“Ali algures, ficava a nascente do rio, segundo o que o avô tinha dito, e ela sentiu um grande desejo de a descobrir. Não sabia bem porquê. Talvez, pensou, devido à ansiedade relativamente ao avô e àquela estranheza que ela não conseguia verbalizar, fazia-a ter necessidade de contemplar o começo de algo em vez do fim; ter a experiência de alguma coisa mais duradoura do que a vida humana. Mais duradouro, mesmo que não fosse permanente. Sabia que tudo o que a rodeava morreria um dia: as árvores murchariam, as rochas desfazer-se-iam e mesmo o ribeiro murmurante secaria um dia, apesar de ela não gostar de pensar nisso.”

Tim Bowler nasceu a 14 de novembro de 1953 no Reino Unido e é um reconhecido escritor de literatura infanto-juvenil. O Rapaz do Rio valeu-lhe o prémio Carnegie Medal em 1998. Dele também temos em português O Rapaz que Ouvia as Estrelas e O Mar dos Múrmurios.
Em O Rapaz do Rio conhecemos a história de Jess e da sua família. Jess tem uma relação muito forte e especial com o avô, mas agora o avô está doente e vai morrer e a vida da família está virada de pernas para o ar. A única coisa que consegue fazer Jess sentir-se um pouco melhor é nadar, e é por isso que ela vai tantas vezes para o rio. É nessas suas aventuras que começa a avistar um misterioso rapaz que nada ainda melhor que ela e que não devia estar ali…
Jess percebe que o seu avô está a morrer e isso torna este livro numa história bastante triste. Mas ainda assim o que mais sobressai não é a tristeza, mas o amor que os une, as suas semelhanças e as suas história. É também uma história de coragem e superação, de vontade de viver, de amizade e lições para a vida. Um livro verdadeiramente inspirador que promete pôr os mais novos a pensarem na vida e na morte de uma forma mais calma…
Muito recomendado! 5*!