O ano está quase quase a terminar. Muitos livros entraram nas nossas estantes, muitos outros saíram. Hoje, venho falar-vos sobre os livros que adicionei à minha wishlist nos últimos tempos, aqueles em que realmente ando de olho. Porque de vez em quando, sabe bem atualizar a lista, não é?
Ora vejam lá…
Consentimento
Vanessa Springora

O livro-testemunho que incendiou a sociedade francesa. Uma história de amor e perversão, de vítimas e predadores. Paris, meados da década de 80: a jovem V. procura nas páginas dos livros algo que preencha o vazio de afecto deixado pelo divórcio dos pais. Com treze anos, num jantar, conhece G., escritor, figura da elite intelectual parisiense, semblante de monge budista e «olhos de um azul sobrenatural». Desconhece a reputação sulfurosa de que o escritor de cinquenta anos goza e desde o primeiro olhar é conquistada pelo magnetismo daquele homem, pelos olhares que lhe dedica. Depois de um meticuloso cortejo de algumas semanas, V.entrega-se a G. de corpo e alma.
Minha Sombria Vanessa
Kate Elizabeth Russell

“Um romance explosivo e perturbador que explora as dinâmicas psicológicas da relação entre uma adolescente ingénua… e o seu malicioso professor Em 2000, Vanessa Wye é uma adolescente de 15 anos ambiciosa e solitária. Sonhando ser escritora, não se importa de estar sempre sozinha, mas abre uma exceção quando Jacob Strane, o seu professor de inglês, lhe começa a dar mais atenção. Antes que Vanessa tenha consciência, iniciam uma relação, e ela acredita que ele realmente a ama. Em 2017, uma ex-aluna acusa Strane de abuso sexual. Vanessa fica perante uma escolha impossível: ficar calada, acreditando que se havia envolvido voluntariamente naquela relação… ou redefinir a sua grande história de amor como mera violação. Por um lado, não quer rejeitar esse primeiro amor, o homem que a transformou e tem sido uma presença constante na sua vida. Por outro, será possível que ele seja muito diferente do que ela pensava? Será ela apenas mais uma vítima? Alternando entre passado e presente, Minha Sombria Vanessa é um retrato excecional de uma adolescência conturbada e das suas consequências, levantando questões cruciais sobre liberdade, consentimento, abuso e vitimização, captando de forma brilhante uma cultura em mudança que transforma as nossas relações e a própria sociedade.”
Mulheres Douradas
Nimina Forma

Deka, de 16 anos, devido à sua intuição e natureza sente-se diferente e vive com medo do ritual do sangue, o qual irá determinar se pode ou não ser um membro da sua aldeia. Se o seu sangue correr vermelho, será aceite pela comunidade. Mas no dia da cerimónia o seu sangue revela ser dourado, a cor da impureza, de um demónio, e as consequências serão pior do que a morte. A jovem vê-se forçada a abandonar a aldeia onde sempre vivera na companhia de uma mulher misteriosa e a juntar-se a um exército de raparigas como ela – as alaki. Um grupo de raparigas quase imortais com dons raros e as únicas capazes de travar a maior ameaça do império. Mas, à medida que avança até à capital para treinar para a derradeira batalha, Deka descobre que a grande cidade murada encerra em si muitas surpresas. Nada nem ninguém é exatamente o que parece ser – nem mesmo Deka…
A Noiva Cigana
Carmen Mola

“Susana Macaya, filha de pai cigano mas educada fora da comunidade, desaparece depois da sua despedida de solteira. O corpo é encontrado dois dias depois na Quinta de Vista Alegre no bairro madrileno de Carabanchel. Poderia ser mais um homicídio, não fosse o facto de a vítima ter sido torturada na sequência de um ritual inusitado e atroz e de a sua irmã, Lara, ter sofrido o mesmo destino sete anos antes, também na véspera do casamento. O assassino de Lara cumpre pena desde então, pelo que há apenas duas possibilidades: ou alguém imitou os seus métodos para matar a irmã ou há um inocente encarcerado. Investigar uma pessoa implica conhecê-la, descobrir os seus segredos e contradições, a sua história. No caso de Lara e Susana, a detective Elena Blanco deve olhar para a vida de alguns ciganos que renunciaram aos seus costumes para se integrarem na sociedade. E de outros que não lhes perdoam, e levantar cada véu para descobrir quem poderia vingar-se com tanta crueldade de ambas as noivas ciganas.”
A Outra Metade
Brit Bennett

