Sophia de Mello Breyner Andresen

Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu a 6 de novembro de 1919 no Porto, onde passou a infância. Entre 1939-1940 estudou Filologia Clássica na Universidade de Lisboa. Publicou os primeiros versos em 1940, nos Cadernos de Poesia. Em 1944 sai, em edição de autor, o seu primeiro livro de poemas, Poesia, título inaugural de uma obra incontornável que a torna uma das maiores vozes da poesia do século xx. Os seus livros estão traduzidos em várias línguas e foi muitas vezes premiada, tendo recebido, entre outros, o Prémio Camões 1999, o Prémio Poesia Max Jacob 2001 e o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana – a primeira vez que um português venceu este prestigiado galardão. Com uma linguagem poética quase transparente e íntima, ao mesmo tempo ancorada nos antigos mitos clássicos, Sophia evoca nos seus versos os objectos, as coisas, os seres, os tempos, os mares, os dias. Na sequência do seu casamento com o jornalista, político e advogado Francisco Sousa Tavares, em 1946, passou a viver em Lisboa. Foi mãe de cinco filhos, para quem começou a escrever contos infantis. Em termos cívicos, a escritora caracterizou-se por uma atitude interventiva, tendo denunciado activamente o regime salazarista e os seus seguidores. Apoiou a candidatura do general Humberto Delgado e fez parte dos movimentos católicos contra o antigo regime, tendo sido um dos subscritores da «Carta dos 101 Católicos» contra a guerra colonial e o apoio da Igreja Católica à política de Salazar. Foi ainda fundadora e membro da Comissão Nacional de Apoio aos Presos Políticos. Após o 25 de Abril, foi eleita para a Assembleia Constituinte, em 1975, pelo círculo do Porto, numa lista do Partido Socialista. Foi também público o seu apoio à independência de Timor-Leste, conseguida em 2002. Faleceu a 2 de julho de 2004, em Lisboa. Dez anos depois, em 2014, foram-lhe concedidas honras de Estado e os seus restos mortais foram trasladados para o Panteão Nacional. No dia em que se celebrou o centenário do seu nascimento, a 6 de novembro de 2019, é-lhe concedido a título póstumo o Grande-Colar da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.
Jorge de Sena

Jorge de Sena nasceu em Lisboa a 2 de novembro de 1919 e morreu em Santa Bárbara, na Califórnia, a 4 de junho de 1978. Licenciado em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia do Porto, parte para o exílio no Brasil em 1959 e aí doutora-se em Letras e torna-se regente das cadeiras de Teoria da Literatura e de Literatura Portuguesa. Muda-se para os Estados Unidos da América em 1965, lecionando na Universidade de Wisconsin e, anos depois, na Universidade da Califórnia. Poeta, ficcionista, dramaturgo, ensaísta e tradutor, é considerado um dos mais relevantes escritores de língua portuguesa do século XX, autor de títulos como Metamorfoses (1963), Os Grão-Capitães (1976), O Físico Prodigioso (1977) e Sinais de Fogo (1979), este último considerado a sua obra-prima.
Michael Cunningham

