Anna Karénina
Lev Tolstói

Anna Karénina é um retrato ímpar, na sua riqueza e densidade, da sociedade russa de finais do século XIX, que abrange diferentes estratos da população, atividades sociais, tendências ideológicas, polémicas económicas, sociais e políticas, e que encerra uma crítica acutilante à nova aristocracia russa da época. Os dramas familiares, com os seus problemas morais, a sua busca de um ideal para a vida em matrimónio, surgem em franca ligação com o panorama geral da vida, o sistema de valores, os hábitos, os conceitos éticos e religiosos. Mas é também uma das maiores histórias de amor da literatura universal, e uma das mais trágicas, protagonizada por Anna Karénina, a bela mulher de um aristocrata muito rico e o Conde Vrônsky, um galante oficial do exército. Com Anna Karénina, Lev Tolstói elevou à perfeição o romance de realismo social e criou uma das heroínas mais amadas da literatura de todos os tempos.
A presente edição foi traduzida diretamente do russo por Nina Guerra e Filipe Guerra, distinguidos com o Grande Prémio de Tradução Literária APT/Pen Clube Português.
O Idiota
Fiódor Dostoiévski

Publicado entre 1868 e 1869, O Idiota é, porventura, dos cinco grandes romances de Dostoiévski, o mais perfeito – na composição, no estilo, no aprofundamento dos caracteres. Foi também o mais incompreendido na sua época. Nas suas próprias palavras, Dostoiévski pretende «criar a imagem do homem positivamente bom», uma encarnação da beleza, da bondade e da humildade, figura de herói entre Dom Quixote e Cristo, mostrando o que pode acontecer a um homem assim, em contacto com a realidade. Como sempre nos romances do autor, são dramatizados os problemas sociais, filosóficos e morais da época, tratamento a que o génio de Dostoiévski confere uma força e uma amplitude que fazem deste livro uma obra-prima intemporal.
Contos de São Petersburgo
Nikolai Gógol

Estão aqui reunidas as cinco «Histórias de Petersburgo», «Avenida Névski» (1834), «Diário de um Louco» (1834), «O Nariz» (1836), «O Retrato» (1841) e «O Capote» (1841). Acrescentou-se «A Caleche» (1836), pequeno conto que alguns autores integram neste ciclo. Trata-se do chamado «segundo período» da obra do autor, que se seguiu ao período das histórias ucranianas, «Noites na Granja ao pé de Dikanka» e «Mírgorod». Estes contos do fantástico-real (ou real-fantástico?), integrando o humor e a sátira inconfundíveis de Gógol, tiveram grande influência no ulterior desenvolvimento da prosa literária russa e, também, no de todas as literaturas ocidentais. A modernidade das propostas de Gógol continua mais viva do que nunca nestas histórias em que a personagem principal é a cidade de Petersburgo: mesquinha, sufocante, ridícula, irrisória e ilusória.
O Duelo
Anton Tchékhov

Tchékhov coloca em confronto, numa pequena cidade do Cáucaso, um funcionário e a sua jovem mulher, um médico militar, um zoólogo de ideias radicais e um diácono dado ao riso. É nesse ambiente que o ódio crescente entre o zoólogo e o funcionário culmina num duelo.
Lolita
Vladimir Nabokov

Humbert Humbert, a European intellectual adrift in America, is a middle-aged college professor. Haunted by memories of a lost adolescent love, he falls outrageously (and illegally) in lust with his landlady’s twelve-year-old daughter Dolores Haze. Obsessed, he’ll do anything, will commit any crime, to possess his Lolita.
Pais e Filhos
Ivan Turguéniev

«Pais e Filhos não só é o melhor romance de Turguéniev, mas também um dos maiores romances do século XIX.» (Do Posfácio de Vladimir Nabokov)
O Mestre e Margarita
Mikhaíl Bulgákov

O Mestre e Margarita é a última obra de Mikhaíl Bulgákov. O seu processo de criação foi extremamente conturbado, tendo as ideias iniciais surgido na primeira metade da década de 1920. Após incontáveis vicissitudes, o romance viria a ser concluído por volta de 1940 e publicado vinte e seis anos mais tarde. Inspirado pelos dois temas que marcavam a sociedade russa da época, uma campanha antirreligiosa acérrima e uma forte repressão da produção criativa livre, Bulgákov escreve uma obra que é, em termos de composição, um romance dentro do romance, onde espaços e ambientes se interpenetram com naturalidade. O romance interior, a história da crucificação de Jesus, escrito com um realismo rigoroso, comporta um significado universal e eterno do bem e do mal, da traição, da fidelidade e da tirania, temas que se reproduzem com um carácter mais concreto no romance de moldura – a realidade da grande capital da Rússia soviética, que o autor trata recorrendo a um realismo fantástico profundamente satírico e humorístico. O Mestre e Margarita viria a ser reeditado quinze vezes na Rússia e traduzido para cerca de 180 línguas.
Crime e Castigo
Fiódor Dostoiévski

Raskólnikov, um estudante pobre e desesperado, vagueia pelos bairros degradados de São Petersburgo e comete um assassínio. A vítima é uma velha usurária. Raskólnikov imagina-se um grande homem, agindo por uma causa que está para além das convenções da lei moral e o coloca acima do comum dos mortais. O seu acto é praticado com uma mistura de sangue frio e exaltado misticismo. Mas quando inicia um jogo do gato e do rato com um polícia, Raskólnikov é cada vez mais perseguido pela voz da sua consciência. Apenas Sónia, uma prostituta, lhe concede a possibilidade de redenção. O crime de Raskólnikov foi inspirado no assassínio de duas mulheres, com um machado, ocorrido em 1865. Mas, pela mão de Dostoievski, transforma-se numa intensa narrativa, um protagonista desenraizado em busca de afirmação, uma obra em que confluem elementos psicológicos, sociais, éticos e filosóficos. A obra foi inicialmente publicada por capítulos, em 1866, no Mensageiro Russo.
A Morte de Ivan Iliitch
Lev Tolstói

Aclamada como uma das maiores obras-primas sobre a temática da morte, esta é a história de Ivan Iliitch, um juiz respeitado que, apercebendo-se da morte próxima, se interroga sobre as suas escolhas, percurso de vida e a mentira em que vive.
Fogo Pálido
Vladimir Nabokov

Fogo Pálido é um romance que nao se parece com nenhum outro. O corpo principal é um poema que no original tem 999 versos repartidos em quatro cantos e escritos pelo fictício John Shade. Tem também um prefácio e um índice de um editor Charles Kinbote, além de um comentário, que assume a forma de notas a versos numerados no poema.
A relação entre Kinbote e Shade ocorre na pequena fictícia cidade universitária norte-americana de New Wye, onde são vizinhos entre Fevereiro e Julho de 1959. Kinbote escreve o seu comentário, que se centra sobretudo nas suas próprias preocupações, numa cabana turística na igualmente fictícia cidade de Cedarn. O resultado é um romance irónico, literário em segundo grau e completamente intrigante.
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