“E o amor? Ah! O amor, esse, havia de vir, chega sempre que se quer, quando se ama o amor – e se necessita dele.”
Miguel de Unamuno y Jugo nasceu a 29 de Setembro de 1864 em Bilbau, Espanha e faleceu a 31 de Dezembro de 1936 em Salamanca. Foi ensaísta, romancista, dramaturgo, poeta e filósofo e de 1931 a 1933 foi deputado pela região de Salamanca. É o principal representante espanhol do existencialismo cristão.

Em Uma História de Amor conhecemos Ricardo e Ludovina, um jovem casal de namorados numa pequena terrinha, que namora todos os dias separado por um portão de ferro. Ricardo e Ludovina não têm grandes preocupações, mas também não têm nenhumas certezas. Namoram quase por um acaso, não mostram grandes laivos de paixão nem nenhum amor incondicional. Ainda assim namoram e, por uma razão ou por outra, nenhum quer terminar tal relação. Ambos são fervorosos na sua fé, e isso é o que mais os une. Até ao dia em que decidem que têm de tomar uma decisão, e a decisão que sai é fugirem juntos. A sua fuga dura apenas dois dias e termina abruptamente. Ricardo acaba por tornar-se padre e Ludovina freira. Mas será esse o fim do seu amor?
Uma História de Amor é uma história pequena, que se lê de rompante em menos de nada, mas que está longe de ser uma história vazia. Aqui, mais do que um relato de um amor incondicional e fervoroso, Unamuno traz-nos um retrato da sociedade da época, das crenças e da religiosidade, do clero e do povo. E fala-nos disso de uma forma sarcástica, quase, diriam os mais religiosos, pecaminosa. Em poucas páginas somos transportados para um passado que não passou assim há tanto tempo, um passado onde reinava a água benta e a vergonha.
E consegue, ainda assim, dar-nos uma história bonita. Maravilhoso!
Livro recomendado!