Escritor norte-americano, Michael Cunningham nasceu a 6 de Novembro de 1952, na cidade de Nova Iorque. Cresceu e estudou em Cincinnati, no estado do Ohio onde, com apenas quinze anos de idade, tomou a decisão de se tornar escritor, ao ler Mrs. Dalloway de Virginia Woolf, num volume que uma apaixonada o desafiara a ler. Terminando o ensino secundário, ingressou na Universidade de Stanford como estudante de Literatura Inglesa, conseguindo o seu diploma em 1975. Transitou depois para a Universidade de Iowa, de onde obteve em 1980 um mestrado em Belas Artes. Em 1989 viu o seu conto ‘White Angel’ ser escolhido para uma antologia, reunindo as melhores obras do género desse ano, o Best American Short Stories 1989. Publicou o seu primeiro romance no ano seguinte, com o título A Home At The End Of The World (1990). A obra contava a história de um triângulo amoroso invulgar, entre dois homens homossexuais e uma amiga mútua, e ganhou reconhecimento imediato por parte da crítica. Como resultado deste sucesso, Cunningham ganhou uma bolsa atribuída pela Fundação Guggenheim no ano de 1993. Seguiu-se o aparecimento de Flesh And Blood (1995), romance em que o autor descrevia os problemas da família Stassos, apresentando uma perspectiva original das relações entre o passado e o futuro. Em 1998 publicou The Hours, obra em que Cunningham prestava homenagem ao romance que inspirou a sua carreira, Mrs. Dalloway. Repartindo a acção entre a Greenwich Village dos Anos 80, Los Angeles da década de 40 e a Londres de Virginia Woolf, o livro foi visto pela crítica como um projecto ambicioso, mas bem sucedido, o que se confirmou com a atribuição dos prémios Pulitzer e Pen/Faulkner na categoria de Ficção. The Hours foi adaptado para cinema no ano de 2002, com nomes como Nicole Kidman, Meryl Streep e Julianne Moore no elenco. Publicou Land’s End: A Walk Through Provincetown em 2002, obra que estudava uma comunidade de artistas residindo numa pequena localidade de Cape Cod. Vive em Nova Iorque.
Kazuo Ishiguro

Kazuo Ishiguro nasceu em Nagasáqui, no Japão, em 1954, e vive na Grã-Bretanha desde os cinco anos. Recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 2017 e a sua obra está traduzida em mais de quarenta línguas. Entre as outras distinções que reconhecem o seu mérito literário contam-se o grau de Oficial da Ordem do Império Britânico e a condecoração francesa como Chevalier de L’Ordre des Arts et des Lettres. A sua obra é editada em Portugal pela Gradiva tendo publicados os seguintes livros do autor: Os Despojos do Dia (1989, vencedor do Booker Prize; adaptado ao cinema); Os Inconsolados (1995, vencedor do Cheltenham Prize); Quando Éramos Órfãos (2000, nomeado para o Booker Prize); Nunca me Deixes (2005, nomeado para o Booker Prize, adaptado ao cinema); Nocturnos (2009, contos); O Gigante Enterrado (2015); Um Artista do Mundo Flutuante (2018).
Fiódor Dostoiévski

Fiódor Dostoiévski ( Moscovo, 11.11.1821 – S. Petersburgo, 09.02.1881) foi um dos grandes percursores, como Emily Brontë, da mais moderna forma do romance, exemplificada em Marcel Proust, James Joyce, Virgina Woolf entre outros. Filho de um médico militar, aos 15 anos é enviado para a Escola Militar de Engenharia. de S. Petersburgo. Aí lhe desperta a vocação literária, ao entrar em contacto com outros escritores russos e com a obra de Byron, Vítor Hugo e Shakespeare. Terminado o curso de engenharia, dedica-se a fazer traduções para ganhar a vida e estreia-se em 1846 com o seu primeiro romance, Gente Pobre. Após mais umas tentavivas literárias, foi condenado à morte em 1849, por implicação numa suspeita conjura revolucionária. No entanto, a pena foi-lhe comutada para trabalhos forçados na Sibéria. Durante os seus anos de degredo teve uma vida interior de caráter místico, por ter sido forçado a conviver com a dura realidade russa, o que também o levou a familiarizar-se com as profundezas insuspeitas da alma do povo russo. Amnistiado em 1855, reassumiu a atividade literária e em 1866, com Crime e Castigo, marca a ruptura com os liberais e radicais a que tinha sido conotado. As obras de Dostoiévski atingem um relevo máximo pela análise psicológica, sobretudo das condições mórbidas, e pela completa identificação imaginativa do autor com as degradadas personagens a que deu vida, não tendo, por esse prisma, rival na literatura mundial. A exatidão e valor científico dos seus retratos é atestada pelos grandes criminalistas russos. Neste grande novelista, o desejo de sofrer traz como consequência a busca e a aceitação do castigo e a conceção da pena como redentora por meio da dor.
José Saramago

