“Via que ninguém tinha pena dele, porque ninguém queria sequer compreender o seu estado.”
“Chorou pelo seu desamparo, pela sua horrível solidão, pela crueldade dos homens, pela crueldade de Deus, pela ausência de Deus.”
Neste livro conhecemos a morte – e, sobretudo, a vida – de Ivan Ilitch, um burocrata russo e dos que o cercam. É um livro em que o tema principal é a morte mas que no fundo nos fala de vida.
Tenho-me aventurado nos clássicos aos poucos e este livro é tão curto que me pareceu um bom começo em Tolstói. Ficou provado, nesta leitura, que um livro não precisa ser grande para ser bom.
Mais do que saber como morreu Ivan, ficamos a saber como viveu. É um livro que fala da vida não vivida, perdida em trabalho e aparências. E isso torna-o num livro que nos dá vontade de viver.
No fim, a morte e com ela a solidão final. Ninguém quer realmente saber. Nos vivos fica a felicidade de não terem sido eles a morrer e nada mais.
Este é um livro curto mas duro. Põe-nos a pensar na morte, na brevidade da vida e na forma como a vivemos. É um murro no estômago que por vezes nos faz lembrar os murros de Kafka. Um clássico menos conhecido do que a maioria mas que sem dúvida merecia um reconhecimento muito maior. A leitura, sem ser demasiado fácil, não é complexa nem difícil. Uma obra-prima que todos deveríamos ler em algum momento da nossa vida!
Livro muito recomendado!
Minha amiga, se te estás a aventurar nos clássicos, sugiro (rogo) que leias os seguintes:
– Crime e Castigo (Dostoievski);
– D. Quixote (Cervantes);
– Guerra e Paz (Tolstoi);
– O Amante de Lady Chatterley – D. H. Lawrence;
– David Copperfield – Charles Dickens;
– Olhai os Lírios do Campo – Érico Veríssimo;
– Servidão Humana – Somerset Maugham;
– A Voz da Terra – Miguel Real
E se quiseres ais sugestões, é só pedires!
😉
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O amante de Lady Chatterley já li, é muito bom. O servidão humana , Guerra e Paz e D. Quixote também já estão só há espera de vez. Mas até agora não gostei de nenhum como gostei do Lolita, o que não deixa de ser estranho.
Já leste alguma coisa de Orwell? Também estou curiosa…
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Li o “Triunfo dos Porcos”.
Um clássico excepcional e muito actual!
Recomendo!
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Olá anabelar3, se precisas de mais murros valentes no estômago posso aconselhar:
– A terra devastada, T.S. Elliot (poema)
– À espera de Godot, S. Beckett (peça de teatro)
– Agarra o dia, Saul Bellow
– O Estrangeiro, A. Camus
– A Peste, A. Camus
A segunda citação que escolhestes é maravilhosamente angustiante.
Boas leituras.
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