Shirley Hardie Jackson foi uma escritora norte-americana que nasceu em São Francisco, na Califórnia, em Dezembro de 1916. Escreveu seis romances, dois livros de memórias e vários contos, tendo ficado conhecida sobretudo pelas suas obras de terror e mistério.

Em Sempre Vivemos no Castelo conhecemos as irmãs Mary Katherine Blackwood e Constance Blackwood e o seu tio idoso e doente, que vivem numa velha mansão. Em tempos a mansão da família Blackwood  foi um dos mais imponentes edifícios da zona e a sua família era considerada uma das melhores e mais antigas e muito bem vista. Mas aconteceu uma tragédia na casa que vitimou os pais de Mary, o seu irmão e a esposa do seu tio. No tempo em que decorre a acção Constance e o tio não saem de casa e Mary apenas o faz para ir buscar comida quando é preciso.

Não posso dizer que o mistério deste livro seja difícil de descobrir, conseguimos percebe-lo claramente bem antes de nos ser revelado, mas acho que era mesmo essa a intenção da autora. Este não é um livro de mistério. É um daqueles livros que nos fica a martelar na cabeça dias e dias depois de os lermos, como se a história não quisesse entrar.

Constance e Mary estão numa situação em que é difícil imaginar alguém. É como se estivessem fechadas numa sala e as paredes se fechassem sobre elas. Dá ao leitor uma sensação de clausura, de não ter por onde sair, de não saber o que fazer. Mas ao mesmo tempo uma certa revolta pois sabemos que de certa forma elas estão nessa situação porque querem, porque a ela se impõem, porque se recusam a seguir em frente.

E o fim…o fim deste livro é algo que eu nem consigo perceber se gostei ou não. É um livro estranho, mas bom. Muito bom, na verdade. Consegue mexer realmente com a mente dos leitores, que é o que este género de livros deve fazer.

Livro recomendado!

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