Autor de mais de 40 títulos, José Saramago nasceu em 1922, na aldeia de Azinhaga. As noites passadas na biblioteca pública do Palácio Galveias, em Lisboa, foram fundamentais para a sua formação. «E foi aí, sem ajudas nem conselhos, apenas guiado pela curiosidade e pela vontade de aprender, que o meu gosto pela leitura se desenvolveu e apurou.» Em 1947 publicou o seu primeiro livro que intitulou A Viúva, mas que, por razões editoriais, viria a sair com o título de Terra do Pecado. Seis anos depois, em 1953, terminaria o romance Claraboia, publicado apenas após a sua morte. No final dos anos 50 tornou-se responsável pela produção na Editorial Estúdios Cor, função que conjugaria com a de tradutor, a partir de 1955, e de crítico literário. Regressa à escrita em 1966 com Os Poemas Possíveis. Em 1971 assumiu funções de editorialista no Diário de Lisboa e em abril de 1975 é nomeado diretor-adjunto do Diário de Notícias. No princípio de 1976 instala-se no Lavre para documentar o seu projeto de escrever sobre os camponeses sem terra. Assim nasceu o romance Levantado do Chão e o modo de narrar que caracteriza a sua ficção novelesca. Até 2010, ano da sua morte, a 18 de junho, em Lanzarote, José Saramago construiu uma obra incontornável na literatura portuguesa e universal, com títulos que vão de Memorial do Convento a Caim, passando por O Ano da Morte de Ricardo Reis, O Evangelho segundo Jesus Cristo, Ensaio sobre a Cegueira, Todos os Nomes ou A Viagem do Elefante, obras traduzidas em todo o mundo. No ano de 2007 foi criada em Lisboa uma Fundação com o seu nome, que trabalha pela difusão da literatura, pela defesa dos direitos humanos e do meio ambiente, tomando como documento orientador a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Desde 2012 a Fundação José Saramago tem a sua sede na Casa dos Bicos, em Lisboa. José Saramago recebeu o Prémio Camões em 1995 e o Prémio Nobel de Literatura em 1998. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou postumamente, a 16 de novembro de 2021, José Saramago com o grande-colar da Ordem de Camões, pelos “serviços únicos prestados à cultura e à língua portuguesas”, no arranque das comemorações do centenário do nascimento do escritor.
Nadine Gordimer

Escritora sul-africana, Nadine Gordimer nasceu a 20 de Novembro de 1923 em Springs, uma cidade mineira dos arredores de Joanesburgo. Filha de um joalheiro judeu, vindo da Letónia e de uma cidadã britânica, obcecada pela saúde da filha, estudou numa escola de orientação cristã. Geralmente confinada em casa pelos cuidados da mãe, escreveu o seu primeiro conto com apenas nove anos de idade e, continuando o seu esforço literário, viu Come Again Tomorrow, merecer publicação na secção infantil da revista Forum cinco anos depois. Matriculando-se na Universidade de Witwaterstrand, acabou por desistir dos seus estudos ao fim de um ano, preferindo a escrita. Assim, em 1949 publicou o seu primeiro livro, uma colectânea de contos intitulada Face To Face, e que revelavam as suas preocupações quanto à segregação racial na sociedade sul-africana. Seguiram-se The Soft Voice Of The Serpent (1952), a sua primeira colectânea de contos, e o romance The Lying Days (1953) que, de cariz autobiográfico, descreve o descontentamento de Helen, uma rapariga que cresce numa pequena localidade, cujos habitantes são preconceituosos e mesquinhos. Em Occasion For Loving(1963), Nadine Gordimer conta a história de Boaz Davies, um estudioso judeu que, fazendo-se acompanhar pela esposa, parte para a África do Sul em busca de música. A mulher acaba por trai-lo com um pintor negro, ensombrando assim a expedição. Continuando a explorar o tema dos direitos da maioria negra, Gordimer publicou The Conservationist (1974), romance em que propõe um contraste entre o mundo tradicional Zulu e o devastador fluxo de industrialização conduzido pela etnia europeia. The House Gun (1998) gira em torno do julgamento de um arquitecto, Duncan, que é acusado de ter assassinado o seu amigo Carl Jesperson. Em 2001 apareceu The Pickup, obra que descreve o encontro entre Julie, filha de um banqueiro, e Ibrahim, um imigrante ilegal oriundo de um país árabe. De natureza intensamente sexual, o seu relacionamento não é impedido pelo facto de Ibrahim ser deportado da África do Sul, já que Julie se predispõe a segui-lo. Nadime Gordimer foi galardoada com o Prémio Nobel da Literatura em 1991. Faleceu a 13 de julho de 2014, com 90 anos, na sua casa de Joanesburgo.
Eça de Queiróz