As gémeas Stella e Desiree Vignes, tão idênticas de feições quanto diferentes de feitio, nasceram para contrariar a profecia. Geração após geração, a comunidade negra desta pequena localidade, no Estado sulista de Luisiana, esforça-se por aclarar o tom da sua pele, favorecendo os casamentos mistos. Desiree e Stella são disso um bom exemplo, com a sua pele «cor de areia húmida», olhos castanho-avelã e cabelo ondulado. Mas a aparência não basta para as livrar do estigma, e acabam por assistir à morte violenta do pai, à humilhação da mãe depois disso. Aos dezasseis anos, escolhem fugir juntas da terra sufocante. Pretendem escapar ao seu sangue e libertar o seu futuro. Mas a fuga para Nova Orleães acaba por ditar o afastamento das irmãs, até então inseparáveis. Catorze anos mais tarde, Desiree volta à casa materrna, arrastando pelas ruas poeirentas da terra uma filha de pele «negra como o alcatrão», que atrai todos os olhares do lugarejo retrógrado. Stella, por seu lado, tem a vida construída numa mentira: vive na Califórnia, faz-se passar por branca, e o marido nada sabe do seu passado. Apesar de tantos quilómetros e tantas mentiras a separá-las, os destinos das gémeas estão inevitavelmente entrelaçados. E voltarão a cruzar-se, porque é impossível renegar a metade que nos pertence. Na saga desta família que atravessa quatro décadas e vários Estados, Brit Bennett cria uma história de apelo universal e intemporal. Não se detendo no inevitável tema central da raça e da identidade, A outra metade reflete sobre o peso do passado no presente, pondera as consequências e os limites da reinvenção pessoal e oferece uma meditação poderosa sobre a família e a liberdade individual. a Um romance sensual, envolvente e inquietante, de uma das grandes revelações da literatura americana dos últimos tempos.
Quichotte
Salman Rushdie

Inspirado pelo clássico de Cervantes, Sam DuChamp, um medíocre autor de livros de espionagem, cria Quichotte, um cortês e apatetado vendedor ambulante obcecado pela televisão que é vítima de uma paixão impossível por uma estrela de TV. Acompanhado pelo seu filho (imaginário) Sancho, Quichotte empreende uma picaresca busca pela América a fim de se mostrar digno da sua mão, arrostando valorosamente com os tragicómicos perigos de uma era em que «Tudo-Pode-Acontecer». Entretanto, o seu criador, que vive uma crise de meia-idade, enfrenta igualmente os seus imperiosos desafios. Tal como Cervantes escreveu Dom Quixote para satirizar a cultura do seu tempo, Rushdie transporta o leitor numa desvairada corrida através de um país à beira do colapso moral e espiritual. E, com aquela magia narrativa que é a imagem de marca da obra de Rushdie, as vidas amplamente realizadas de DuChamp e Quichotte interpenetram-se numa busca profundamente humana do amor e num retrato perversamente divertido de uma época em que os factos são tantas vezes indistinguíveis da ficção.
O Ano do Dilúvio
Margaret Atwood

