Bem, já sabemos que não sou boa com metas. Mas também sou persistente. Por isso, seguem os meus objetivos literários para 2022. É de notar que ainda vou ter de escrever uma tese este ano e essa meta eu tenho MESMO de alcançar, portanto, não me posso esticar muito no resto.
Sem dúvida que algo que gostaria imenso de realizar, é conseguir manter o meu atual ritmo de leituras. Mas não é fácil, portanto veremos. Aumentar não me parece que vá acontecer, nem que seja necessário.
Mas vamos ao que interessa. Estes são os livros que eu gostava mesmo mesmo de conseguir ler em 2022. 12 meses, 12 livros. Como não consegui cumprir a meta em 2021… decidi aumentá-la!
Mataram a Cotovia – Harper Lee
Situado em Maycomb, uma pequena cidade imaginária do Alabama, durante a Grande Depressão, o romance de Harper Lee, vencedor do Prémio Pulitzer, em 1961, fala-nos do crescimento de uma rapariga numa sociedade racista. Scout, a protagonista rebelde e irónica, é criada com o irmão, Jem, pelo seu pai viúvo, Atticus Finch. Ele é um advogado que lhes fala como se fossem capazes de entender as suas ideias, encorajando- -os a refletirem, em vez de se deixarem arrastar pela ignorância e o preconceito. Atticus vive de acordo com as suas convicções. É então que uma acusação de violação de uma jovem branca é lançada contra Tom Robinson, um dos habitantes negros da cidade. Atticus concorda em defendê-lo, oferecendo uma interpretação plausível das provas e preparando-se para resistir à intimidação dos que desejam resolver o caso através do linchamento. Quando a histeria aumenta, Tom é condenado e Bob Ewell, o acusador, tenta punir o advogado de um modo brutal. Entretanto, os seus dois filhos e um amigo encenam em miniatura o seu próprio drama de medos, centrado em Boo Radley, uma lenda local que vive em reclusão numa casa vizinha.
Rapariga, Mulher, Outra
Bernardine Evaristo

Livro Físico
As doze personagens centrais deste romance a várias vozes levam vidas muito diferentes: desde Amma, uma dramaturga cujo trabalho artístico frequentemente explora a sua identidade lésbica negra, à sua amiga de infância, Shirley, professora, exausta de décadas de trabalho nas escolas subfinanciadas de Londres; a Carole, uma das ex-alunas de Shirley, agora uma bem-sucedida gestora de fundos de investimento, ou a mãe desta, Bummi, uma empregada doméstica que se preocupa com o renegar das raízes africanas por parte da filha. Quase todas elas mulheres, negras e, de uma maneira ou de outra, resultado do legado do império colonial britânico. As suas histórias, a das suas famílias, amigos e amantes, compõem um retrato multifacetado e realista dos nossos dias, de uma sociedade multicultural que se confronta com a herança do seu passado e luta contra as contradições do presente. Um romance atual, brilhantemente escrito, que repensa as questões de identidade, género e classe com o pano de fundo do colonialismo, da emigração e da diáspora. Força narrativa e escrita cativante num empolgante mosaico de histórias de vida que farão o leitor repensar a sua maneira de ver o mundo.
Lá, Onde o Vento Chora
Delia Owens

Livro Físico
Kya tem apenas seis anos de idade quando vê a mãe sair de casa, com uma maleta azul e sapatos de pele de crocodilo, e percorrer o caminho de areia para nunca mais voltar. E à medida que todas as outras pessoas importantes na sua vida a vão igualmente abandonando, Kya aprende a ser autossuficiente: sensível e inteligente, sobrevive completamente sozinha no pantanal a que chama a sua casa, faz amizade com as gaivotas e observa a natureza que a rodeia com a atenção que lhe permite aprender muitas lições de vida. O isolamento em que vive durante tantos anos influencia o seu comportamento: solitária e fugidia, Kya é alvo dos mais cruéis comentários por parte dos moradores da pacata cidade de Barkley Cove. E quando o popular e charmoso Chase Andrews aparece morto, todos os dedos apontam na direção de Kya, a miúda do pantanal. E o impensável acontece. Neste romance de estreia, Delia Owens relembra-nos que somos formatados para sempre pelas crianças que um dia fomos, e que para sempre estaremos sujeitos aos maravilhosos, mas também violentos, segredos que a natureza encerra.
Consentimento
Vanessa Springora