Eça de Queiroz nasceu a 25 de novembro de 1845 na Póvoa de Varzim e é considerado um dos maiores romancistas de toda a literatura portuguesa, o primeiro e principal escritor realista português, renovador profundo e perspicaz da nossa prosa literária. Entrou para o Curso de Direito em 1861, em Coimbra, onde conviveu com muitos dos futuros representantes da Geração de 70. Terminado o curso, fundou o jornal , em 1866, órgão no qual iniciou a sua experiência jornalística. Em 1871, proferiu a conferência «O Realismo como nova expressão da Arte», integrada nas Conferências do Casino Lisbonense e produto da evolução estética que o encaminha no sentido do Realismo-Naturalismo de Flaubert e Zola. No mesmo ano iniciou, com Ramalho Ortigão, a publicação de As Farpas, crónicas satíricas de inquérito à vida portuguesa. Em 1872 iniciou a sua carreira diplomática, ao longo da qual ocupou o cargo de cônsul em Havana, Newcastle, Bristol e Paris. Foi, pois, com o distanciamento crítico que a experiência de vida no estrangeiro lhe permitiu que concebeu a maior parte da sua obra romanesca, consagrada à crítica da vida social portuguesa e de onde se destacam O Primo Bazilio, O Crime do Padre Amaro, A Relíquia e Os Maias, este último considerado a sua obra-prima. Morreu a 16 de agosto de 1900, em Paris.
William Blake

