No Coração do Mar
A tragédia do Baleeiro Essex
Nathaniel Philbrick
No verão de 1819, o baleeiro Essex partiu de Nantucket para mais uma expedição de caça à baleia. Quinze meses depois, o impensável aconteceu: numa região remota do Pacífico Sul, um cachalote de enormes proporções provocou o naufrágio do Essex. A tripulação de vinte homens refugiou-se em três botes salva-vidas rumo à América do Sul, numa jornada épica pela sobrevivência. Três meses depois, os oito tripulantes que continuavam vivos foram encontrados à deriva. Para sobreviver, usaram todos os recursos, inclusive o canibalismo.
No Coração do Maré um relato empolgante de um naufrágio tão relevante no seu tempo como o do Titanic atualmente. A aventura do Essex inspirou Herman Melville a escrever o clássico Moby Dick.
Meia-Noite em Chernobyl
A história secreta do maior desastre nuclear de sempre
Adam Higginbotham
A história definitiva do acidente de Chernobyl, baseada numa investigação profunda sobre como a propaganda, o secretismo e os mitos encobriram a verdade de um dos maiores desastres do século XX. O dia 25 de abril de 1986 foi um ponto de viragem na História. O acidente em Chernobyl não mudou apenas a nossa perceção da energia nuclear, mas também o conhecimento da delicada ecologia do planeta. Chernobyl foi igualmente importante na destruição da URSS e, como tal, na vitória dos Estados Unidos na Guerra Fria. Para Moscovo, foi um desastre político e financeiro – provocando a bancarrota de uma economia já vacilante -, mas também ambiental e científico. Esta é a história nunca contada dos eventos que começaram no centro de controlo do reator 4 da central nuclear de Chernobyl. Depois de centenas de entrevistas, consultas de cartas, memórias inéditas e documentos só agora tornados públicos, Adam Higginbotham revela-nos os acontecimentos dramáticos daquela noite através dos olhos dos homens e mulheres que os testemunharam em primeira mão e que enfrentaram um inimigo aterrador e invisível. Meia-Noite em Chernobyl, uma obra amplamente premiada e que inspirou a série de sucesso da HBO, mostra-nos não só as dificuldades épicas de um império a morrer, mas também o heroísmo individual e desesperado num ,momento transformador da História.
Holocausto Brasileiro
Daniela Arbex
Um genocídio que roubou a dignidade e a vida a 60.000 pessoas. Milhares de crianças, mulheres e homens foram violentamente torturados e mortos, no Brasil, no hospital de doenças mentais de Colônia, em Barbacena, fundado em 1903. A maioria foi internada sem diagnóstico de doença mental: eram meninas violadas que engravidaram dos patrões, homossexuais, epilépticos, mulheres que os maridos não queriam mais, alcoólicos, prostitutas. Ou simplesmente seres humanos em profunda tristeza. Sem documentos, sem roupa e sem destino, tornaram-se filhos de ninguém. Em Holocausto Brasileiro, a premiada jornalista de investigação Daniela Arbex resgata do esquecimento esta chocante e macabra história do século XX brasileiro: um genocídio feito pelas mãos do Estado, com a conivência de médicos, funcionários e população, que roubou a dignidade e a vida a 60.000 pessoas. Bebiam água do esgoto. Comiam ratos. Morriam ao frio e à fome. Eram exterminados com electrochoques tão fortes, que toda a cidade ficava sem luz, por sobrecarga da rede. Os bebés eram roubados às mães logo à nascença. Nos períodos de maior lotação, morriam 16 pessoas por dia dentro dos muros do Colônia. Ao morrer, davam lucro. Os cadáveres eram vendidos às faculdades de medicina. Quando o número de corpos excedia a procura, eram decompostos em ácido, no pátio, diante dos pacientes. Os ossos eram comercializados. Nada ali se perdia. Excepto a vida.
É a essas 60.000 pessoas que Daniela Arbex devolve agora o rosto e a identidade, num relato que recupera o testemunho dos poucos sobreviventes e dá voz aos milhares que já não podem contar a sua própria história. O hospício de Colônia só foi transformado em verdadeiro Centro Hospitalar Psiquiátrico em 1980.
Queimada Viva
Souad
Quando o amor antes do casamento é sinónimo de morte. Souad tinha dezassete anos e estava apaixonada. Na sua aldeia da Cisjordânia, como em tantas outras, o amor antes do casamento era sinónimo de morte. Tendo ficado grávida, um cunhado é encarregado de executar a sentença: regá- -la com gasolina e chegar-lhe fogo. Terrivelmente queimada, Souad sobrevive por milagre. No hospital, para onde a levam e onde se recusam a tratá-la, a própria mãe tenta assassiná-la. Hoje, muitos anos depois, Souad decide falar em nome das mulheres que, por motivos idênticos aos seus, ainda arriscam a vida. Para o fazer, para contar ao mundo a barbaridade desta prática, ela corre diariamente sérios perigos, uma vez que o “atentado” à honra da sua família é um “crime” que ainda não prescreveu. Um testemunho comovente e aterrador, mas também um apelo contra o silêncio que cobre o sofrimento e a morte de milhares de mulheres. Com mais de 350 mil exemplares já vendidos em França, Queimada Viva encontra-se traduzido em 24 línguas e é presença assídua nas listas de best-sellers um pouco por todo o mundo. Nos Estados Unidos, a Warner Books prepara-se para editar a versão americana.
A Guerra não Tem Rosto de Mulher
Svetlana Alexievich
Nesta obra-prima, Svetlana Alexievich dá voz a centenas de mulheres que revelam pela primeira vez a perspetiva feminina da Segunda Guerra Mundial. O número de mulheres combatentes no Exército Vermelho chegou quase a um milhão, mas a sua história nunca foi contada. Este livro, marcado pelo estilo pungente de Svetlana Alexievich, apresenta testemunhos de mais de 200 jovens russas que passaram de filhas, mães, irmãs e noivas a atiradoras, condutoras de tanques ou enfermeiras em hospitais de campanha. O seu relato não é uma história de guerra, nem de combate; é uma história de mulheres e homens catapultados «da sua vida simples para a profundeza épica de um enorme acontecimento». Em que pensavam? De que tinham medo? Como foi aprender a matar? É sobre isto que estas mulheres falam, mostrando uma faceta do conflito sobre a qual não se escreve. Descrevem a sujidade e o frio, a fome e a violência sexual, a angústia e a sombra permanente da morte. A Guerra não Tem Rosto de Mulher, a marcante obra de estreia de Svetlana Alexievich, foi originalmente publicada em 1985, depois de quatro anos de pesquisa e entrevistas. Esta edição corresponde ao texto fixado em 2002, quando a autora reescreveu o livro e incluiu novos excertos com uma força que, antes, a censura não lhe tinha permitido mostrar.
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