
“Mas nada disso tinha importância. Na verdade, tudo isso era uma boa maneira de me distrair da intensidade da minha mente. A intensidade parecia ter transbordado de mim, infetando a relva, as árvores e cada regato e riacho. De cada vez que fechava os olhos, lembrava-me da minha mãe naquele último dia, erguida no ar, com o cabelo a soprar ao vento na minha direcção. E os gritos dela ainda ecoavam nos meus ouvidos.”

Matt Haig nasceu a 3 de julho de 1975 em Sheffield, no Reino Unido. O seu livro A Biblioteca da Meia-Noite, de que falamos aqui, catapultou-o para o sucesso e tornou-se num bestseller.
Em Como parar o tempo conhecemos Tom Hazard, um homem que não é como a maioria dos homens. Tom cresceu normalmente até à adolescência mas então o seu ritmo de envelhecimento abrancou. Passaram-se as décadas e apesar de Tom envelhecer, fá-lo muito devagar. Então, um dia, Tom tem uma filha. Uma filha que é como ele. E depois encontra uma sociedade secreta de pessoas que, tal como ele, envelhecem a um ritmo diferente. Podia ser perfeito…mas está longe disso.
Gostei tanto de ler o Biblioteca da Meia-Noite que me atirei logo de seguida a este livro, do mesmo autor. E a comparação é inevitável.
A Biblioteca da Meia-Noite foi um livro maravilhoso, que me apaixonou e me pôs a pensar na vida de um ponto de vista totalmente diferente. Este livro, Como parar o tempo, tem também um pouco desse “fazer pensar na vida”, mas de uma forma mais subtil, como se na altura em que o autor o escreveu ainda não soubesse bem como chegar lá.
É claramente um livro anterior ao da biblioteca, isso vê-se quer na escrita quer na história. Nota-se a evolução. Mas é ainda assim um livro maravilhoso, muito bem escrito, com uma história muito bem pensada com pés e cabeça e bem capaz de apaixonar o leitor.
Vale muito a pena. 4*