SINOPSE

Judith McPherson é uma menina de dez anos que vive com o pai numa pequena cidade do Reino Unido. Mas entre o bullying a que é sujeita na escola e a relação distante que o pai, um homem de grande fervor religioso, tem com ela, os seus dias são bastante solitários e sombrios.
No mundo em miniatura que construiu no seu quarto que consegue encontrar algum consolo. Chama-lhe a Terra de Leite e Mel e construiu-o sobre os alicerces da fé e do encantamento. A Menina Que Fazia Nevar é uma reflexão perspicaz sobre a natureza poderosa da fé e o perigo dos fundamentalismos religiosos, e um hino à força da imaginação e do amor.

Este é um livro sobre fé, acima de tudo. A fé do pai, um religioso fervoroso e inabalável pregador que não se consegue aproximar mais da filha. A fé da menina, em Deus e na fantasia que ela mesma cria e que a salva da realidade que é dura demais para ela. E a fé dos próprios leitores, que tanto podem sair abalados pelos excessos do pai ou encantados com a inocência da filha.

A história só por si é linda, misturando uma grande doce de fantasia com uma boa dose de realidade, sempre vista pelos olhos da criança que transforma lixo em mundo. Mas para mim o que torna este livro mais especial é a escrita da autora, sempre com um toque de poesia e doçura no meio, mesmo quando está a falar do menos fácil.

Um excerto:

“Os milagres não têm de ser grandes e podem acontecer nos lugares mais improváveis. Às vezes, são tão pequenos que as pessoas nem se apercebem deles. Às vezes, os milagres são timidos. Roçam-nos a manga, instalam-se nas nossas pestanas. Esperem que demos por eles, depois derretem. Muitas coisas começam por ser pequenas. É uma boa maneira de começar, pois ninguém repara em nós. Somos apenas uma pequena coisa a avançar lentamente, tratando dos nossos assuntos. Depois crescemos.”

Livro na Wook