A Quinta
Joanne Ramos
Golden Oaks é um retiro luxuoso onde as mulheres encontram todo o tipo de serviços: refeições orgânicas, professores de fitness, massagens diárias – e tudo a custo zero. De facto, quem aqui reside ainda recebe uma elevada quantia de dinheiro. A contrapartida? Durante nove meses não pode deixar o espaço, os seus movimentos são monitorizados e tem de cortar os laços com a sua vida anterior enquanto se dedica a uma única tarefa: produzir o bebé perfeito para os clientes super-ricos. Jane, uma imigrante das Filipinas, está desesperada por um futuro melhor quando, depois de um processo rigoroso, é selecionada para ser “Hospedeira” em Golden Oaks – ou na Quinta, como os residentes lhe chamam. Mas grávida, frágil e preocupada com o bem-estar da sua família, Jane está determinada a contactar os seus. No entanto, se deixar a Quinta, perde a recompensa financeira que poderia mudar a sua vida para sempre. Apaixonante e provocador, A Quinta explora as tensões entre ambição, mérito, dinheiro e maternidade e levanta questões cruciais sobre os sacrifícios que as mulheres estão dispostas a fazer para melhorar os futuros daqueles que amam.
A Inteligência Emocional na Educação
Joan DeClaire e John Gottman
Todos os pais reconhecem a importância de proporcionar aos seus filhos as capacidades intelectuais que lhes irão ser necessárias para alcançarem o sucesso na escola e na vida. As crianças têm também de aprender a lidar com as suas emoções. Esta obra funciona como um manual para ensinarmos as nossas crianças a compreender e a regular o seu mundo emocional, aquilo que Daniel Goleman designa por “Inteligência Emocional”.
Dicionário de Narratologia
Ana Cristina M. Lopes e Carlos Reis
Carlos Reis e Ana Cristina Macário Lopes decerto elaboraram um dicionário útil e pedagogicamente recomendável, apontando linhas de trabalho e dando referências constantes da armação teórica em que o conjunto de textos que forma este Dicionário de Narratologia se enquadra. FRANCISCO JOSÉ VIEGAS, Jornal de Letras
Desobediência
Naomi Alderman
Para Ronit, uma jovem solteira a viver em Nova Iorque, o Judaísmo Ortodoxo no qual foi educada é uma religião sufocante de que fugiu há muito tempo. Quando descobre que o pai, um estimado rabi da comunidade judaica de Londres, faleceu, decide regressar a casa pela primeira vez em anos. O seu regresso confronta-a com memórias de infância. As amizades e os amores que formou na adolescência voltam para a assombrar e lembram-na, de forma dolorosa, que não só é uma estranha na sua própria casa, mas também uma ameaça à tradição. Dividida entre os seus desejos pessoais e a obediência a Deus, que escolha resta a Ronit? Uma vida de conformismo… ou desobedecer a tudo o que lhe foi ensinado desde a infância?
Além da Literatura
João Bigotte Chorão
A literatura que não seja apenas exercício linguístico ou texto sem contexto persegue um alto objectivo: é uma aventura espiritual que, sem descurar a importância da linguagem e a circunstância histórica, se preocupa sobretudo com o destino do homem e com o fim dos tempos. O debate de ideias pressupõe cultura e senso cívico, e nós somos um povo de apaixonados e repentistas. Não conversamos: discutimos. Temos fé e temos rasgo, e a fé dispensa da procura e o rasgo dispensa do estudo. João Bigotte Chorão pertence ao número de autores que privilegiam as «grandes famílias» de que falava Raïssa Maritain, em que se integram Almeida Garrett, Camilo, Malheiro Dias, João de Araújo Correia, Torga, Tomaz de Figueiredo, Eliade, Papini, Machado de Assis.
Instruções para Salvar o Mundo
Rosa Montero
Num cenário de subúrbio, onde a noite reclama o seu território e os fantasmas reivindicam o seu espaço, um taxista viúvo que não consegue superar a perda da mulher, um médico desiludido, uma cientista anciã e uma belíssima prostituta africana sedenta de vida cruzam os seus caminhos, para nos obsequiarem com uma visita guiada ao mundo vertiginoso e convulso que cada um encerra dentro de si. Mas esta não é uma história de horrores, é antes uma fábula de sobreviventes, de quatro personagens que reúnem todos os elementos necessários para serem considerados uns desgraçados, que se movem nos mundos limítrofes à máfia, ao tráfico de mulheres brancas, e a universos virtuais como Second Life, mas que conseguem encontrar um apoio que lhes permite a remição e a saída das trevas que os mantinham prisioneiros. Uma intensa e hipnótica história de esperança que deambula entre o humor e a emoção e nos mergulha na sociedade caótica dos nossos dias. Uma história que pode ser a de qualquer um de nós.