William Blake (Londres, 28 de novembro de 1757 — Londres, 12 de agosto de 1827) foi um poeta, tipógrafo e pintor inglês, sendo a sua pintura definida como pintura fantástica. Blake viveu num período significativo da história, marcado pelo iluminismo e pela Revolução Industrial na Inglaterra. A literatura estava no auge do que se pode chamar de clássico “augustano”, uma espécie de paraíso para os conformados às convenções sociais, mas não para Blake que, nesse sentido era romântico, “via o que muitos se negavam a ver: a pobreza, a injustiça social, a negatividade do poder da Igreja Anglicana e do estado.” Blake nasceu na “28ª Broad Street”, no Soho, Londres, numa família de classe média. O seu pai era um fabricante de roupas e a sua mãe cuidava da educação de Blake e dos seus três irmãos. Logo cedo a bíblia teve uma profunda influência sobre Blake, tornando-se uma das suas maiores fontes de inspiração. Desde muito jovem Blake dizia ter visões. A primeira delas ocorreu quando ele tinha cerca de nove anos, ao declarar ter visto anjos pendurando lantejoulas nos galhos de uma árvore. Mais tarde, num dia em que observava preparadores de feno a trabalhar, Blake teve a visão de figuras angelicais caminhando entre eles. Com pouco mais de dez anos de idade, Blake começou a estampar cópias de desenhos de antiguidades Gregas comprados pelo seu pai, além de escrever e ilustrar as suas próprias poesias. Em 40 de agosto de 1772, Blake tornou-se aprendiz do famoso estampador James Basire. Essa aprendizagem, que se estendeu até aos seus vinte e um anos, fez de Blake um profissional na arte. Segundo os seus biógrafos, a sua relação era harmoniosa e tranquila. Dentre os trabalhos realizados nesta época, destaca-se a estampagem de imagens de igrejas góticas Londrinas, particularmente da igreja Westminster Abbey, onde o estilo próprio de Blake floresceu. Em 1779, Blake começou os seus estudos na Academia Real Inglesa, uma respeitada instituição artística londrina. A sua bolsa de estudos permitia que não pagasse pelas aulas, contudo o material requerido nos seis anos de duração do curso deveria ser providenciado pelo aluno. Este período foi marcado pelo desenvolvimento do caráter e das ideias artísticas de Blake, que iam de encontro às dos seus professores e colegas. Em 1782, após um relacionamento feliz que terminou com uma recusa à sua proposta de casamento, Blake casou-se com Catherine Boucher. Blake ensinou-a a ler e escrever, além de tarefas de tipografia. Catherine retribuiu ajudando Blake devotamente nos seus trabalhos, durante toda sua vida. Blake escreveu e ilustrou mais de vinte livros, incluindo “O livro de Jó” da Bíblia, “A Divina Comédia” de Dante Alighieri – trabalho interrompido pela sua morte – além de títulos de grandes artistas britânicos da sua época. Muitos dos seus trabalhos foram marcados pelos seus fortes ideais libertários, principalmente nos poemas do livro Songs of Innocence and of Experience (“Canções da Inocência e da Experiência”), onde ele apontava a igreja e a alta sociedade como exploradores dos fracos. No primeiro volume de poemas, Canções da inocência (1789), aparecem traços de misticismo. Cinco anos depois, Blake retoma o tema com Canções da experiência estabelecendo uma relação dialética com o volume anterior, acentuando a malignidade da sociedade. Inicialmente publicados em separado, os dois volumes são depois impressos em Canções da inocência e da experiência – Revelando os dois estados opostos da alma humana. William Blake expressa a sua recusa ao autoritarismo em Não há religião natural e Todas as religiões são uma só, textos em prosa publicados em 1788. Em 1790, publicou a sua prosa mais conhecida, O matrimônio do céu e do inferno, em que formula uma posição religiosa e política revolucionária na época: “a negação da realidade da matéria, da punição eterna e da autoridade”. Apesar do seu talento, o trabalho de gravador era muito concorrido na sua época, e os livros de Blake eram considerados estranhos pela maioria. Devido a isto, Blake nunca alcançou fama significativa, vivendo muito próximo à pobreza. No dia da sua morte, Blake trabalhava exaustivamente em A Divina Comédia de Dante Alighieri, apesar da péssima condição física que culminaria no seu fim. O seu funeral, bastante humilde, foi pago pelo responsável pelas ilustrações do livro, e apesar da sua situação financeira constantemente precária, Blake morreu sem dívidas. Hoje Blake é reconhecido como um santo pela Igreja Gnóstica Católica, e o prémio Blake Prize for Religious Art (Prémio Blake para Arte Sacra) é entregue anualmente na Austrália em sua homenagem.
Mark Twain

Mark Twain (1835-1910) foi batizado como Samuel Langhorne Clemens, mas esse nome ficaria para sempre na sombra do seu pseudónimo. Filho de um advogado severo, terá sido a mãe a despertar-lhe o sentido de humor. Se não há dúvida de que a sua obra é variada, mais curioso será notar que a sua vida profissional o foi mais ainda. Twain começou por trabalhar como aprendiz de tipógrafo, em 1848, e alguns anos mais tarde já contribuía com artigos e histórias humorísticas para o jornal de um irmão. Mais velho, numa viagem pelo Mississípi a bordo de um barco a vapor, terá ficado fascinado com o trabalho do piloto, e dedicou dois anos da sua vida à aprendizagem deste ofício. Uma das muitas viagens da sua vida levou-o, algum tempo depois, a uma mina de prata no Nevada, onde tentou ser mineiro, sem grande sucesso. Em contrapartida, encontrou trabalho no jornal da zona. Foi aqui que, da pena de Samuel Clemens, então com 27 anos, nasceu Mark Twain.
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