é meio tarado, estereótipo. E podia desencantar vários outros, mas nem sequer me apetece. Acredito que a intenção da autora tenha sido a de lutar contra esses estereótipos. Mas pessoalmente, acho que não resultou, pois sei que há muitas pessoas que não o iam compreender dessa maneira. Conclusão: é um livro com qualidade literária, um livro de extremos de que francamente eu não gostei nada. Não recomendo. 2/5*

Desaparecidos
Caroline Eriksson

250x

Neste livro conhecemos a história de Greta. Greta faz uma viagem de barco com o marido Alex e a filha pequena Smilla, mas eles subitamente desaparecem enquanto ela dorme. Quando vai à esquadra participar o desaparecimento, dizem que não é casada nem nunca teve filhos. Afinal, quem está a dizer a verdade? Vou ser muito sincera, não terminei este livro. Desgostei dele assim que Alex e Smilla desaparecem. A busca de Greta pela ilha, ainda antes de ir à esquadra, é completamente surreal. Ela “sabe que eles desapareceram” ainda antes de sair do barco e de os procurar. Sabe? Como? Ao procura-los o desespero dela soa a falso. A leitura é fácil, mas não é fluída. A história não me agarrou. E é completamente mirabolante. Não gostei, pronto. Não recomendado!

Remédios Literários
Ella Berthoud e Susan Elderkin

Remédios Literários, Ella Berthoud, Susan Elderkin - Quetzal Editores

Biblioterapia é muitas vezes definida como a “utilização de livros por parte de comunidades com perturbações.” Eu não iria tão longe. Definiria-a como a utilização de livros para melhorar o bem estar físico e psicológico, aumentar o auto-crescimento e evitar perturbações que possam surgir. Ao contrário do que se possa pensar, a Biblioterapia não é uma coisa recente. Na Grécia Antiga, as bibliotecas eram consideradas o local onde se exercia “a medicina da alma”; no Egipto as bibliotecas ficavam situadas junto a templos, para que os escribas pudessem aproveitar os “remédios da alma”; Na Idade Média, a leitura dos livros sagrados era frequentemente aplicada como terapia e a leitura de textos sagrados durante cirurgias era prática comum; durante a 1ª Guerra Mundial “a biblioterapia é aplicada por bibliotecários leigos que, ao serviço da Cruz Vermelha, ajudam à construção de bibliotecas nos hospitais do exército para, com os livros, auxiliar na recuperação do grande número de vítimas de uma guerra extremamente desgastante e mortífera”. Mas apenas em 1916 surge o termo Biblioterapia, pela mão de Samuel Crothers. Os benefícios de uma boa leitura são muitos e não só a nível de vocabulário. É uma forma de desanuviar, diminui os níveis de stress, acalma, cria empatia e diminui a sensação de isolamento. A leitura adequada, no momento adequado pode, sem dúvida, fazer a diferença na vida de alguém. Mas é preciso saber reconhecer os limites. Este livro vem em género de enciclopédia. Por ordem alfabética de maleita, recomenda remédios literários para tudo, até para quando se bate com o dedo do pé nos móveis. Se dói? Dói sim senhora. Se eu acho que isso se cura com um livro? Obviamente que não. Sim, eu percebo que a ideia é ser um livro engraçado. Humor, humor, humor. Rir é o melhor remédio e isso tudo. Mas recomendar um livro como remédio para uma qualquer doença? Não. Temos visto ultimamente o surgimento de alguns “Biblioterapeutas”. Mas a verdade é que a maioria deles não passa de pessoas com algum conhecimento em livros, que resolvem usar esse conhecimento para ganhar dinheiro. Pasmem-se, uma consulta de biblioterapia pode chegar às centenas de euros! Em que consiste uma dessas consultas, perguntam vocês. De certa forma, é uma imitação de uma consulta com um psicólogo. Falar, desabafar e, no fim, são receitados à pessoa um ou vários livros com o objectivo de ajudar a resolver a situação. Mas há que ter atenção. A maioria dessas consultas (se não todas) são efectuadas por pessoas sem qualquer formação na área da saúde. Não são psicólogos, psiquiatras, nem sequer é um tipo de medicina alternativa. E brincar com a saúde mental (ou mesmo física) das pessoas pode ser perigoso. Quem me garante a mim que alguém, num momento de menos inspiração, não “receita” a uma pessoa deprimida uma obra que termina em suicídio? Ou a uma pessoa com tendências antissemitistas o Mein Kampf? O que quero dizer é que a partilha de leituras e o aconselhamento de livros é uma coisa boa sim, mas de forma informal. Entre amigos, nas bibliotecas, com grupos de leitores e coisas desse género. Chega até a ser saboroso. Mas como negócio é intrujice, como medicina é uma medicina de vão de escada. E pode tornar-se perigosa. Quanto a este livro, eu tentei lê-lo durante cerca de 15 minutos. Depois desisti. É uma completa sensação de tempo desperdiçado, com tantos livros bons que há para ler, estar a tentar ler um livro tão completamente inútil. Por isso, apelo. Não caiam na intrujice. Se querem conselhos sobre livros, falem com familiares e amigos. Vão às bibliotecas, falem com leitores e bibliotecários, espreitem as prateleiras e os destaques. Vejam blogs, o youtube. Mas não paguem pequenas fortunas para encher os bolsos a terapeutas de vão de escada, que não vos vão ajudar mais do que as opções anteriores iriam. Mais vale gastar esse dinheiro em livros!  A Biblioterapia pode sim ser uma coisa boa, desde que feita com princípios. Honesta com as suas limitações, não é um processo de cura – um psicólogo é! Serve sim, para melhorar a nossa vida, mas apenas em alguns aspectos. Ela, sozinha, não nos cura dos fantasmas do passado nem dos medos do futuro. Não destrói traumas nem nos ensina a amar a vida se nós a odiarmos.  Faz bem, mas precisa de companhia, se os problemas forem minimamente relevantes. E não cura, obviamente, dedos espancados! 

