“Decidira brincar aos detetives – e se há alguma coisa que une todos os detetives, sem exceção, pelo menos a acreditar no que li, é a solidão. Os suspeitos conhecem-se uns aos outros. Podem até ser parentes ou amigos. Mas o detetive é sempre o elemento estranho. Faz as perguntas necessárias, mas não estabelece relação com ninguém. Não confia neles, e os suspeitos, por seu turno, têm medo do detetive. É uma relação baseada inteiramente no desengano e que, no final, não leva a lado nenhum.”
“Quando perseguimos uma ambição a vida toda, é assustador alcançar o que nos propomos. E o que fazer em seguida?”
Anthony Horowitz nasceu no Reino Unido em Abril de 1955. É escritor e argumentista e já escreveu até hoje mais de 50 livros, incluindo as séries Pentagram, The Diamond Brothers, Alex Rider e Groosham Grange.
Em Crime, disse o livro, temos duas histórias diferentes. A história das personagens deste livro, e a história das personagens do livro que eles lêem e em torno do qual gira o caso. Parece ser confuso? Não é. Mas é sem duvida diferente.
Numa das histórias conhecemos Atticus Pünd, que investiga duas mortes misteriosas na mesma pequena terra. Na outra Susan Ryeland, uma editora que trabalha há anos com o escritor Alan Conway, autor das histórias sobre Atticus. Quando Alan se suicida inesperadamente, sem entregar o final do último livro, Susan parte em busca das folhas desaparecidas. Mas aos poucos começa a suspeitar que o suicídio de Alan talvez não tenha sido um suicídio…
Este livro é impressionante, antes de mais, pela forma incrível como nos recorda a fantástica Agatha Christie. Parece mesmo que estamos a ler um livro dela! É bom, é empolgante, e ainda por cima não tem um mistério, mas sim dois!
A primeira passagem de um caso para outro magoou profundamente os meus sentimentos de leitora. Foi um choque, mas a ideia era claramente essa. E a ideia de um livro em que a personagem é um escritor que escreve um livro que nos é dado a ler é tão intrincada que é quase filosófica. É dois pelo preço de um! 😉
A escrita é óptima, lê-se de um trago e os mistérios são fantásticos. Eu não consegui desvendar nem um nem outro, mas isso também faz parte da piada. É uma leitura viciante, daquelas que não conseguimos largar até que acabe e se mais houvesse, mais se lia!
Foi sem dúvida uma das melhores leituras do mês até agora.
Livro recomendado!