Livro Físico
O livro-testemunho que incendiou a sociedade francesa. Uma história de amor e perversão, de vítimas e predadores. Paris, meados da década de 80: a jovem V. procura nas páginas dos livros algo que preencha o vazio de afecto deixado pelo divórcio dos pais. Com treze anos, num jantar, conhece G., escritor, figura da elite intelectual parisiense, semblante de monge budista e «olhos de um azul sobrenatural». Desconhece a reputação sulfurosa de que o escritor de cinquenta anos goza e desde o primeiro olhar é conquistada pelo magnetismo daquele homem, pelos olhares que lhe dedica. Depois de um meticuloso cortejo de algumas semanas, V.entrega-se a G. de corpo e alma.
A Noiva Cigana
Carmen Mola

Livro Físico
“Susana Macaya, filha de pai cigano mas educada fora da comunidade, desaparece depois da sua despedida de solteira. O corpo é encontrado dois dias depois na Quinta de Vista Alegre no bairro madrileno de Carabanchel. Poderia ser mais um homicídio, não fosse o facto de a vítima ter sido torturada na sequência de um ritual inusitado e atroz e de a sua irmã, Lara, ter sofrido o mesmo destino sete anos antes, também na véspera do casamento. O assassino de Lara cumpre pena desde então, pelo que há apenas duas possibilidades: ou alguém imitou os seus métodos para matar a irmã ou há um inocente encarcerado. Investigar uma pessoa implica conhecê-la, descobrir os seus segredos e contradições, a sua história. No caso de Lara e Susana, a detective Elena Blanco deve olhar para a vida de alguns ciganos que renunciaram aos seus costumes para se integrarem na sociedade. E de outros que não lhes perdoam, e levantar cada véu para descobrir quem poderia vingar-se com tanta crueldade de ambas as noivas ciganas.”
Raparigas em Chamas
C. J. Tudor

Livro Físico
Uma vigária pouco convencional tem de exorcizar o passado sombrio de uma aldeia remota, assombrada pela morte e por desaparecimentos misteriosos, no novo thriller explosivo e inquietante da autora best-seller de O Homem de Giz. Há quinhentos anos, mártires protestantes foram queimados. Há trinta anos, duas adolescentes desapareceram sem deixar rasto. Há algumas semanas, o responsável da paróquia local enforcou-se na nave da igreja. A reverenda Jack Brooks, mãe solteira de uma filha de quinze anos e dona de uma consciência pesada, chega à pequena aldeia com esperança de um novo começo. Em vez disso, encontra Chapel Croft repleta de conspirações e segredos, e é recebida com um estranho presente de boas-vindas: um kit de exorcismo e um cartão que a avisa: «Nada há encoberto que não venha a descobrir-se, nem oculto que não venha a conhecer-se.» Quanto mais Jack e a sua filha, Flo, exploram a localidade e conhecem os seus estranhos habitantes, mais elas são atraídas para as antigas divisões, mistérios e suspeitas. E quando Flo começa a ver imagens de raparigas em chamas, torna-se evidente que há fantasmas que se recusam a ficar enterrados. Descobrir a verdade pode ser mortal, num lugar com um passado sangrento, onde todos têm algo a esconder e ninguém confia num estranho.
O Clube do Crime das Quintas-Feiras
Richard Osman