Por Que Fazemos O Que Fazemos
Mario Sergio Cortella

Por Que Fazemos o que Fazemos? - Livro - WOOK

Assim que vi este livro pela primera vez numa livraria, fiquei apaixonada. A ideia que me deu é que era um livro para quem ama o que faz, para mostrar a importância de gostarmos do que fazemos e como isso pode fazer a diferença na forma como o fazemos. E, claro, pensei que era um livro cheios de conhecimentos novos que eu ia adorar e que me iam dar imenso jeito e… Não podia estar mais enganada. Não é que o livro esteja muito longe disso. É um livro sobre trabalho e sobre a importância de estarmos motivados para fazer o que fazemos, independentemente de qual seja a nossa função. É um livro sobre a importância de estimular as equipas e sobre como uma organização o pode fazer. Mas sem se aprofundar. Senti, em muitas páginas, que não estava a ler algo instrutivo mas apenas uma biografia do autor. Pior: um resumo da sua carreira. Senti que tudo o que lia, eu já sabia. É um livro muito mais do mesmo, páginas de redundância. A importância de gostar do que se faz, de o fazer bem, de procurar a excelência. Mas sem nada prático, sem nada de novo que nos leve a realmente caminhar para a excelência. Recomendado se não souberem absolutamente nada acerca do tema. De resto, não recomendado.

Destroços
Emily Bleeker

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Esta é a história de Lillian Linder e Dave. Quando o avião em que seguiam cai no pacifico dão por si náufragos numa ilha deserta, onde acabam por passar dois anos da sua vida. Sozinhos, sem qualquer tipo de comodidade, longe das suas famílias e sem saber se algum dia irão ser resgatados. Até que um dia acabam mesmo por ser resgatados e se tornam celebridades. Afinal, são os sobreviventes de um desastre aéreo que há muito todos julgavam mortos. Mas quando chega a hora de contar a sua história aos outros, será que eles vão contar a verdade? Ou a verdade é demasiado perigosa? Agora, a opinião. Quando eu comecei a ler este livro pensei que ia ler um livro sobre sobrevivência. Algo no estilo de Robinson Crusoé, com algum tipo de ensinamento por trás. Mas não. Nada disso. Primeiro, Lillian, que começa a namoriscar com Dave ainda antes do desastre acontecer e depois parece ser a mulher mais certinha de todas durante metade do livro. Depois a sogra de Lillian que a acompanha na viagem. Quando o avião cai ela é retirada dele ainda com vida. Depois, morre no bote de salvamento. Ah, mas afinal está viva. Não, agora é que morreu de vez. Oi? Afinal, em que ficamos? Isto não é um livro do George R. R. Martin?!! E depois, os três náufragos na ilha deserta, que não podiam ser mais clichés do que são. Kent é um homem violento, que gosta de beber (beber? ilha deserta? piloto de aviões? pois!), que sabe tudo e mais alguma coisa de sobrevivência mas não passa de um machista. Um daqueles homens que não se recomenda a ninguém. Obviamente que não tem bom fim. Depois Dave, que é exactamente o oposto de Kent. Homem certo e recto, puro e correcto e cujo maior sonho é ser pai. Obviamente. E, por fim, Lillian, que passa a maior parte do seu tempo na ilha doente ou a lavar a roupa em vez de lutar pela sobrevivência. Frágil e que precisa dos homens para sobreviver na ilha e, muito provavelmente, também na própria sociedade. E depois, Paul. Por momentos eu pensei que Paul era algum outro náufrago escondido até então, que vinha dar uma real reviravolta ao livro e torná-lo interessante. Bem, não é. Em Paul a autora optou pelo caminho mais fácil, foi uma personagem que entrou, saiu e mal chegou a fazer parte da história. Em resumo, é uma história fraca, com personagens fracas. Dá para passar o tempo, mas não acrescenta em nada.  Tudo é superficial, incluindo as personagens, que parecem apenas um grupo de gente rica que depois de um acidente de avião está muito preocupada com as entrevistas. Até o dono da ilha, obviamente, é um bilionário que passa dois anos sem sequer se lembrar que tem uma ilha. Recomendado? Não.

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