“Era opinião generalizada que o senhor Ibrahim era sábio. Provavelmente por ser há cerca de quarenta anos o único árabe numa rua de judeus. Sem dúvida também porque sorria muito e falava pouco. Talvez porque parece-se escapaz à agitação comum dos mortais, especialmente dos mortais parisiences, sem nunca fazer ondas, qual ramo enxertado no seu pequeno banco, nunca arrumando o balcão da loja diante de quem quer que fosse, e desaparecendo, não se sabia para onde, entre a meia-noite e as oito da manhã.”
“-Afinal, talvez não seja assim tão mau. Há infâncias que se devem esquecer, infâncias das quais é preciso recuperar.”
Eric-Emmanuel Schmitt é um escritor belga nascido a 8 de março de 1960 e, Sainte-Foy-lès-Lyon, na França. Venceu já o prémio Goncourt de romance e o Grande Prémio de Teatro da Academia Francesa, é um dos autores franceses contemporâneos mais lidos hoje em dia e os seus livro já foram traduzidos em mais de 40 idiomas.
Em O Senhor Ibrahim e as Flores do Alcorão conhecemos a história de Momo, um menino criado por um pai frio que descobre no velho senhor Ibrahim, dono da mercearia da rua, o significado de família. Uma história curta, bonita e triste para nos relembrar o que é realmente importante na vida e que no fim tudo passa.
Já me tinham recomendado este livro diversas vezes, sempre como sendo uma história bonita e comovente. Por isso, admito, o livro surpreendeu-me na primeira frase. Não esperava que começasse como começou, nem que terminasse como terminou. É uma história singela, sem mistérios nem reviravoltas, sem grandes surpresas, sobre o lento e regular decorrer da vida. É uma história comovente, sem dúvida, que me fez lembrar vagamente O Meu Pé de Laranja Lima de José Mauro de Vasconcelos. É também um livro curto, uma leitura extremamente rápida, breve e agradável.
Vale a pena! Recomendado, 3*
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