Glória [2021]
Glória, a primeira série portuguesa da netflix, leva-nos a Glória do Ribatejo e à Rádio Europa Livre que, em plena Guerra Fria, fervilha de intrigas e espiões. Nesta trama russos, ingleses e portugueses partilham cenários e lutam discretamente entre si para vencerem uma guerra que é feita, sobretudo, pela calada. Eu não sou muito ligada à história em geral e o tema da Guerra Fria foi um que nunca me chamu particularmente a atenção. Por isso, admito: não esperava gostar, nem de perto, tanto desta série como gostei! Empolgante, viciante, repleta de suspense e acção e com uma ou outra cena bem mais chocante do que pensei, Glória tem tudo para prender o espectador do início ao fim. Com excelentes actuações, uma história consistente e um mix de culturas e línguas, é sem dúvida uma produção portuguesa de imensa qualidade! 5*, muito recomendada!
Them [2021]
Them é uma série de terror de 2021 que nos apresenta a realidade das famílias negras que nos anos 50 se começaram a mudar para os “bairros dos brancos” nos EUA. Apesar de já não ser ilegal viverem lá, o racismo continuava a ser algo muito real e alguns brancos estavam dispostos a tudo para expulsar os negros. Aqui conhecemos Henry e Lucky e as suas filhas Ruby e Gracie quando se mudam para um desses bairros. Them foi uma série que me impressionou imenso. É uma produção com duas vertentes: por um lado fala-nos de um tema social, o racismo levado ao extremo; por outro é uma série de terror, com algumas questões sobrenaturais muito bem colocadas. O terror está sem dúvida muito bem inserido na temática. Se virem com atenção, alguns pormenores desse terror são de factomuito relevantes dentro do próprio tema do racismo. Está bem explicado, bem colocado e surge nos momentos certos. Eu sou fã de terror e este conquistou-me. Ainda assim tenho de dizer que o tema do racismo me impressionou mais. Chega a ser doentio e há uma cena em especifico que faz doer a alma. Adorei. Uma das melhores séries deste ano. 5*
Mary Shelley [2017]
Neste filme de 2017 conhecemos a história de vida de Mary Shelley, a autora da obra Franskenstein. Vemos a sua infância e juventude, depois o seu atribulado envolvimento com o poeta Percy Shelley, percebemos como a autora chegou ao conceito da obra Frankenstein e por fim as dificuldades que passou para que o seu talento fosse reconhecido. É um filme incrível. As interpretações dos autores estão excelentes, a vida de Mary Shelley revelou-se muito interessante e bastante mais penosa do que seria de supôr. As suas dores, as suas paixões, os seus sonhos, envolvem-nos neste filme como se se tratasse de uma pessoa querida e próxima de nós. É também um filme que retrata bem a época sobre a qual se debruça, trazendo-nos claramente diversos aspectos da sociedade que merecem sem dúvida esse destaque. Muito recomendado! 5*
Calls [2021-]
Todos sabemos, enquanto espectadores, que não é qualquer série/filme que nos agarra. É preciso ser suficientemente interessante para despertar a atenção a alguém num mundo como o nosso em que existe tanta opção e tantos estimulos constantes. Eu própria facilmente deixo séries e filmes a meio se eles não me agarrarem logo de início. É preciso uma boa conjugação de história/produção/imagem/som e tudo o mais. Agora, imaginem uma série sem imagem nem narrador, em que apenas ouvimos as conversas telefónicas entre as personagens. Parece desanimador, não parece? Pois desenganem-se. Calls foi uma série que me deixou realmente impressionada do início ao fim pela forma como me agarrou. Não vemos as personagens e isso, pelo menos para mim, é totalmente novo! Ainda assim consegue agarrar-nos. É instigante, deixa-nos de nervos em franja a querer saber mais. É constituída por uma temporada de episódios curtos (cerca de 20 min cada) e acreditem, vale muito a pena! Aqui ouvimos conversas intercaladas entre diferentes personagens e algumas chamadas feitas para o número de emergência (o equivalente ao nosso 112). Algo de estranho está a acontecer; o tempo e o espaço parecem estar a ficar diferentes, mas o que será? Uma série surpreendente, incrível e muito boa! 5*
Fragmentado [2017]
Kevin é um homem com uma forte desordem psicológica: ele tem 23 personalidades que disputam entre si a luz do dia. A sua psiquiatra parece, apesar disso, julgá-lo inofensivo mas um dia Kevin rapta três jovens que planeia dar a comer à sua 24ª personalidade, a mais forte e pior de todas: a Besta. Conseguirão elas escapar? Sabemos que existem muitos filmes cuja base da história é um rapto. Ainda assim este vai mais longe ao transformar uma única ersonagem, o raptor, em muitas personagens diferentes. Nunca sabemos quem vai surgir a seguir e chegamos mesmo a duvidar da existência daquela 24ª personalidade. Isso torna este filme numa obra complexa e muito mais instigante, com um conteúdo diferenciado e interessante. A interpretação de James McAvoy é genial e o filme deixa-nos agarrados ao ecrã do início ao fim. Muito recomendado! 5*
Uma família de dois [2016]
Samuel era um solteirão habituado à boa vida, que não se envolvia em nada em que fosse preciso grande responsabilidade. Ele não a tinha. Até ao dia em que Kristin, com quem ele tivera uma aventura de uma noite um ano antes, bate à sua porta e abandona a filha que ela diz ser dele. A vida de Samuel muda totalmente, mas ele acaba por amar aquela criança criança acima de tudo. Muda de emprego, muda de país e nos oito anos seguintes todo o seu mundo gira à volta de Gloria, a filha. Até ao dia em que Kristin regressa e quer a filha de volta. Mas as coisas são ainda mais complicadas do que parecem… Uma família de dois é um filme muito comovente, muito inspirador e muito triste. Os actores fazem um trabalho extraordinário, e quem assiste tão depressa está a rir com vontade como com uma lagrima no canto do olho de tristeza. É um filme que nos recorda o que é realmente importante na vida. E o final é particularmente especial… Magnifíco! 5*, recomendado!
Enola Holmes [2020]
Depois da morte do pai e da partida dos irmãos mais velhos, Enola passa a ser criada apenas pela mãe, cujos métodos de educação são um tanto ou quanto abstratos. Quando Enola faz 16 anos a ligação que as une é única e inquebrável… ou assim pensava ela, antes de acordar e perceber que a mãe tinha desaparecido durante a noite. É então que os seus dois irmãos voltam para casa, um dos quais é Sherlock Holmes. Enola, desesperada, parte à procura da mãe. Enola Holmes é um filme de mistérios de 2020, baseado nos livros de Nancy Springer. Aqui a jovem irmã de Sherlock é a verdadeira investigadora. Não que Sherlock não seja ele próprio neste filme, claro que ele também está lá a desvendar o mistério. Mas nã é o centro. É um filme muito bom, divertido e com um bom mistério por trás. Leve, entretem e deixa-nos apaixonados por esta adolescente investigadora que é a Enola. De certa forma, traz também algumas questões importantes. Recomendado, muito recomendado! 5*