“Mas nunca faço coisas dessas. Só as imagino. Senão, de certeza que iam pensar que eu tinha enlouquecido outra vez. Perdeu o norte, é o que dizem, como se a loucura fosse uma direção e tivesse a ver com pontos cardeais, ou correspondesse a um país completamente diferente. Mas, quando enlouquecemos, não vamos a parte nenhuma, ficamos onde estamos. E é outra pessoa que entra em cena.”
Nesta obra conhecemos Grace Marks, uma mulher condenada pelo homicidio brutal da governanta e do dono da casa em que trabalhava. Enviada para um hospicio e mais tarde tornada prisioneira e empregada, alguns julgavam-na inocente, outros culpada, outros uma vitima. Mas Grace não se lembra de nada. Não se lembra de ter morto aquelas pessoas. É então que um grupo de clérigos que a julgam inocente decidam encontrar alguém para investigar…
Esta é uma história verídica. Grace Marks foi uma empregada irlandesa condenada em 1843 pela morte de seu patrão Thomas Kinnear da governanta, Nancy Montgomery.
A história é interessante, sem dúvida, e o facto de ser baseado numa história real só a torna melhor.
Ainda assim, não foi um dos meus livros favoritos dos últimos tempos. O livro é demasiado extenso para a história que é, e apesar de a escrita ser boa não me senti “agarrada” à leitura. É interessante a dicotomia vitima/assassina e o não sabermos ao certo em que acreditar. De facto Grace tanto podia ser uma coisa como outra.
Não é uma leitura fluída. Ainda hei-de tentar ver a série da netflix, que parece uma forma mais fácil de conhecer esta história, mas o livro não me contentou.
Livro pouco recomendado.
Olá Anabela.
De Margaret Atwood só li,e recentemente, o célebre e aclamado “História de uma Serva” e, honestamente, não gostei!
E não gostei porquê?
Primeiro porque, e embora seja uma distopia, não o argumento verosímil. Embora tenha gostado da escrita, a história nunca me cativou porque é “daquelas” cuja probabilidade é impossível. E nota, até poderia achar que a história seja possível, mas a forma, sem luta, como a personagem se comporta, as explicações para o estado de coisas em que a sociedade chegou, é tão inverosímil, que nunca me agarrou.
Sinceramente achei o livro mais um livro de fantasia do que uma distopia e não compreendo bem o porquê do sucesso que fez.
GostarLiked by 1 person
Olá Miguel 🙂 para ser sincera eu fui daquelas pessoas que leram o Historia de uma Serva e na altura, adoraram. Agora, por outro lado, acho que já não ia gostar da mesma maneira. Nao o acho inverosimil, mas as personagens são fracas, sim, e a história podia ter sido melhor. Sinto que me estou a contrariar a mim mesma, mas pronto, os gostos mudam 😀 agora, não discordo de ti
GostarGostar
Mudam e de que maneira e, sabes, à medida que vamos amadurecendo, a nossa percepção também vai mudando, ou seja, eu tenho por hábito reler muitas obras, há casos, como por exemplo nos “Maias”, “Guerra e Paz”, “Crime e Castigo”, “A Filha do Capitão” e outros, que lá li três, quatro, cinco vezes (Os Maias já li 5x), mas depois de ler tantas vezes, descubro sempre factos novos, factos que em leituras anteriores nada me disseram mas que têm uma nova visão, entendes?
E há casos de livros que adorei e que, quando os fui reler, pensei: “Que mau!, como foi possivel ter gostado disto?”
E também livros que li e não gostei, ou não achei nada de especial, e que, anos mais tarde, vou reler, por qualquer vicissitude, e adoro.
Por isso aprendi a não formular opiniões muito negativas sobre as obras que analiso. Geralmente quando não gosto mesmo e refiro-o de uma forma muito directa, o aspecto negativo vai sempre para a forma como o livro está escrito e não pela história, pois isso é muito subjectivo e depende sempre do “nosso” momento. Mas quando me deparo com livro mal escritos, daqueles que têm situações caricatas e sem sentido, então aí sou implacável e corrosivo.
ou seja, resumindo e concluindo: “A História de uma Serva” tem imensa qualidade literária, mas como história achei-a inverossímil e com personagens fracas.
GostarLiked by 1 person