«Os especialistas não sabiam o que era aquele supervírus, mas era com certeza uma pandemia…» Os tempos e as espécies estão a mudar rapidamente. A sociedade e a estabilidade ambiental estão a desmoronar-se. Adão, o líder dos Jardineiros – uma seita dedicada à fusão de ciência e religião, bem como à preservação de toda a vida vegetal e animal – há muito previu um desastre natural que alterará a Terra como a conhecemos. Agora aconteceu, obliterando a maior parte da vida humana. O Sol já brilha no céu, dando ao cinzento do mar o seu tom avermelhado. Os abutres secam as asas ao vento. Cheira a queimado. O dilúvio seco, uma praga criada em laboratório pelo homem, exterminou a humanidade. Mas duas mulheres sobreviveram: Ren, uma dançarina de varão, e Toby, que do alto do seu jardim no terraço observa e escuta. Está aí mais alguém? Um livro visionário, profético, de dimensões bíblicas, que põe a nu o mais ridículo e o mais sublime do ser humano: a nossa capacidade para a destruição e para a esperança. Negro, terno, inquietante, violento e hilariante, revela Margaret Atwood no seu melhor.
Sinopse de Amor e Guerra
Afonso Cruz

Theobald Thomas e Bluma Janek estão fadados a ficar juntos desde que vêm ao mundo. Os livros são o seu ponto de encontro. Mas a Berlim do pós-guerra, uma cidade enlutada e dividida, haverá de contrariar o que o destino parecia ter escrito. Numa noite de Agosto, sem aviso, o chão de Berlim é rasgado pelos alicerces de um muro o mais famoso da História e a promessa do primeiro beijo fica adiada. O novo romance de Afonso Cruz parte de uma trama real em que o amor e a guerra se entrelaçam para questionar certos limites, encontrando no fado individual de dois amantes o reflexo de algo universal: o que seríamos capazes de fazer por paixão, que barreiras ultrapassaríamos? Pode o amor saltar muros sem que alguém se magoe?
O Clube do Crime das Quintas-Feiras
Richard Osman

Quatro reformados com alguns truques na manga, uma polícia com o seu primeiro grande caso nas mãos, um assassinato brutal. Bem-vindos a… o clube do crime das quintas-feiras. Num pacato bairro de residências privadas para reformados, quatro amigos improváveis reúnem-se uma vez por semana para discutir crimes que ficaram por resolver. Ron, um ex-sindicalista todo tatuado; a doce Joyce, uma viúva que não é tão ingénua quanto parece; Ibrahim, um ex-psiquiatra com uma incrível habilidade analítica; e a tremenda e enigmática Elizabeth, que lidera este grupo de investigadores amadores… ou nem por isso. Quando um homicídio ocorre no pequeno bairro, e uma misteriosa fotografia é encontrada ao lado do cadáver, o clube vê-se envolvido no seu primeiro caso real. Embora sejam quase octogenários, os quatro amigos têm alguns truques na manga… Será que este gangue pouco convencional, mas brilhante, irá conseguir apanhar o assassino antes que seja tarde demais? O melhor é nunca subestimar um grupo de velhotes. O fenómeno literário mundial chega a Portugal. um livro inteligente, divertido e viciante. Impossível de parar de ler.
Mulheres Que Não Perdoam
Camilla Läckberg

Uma história poderosa que coloca as mulheres e as suas lutas, uma vez mais, no centro da acção. Prisioneiras dos seus casamentos, cansadas de sofrer e com vontade de se vingar, três mulheres que não se conhecem trocam confidências num fórum de Internet. Ingrid, esposa de um famoso editor de jornal que sacrificou a sua carreira de jornalista em benefício do marido, descobre que este a está a trair sem escrúpulos. Birgitta, a doce professora apreciada por toda a comunidade, sabe que está doente há vários meses, mas continua a adiar a consulta ao médico. As contusões que cobrem o seu corpo podem trair a violência que ela sofre em silêncio. Victoria deixou a sua Rússia natal para se estabelecer na Suécia com um homem que conheceu num site de encontros. Mas ele não é de forma alguma o marido que ela imaginou e a sua nova vida é um pesadelo. É prisioneira de um bêbado obeso que a trata «como uma boneca inflável capaz de cozinhar e manter a casa limpa». Um dia, levadas ao limite, planeiam, mesmo sem se conhecerem, o crime perfeito.
[sinopses de wook.com]