Livro Físico
Quatro reformados com alguns truques na manga, uma polícia com o seu primeiro grande caso nas mãos, um assassinato brutal. Bem-vindos a… o clube do crime das quintas-feiras. Num pacato bairro de residências privadas para reformados, quatro amigos improváveis reúnem-se uma vez por semana para discutir crimes que ficaram por resolver. Ron, um ex-sindicalista todo tatuado; a doce Joyce, uma viúva que não é tão ingénua quanto parece; Ibrahim, um ex-psiquiatra com uma incrível habilidade analítica; e a tremenda e enigmática Elizabeth, que lidera este grupo de investigadores amadores… ou nem por isso. Quando um homicídio ocorre no pequeno bairro, e uma misteriosa fotografia é encontrada ao lado do cadáver, o clube vê-se envolvido no seu primeiro caso real. Embora sejam quase octogenários, os quatro amigos têm alguns truques na manga… Será que este gangue pouco convencional, mas brilhante, irá conseguir apanhar o assassino antes que seja tarde demais? O melhor é nunca subestimar um grupo de velhotes. O fenómeno literário mundial chega a Portugal. um livro inteligente, divertido e viciante. Impossível de parar de ler.
O Cortiço – Aluísio de Azevedo
Escrito num período de profundas transformações na paisagem urbana do Rio de Janeiro, captadas com o registo cru do naturalismo, que rejeitava qualquer forma de idealização do real, O Cortiço é o romance mais exemplar da estética realista-naturalista. Nele pode-se perceber com clareza a visão que os naturalistas tinham das reações sociais no desejo de enriquecimento que toma João Romão, a personagem principal. Um livro imprescindível em qualquer biblioteca clássica brasileira.
Não Matem o Bebé – Kenzaburõ Õe
Aos vinte e sete anos, Passarinho ainda não perdeu a alcunha de infância e passa os dias a sonhar com uma viagem de aventuras pelo continente africano, mas depois de casado e com um trabalho estável que o sogro lhe arranjara como professor de inglês numa escola particular, parece ver as raízes cravarem-se cada vez mais fundo. É então que nasce o seu primeiro filho: com metade do cérebro fora do crânio e uma esperança de vida que pode não passar de dias. O primeiro impulso é fugir. Com uma garrafa de Johnnie Walker em punho, toca à campainha de Himiko, sua antiga colega de faculdade, e procura abrigo no passado, enquanto no hospital se define o seu futuro. Escrita em 1964, esta é provavelmente a mais pessoal das obras de Kenzaburo Oe e um dos seus mais importantes romances, anunciando já então a originalidade e a força poética que lhe mereceriam trinta anos mais tarde, em 1994, a atribuição do Prémio Nobel da Literatura.
A Laranja Mecânica
Anthony Burgess
A laranja mecânica é a chocante confissão de Alex, um jovem delinquente que relata os seus excessos criminosos na companhia dos amigos Pete, Georgie e Lerdo. Juntos, divertem-se ao máximo a praticar actos de violência, sem sentir qualquer remorso. Detido após a violação brutal da mulher de um escritor, Alex dá conta da sua «reeducação» no contexto de um projecto do Governo para erradicar a violência. Uma vez reinserido na sociedade, as consequências dessa experiência para Alex serão tragicamente inesperadas. Publicada pela primeira vez em 1962, A laranja mecânica é hoje amplamente reconhecida como uma das obras literárias mais influentes do século XX. O livro pode ser lido como uma distopia tragicómica ou como uma fábula sobre o bem e o mal e a importância do livre-arbítrio. Esta edição especial, preparada para celebrar os cinquenta anos da publicação original do romance, foi organizada por Andrew Biswell, biógrafo de Anthony Burgess, e recupera o texto do romance tal como o autor o concebeu originalmente, incluindo uma interessante selecção de material inédito: entrevistas e artigos, assim como anotações e ilustrações do autor no manuscrito original. A rematar o conjunto, um glossário de Nadsate, imprescindível para os leitores que não queiram aventurar-se sozinhos na descoberta da língua inventada por Burgess neste romance. Aceitemos o convite do autor: «Se A laranja mecânica, à semelhança de 1984, assumir o seu posto como um dos salutares avisos literários contra a lassidão, o pensamento desleixado e a confiança excessiva no Estado, então terá alcançado algo de valor.»
Admirável Mundo Novo
Aldous Huxley
Admirável Mundo Novo é uma parábola fantástica sobre a desumanização dos seres humanos. Na utopia negativa descrita no livro, o Homem foi subjugado pelas suas invenções. A ciência, a tecnologia e a organização social deixaram de estar ao serviço do Homem; tornaram-se os seus amos. Desde a publicação deste livro, o mundo rumou a passos tão largos na direcção errada que, se eu escrevesse hoje a mesma obra, a acção não distaria seiscentos anos do presente, mas somente duzentos. O preço da liberdade, e até da simples humanidade, é a vigilância eterna.
As Vinhas da Ira
John Steinbeck
Na década de 1930, as grandes planícies do Texas e do Oklahoma foram assoladas por centenas de tempestades de poeira que causaram um desastre ecológico sem precedentes, agravaram os efeitos da Grande Depressão, deixaram cerca de meio milhão de americanos sem casa e provocaram o êxodo de muitos deles para oeste, rumo à Califórnia, em busca de trabalho. Quando os Joad perdem a quinta de que eram rendeiros no Oklahoma, juntam-se a milhares de outros ao longo das estradas, no sonho de conseguirem uma terra que possam considerar sua. E noite após noite, eles e os seus companheiros de desdita reinventam toda uma sociedade: escolhem-se líderes, redefinem-se códigos implícitos de generosidade, irrompem acessos de violência, de desejo brutal, de raiva assassina. Este romance que é universalmente considerado a obra-prima de John Steinbeck, publicado em 1939 e premiado com o Pulitzer em 1940, é o retrato épico do desapiedado conflito entre os poderosos e aqueles que nada têm, do modo como um homem pode reagir à injustiça, e também da força tranquila e estoica de uma mulher. As Vinhas da Ira é um marco da literatura mundial.
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