“O destino costuma estar ao virar da esquina. Como se fosse um gatuno, uma rameira ou um vendedor de lotaria: as suas três encarnações mais batidas. Mas o que não faz é visitas ao domicilio. É preciso ir atrás dele.”
“O Julián escreveu uma vez que os acasos são as cicatrizes do destino. Não há acasos, Daniel. Somos títeres da nossa inconsciência.”

Carlos Ruiz Zafón nasceu em Barcelona a 25 de Setembro de 1964. O seu primeiro romance, O Príncipe da Neblina, vendeu mais de 150 mil exemplares em Espanha, foi traduzido em várias línguas e rendeu-lhe em 1993 o Prémio Edebé. No entanto foi com A Sombra do Vento que ficou realmente conhecido, tendo esta obra sido traduzida em mais de trinta idiomas e publicada em cerca de 45 países. Foi finalista dos prémios literários espanhóis Fernando Lara em 2001 e Llibreter em 2002 e venceu o Prémio Correntes d’Escritas em 2006. Faleceu a 19 de Junho de 2020 em Los Angeles, vitima de cancro.
Em A Sombra do Vento conhecemos Daniel, um adolescente órfão de mãe que trabalha com o pai numa pequena livraria. Certa noite o pai leva-o e mostra-lhe um local secreto: o cemitério dos livros esquecidos. Daniel é então autorizado a levar um dos livros daquele lugar e escolhe A Sombra do Vento de Julian Carax. Mas muitos mistérios cercam aquele livro e aos poucos Daniel vê-se envolvido uma teia de mentiras e descobertas.
É difícil decidir por onde começar a falar sobre A Sombra do Vento. É uma história complexa, que além de nos envolver no mundo mágico dos livros também fala de outros temas bastante polémicos. É uma história bem construída com uma reviravolta chocante embora esperada, uma história que agarra o leitor até ao fim.
As personagens são carismáticas e complexas, humanas, com tudo o que isso tem de bom e mau. Algumas dão-nos arrepios, outras dão-nos vontade de as abanar e gritar-lhes aos ouvidos “Não faças isso!”, outras gostávamos de poder proteger. Todas têm uma história bem construída e estão longe da perfeição, o que só as torna mais reais. A história tem imensas nuances e pormenores interessantes, e admito que quando comecei a ler estava muito longe de imaginar que a história iria ser o que foi. É sem dúvida um livro marcante e envolvente, com um toque de fantástico.
Um livro memorável! 5*
Muito recomendado!