“Quando tudo nos aterroriza, nada em especial nos mete medo”

“O paizinho disse-nos certa vez que qualquer batalha é combatida somente por duas pessoas. Poderá haver exércitos e governos e ideologias por trás dela, mas, ao fim e ao cabo, há apenas uma pessoa e há a outra, uma prestes a matar e a outra prestes a ser morta. “

“É de espera que se faz uma verdadeira casa. Tornando-a nossa, acomodando-a a nós e às estações, aos meses e aos anos.”

Daniel costumava levar uma vida calma e simples com a irmã Cathy e o pai, no coração da floresta. Não iam à escola, comiam do que a terra lhes dava e do que conseguiam capturar, numa vida meio à margem da sociedade mas que os tornava nas pessoas mais felizes que podiam ser. Mas algo correu mal. Algo correu terrivelmente mal e agora Daniel está sozinho e caminha para Norte em busca de alguém…

Este é um daqueles livros capaz de deixar um bibliotecário na dúvida, se tivermos que o catalogar, de lhe indicar um género. Não é um romance, é mais do que isso. Está longe de ser um policial no sentido típico dessa palavra, pois a policia não tem parte nessa história. Ainda assim há crimes nela. Tem também um toque de história de terror mas, ainda assim, não é realmente e só um livro de terror.  É dramático mas ainda assim é também mais do que um drama…

É um livro belo, sem dúvida. Essa é, para mim, a melhor palavra para definir esta história. Deixa-nos de coração apertado, sem saber muito bem o que pensar. As personagens nesta história estão longe de viver num mundo justo. Acho que vivem no nosso mundo. Também é um livro triste, é como se cada página, mesmo as que têm memórias alegres, estivessem repletas de tristeza.

Não foi fácil entrar na história, pelo que recomendo que não desistam nas primeiras  páginas. A leitura é interessante, mas não entusiasmante. Ainda assim lê-se bem, e é uma história que vale muito a pena, principalmente o desenrolar do final, quando percebemos a busca de Daniel. Não acho que vá haver uma continuação, mas adorava lê-la.

Livro recomendado!

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