Presságio de Fogo
Marion Zimmer Bradley
Em Presságio de Fogo, Marion Zimmer Bradley, autora de As Brumas de Avalon, reimaginou a história da Guerra de Tróia e reconta-a do ponto de vista de Cassandra, a bela e atormentada princesa real de Tróia. Na sua brilhante recriação da famosa lenda, a queda de Tróia desenrola-se de uma nova e ousada maneira a partir do julgamento de Páris, do rapto de Helena (esta não sendo aqui a perversa adúltera da lenda, mas sim uma mulher afectuosa e amante, dedicada a Páris e aos seus filhos) e do levantamento dos exércitos gregos por Agamemnon, cunhado enfurecido de Helena, até à tragédia final da destruição da cidade, predestinada pelos deuses e pelo obstinado orgulho dos seus líderes masculinos. A heroína deste conto épico é Cassandra e a poderosa tensão do romance deriva tanto da luta interna, por ela travada, com as suas próprias lealdades divididas (visto que a sua lealdade ao pai, o rei e aos irmãos é contraposta à sua submissão crescente à fé mais antiga no Matriarcado e na Terra-Mãe), como do amargo conflito entre Troianos e Gregos, no qual prevê fantasmagoricamente a destruição ou a maldição do tudo o que lhe é querido, visto ter o poder da profecia. Articulando o facto arqueológico com a lenda, os mitos dos deuses com os feitos dos heróis, o facto e a ficção, Marion Zimmer Bradley insufla uma vida nova, num conto antigo, reinventando para nós Aquiles, Eneias, Heitor, Pátroclo, Helena de Tróia, Ulisses, Agamemnon, Menelau como «pessoas» vivas, empenhadas numa luta desesperada que condena tanto os vencedores como os vencidos, sendo o seu destino visto através dos olhos de Cassandra, sacerdotisa, princesa e mulher apaixonada, com um espírito guerreiro!
História Abreviada da Literatura Portátil
Enrique Vila-Matas
Livro de culto na obra de Enrique Vila-Matas, surgem aqui algumas marcas que perpassam toda a sua obra, como a exploração de biografias, verdadeiras ou imaginárias, de personagens escritores. História Abreviada da Literatura Portátil é uma vibrante história das vanguardas do século XX, onde se narra o percurso de um grupo de intelectuais que, em 1924, decide fundar uma sociedade secreta. Encontravam-se entre estes Duchamp, F. Scott Fitzgerald, Walter Benjamin, Cesar Vallejo, Man Ray, Tristan Tzara, Valery Larbaud, Federico García Lorca e muitos outros. Conhecidos como portáteis, ou shandys, em homenagem ao Tristram Shandy de Laurence Sterne, este grupo, obscuro e extremamente seleto, cultiva ideais como o amor à escrita, a diversão, o espírito inovador e a autoria de obras, literárias ou plásticas, que possam caber facilmente numa pequena mala: portáteis. História Abreviada da Literatura Portátil aposta decididamente numa imaginação radical, excêntrica, operando com suficiente eficácia para que a ficção se comprometa com a inteligência do ensaio.
A Infância é um Território Desconhecido
Helena Vasconcelos
Ler bons livros implica sempre o desvendar de mistérios. Estes textos dão a conhecer o universo de grandes autores que escolheram crianças como heróis e heroínas dos seus romances, revelando, através das suas personagens, as alegrias, traumas e anseios que associam à sua própria experiência e às características do tempo em que estão inseridos. Vitorianos como Charles Dickens, J.M. Barrie, Lewis Carroll e Louisa May Alcott encaram as crianças, preferencialmente, como «anjos» travessos, no rasto de Rousseau e Wordsworth, enquanto que, no século xx, Thomas Mann, Vladimir Nabokov e William Golding, associam os seus meninos e meninas a um «mal» inato e sempre prestes a ser revelado. Ian McEwan e K. J. Rowling, nossos contemporâneos, exploram um vasto leque de possibilidades através dos múltiplos e complexos seres que povoam as suas obras. Todos perscrutam o território fértil da imaginação, da inocência (perversa e gloriosa), enquanto nos dão conta da ligação estreita entre a fantasia e a realidade, entre o vivido e o imaginado, entre o desejo e a consumação.