Dia Mundial da Liberdade de Pensamento

Dizem por aí que hoje, dia 14 de Julho, é o Dia Mundial da Liberdade de Pensamento.  Direito consagrado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU, adotada a 10 de dezembro de 1948, da Liberdade de Pensamento é dito:

“Todo homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou colectivamente, em público ou em particular”.

Mas o que eu venho aqui dizer hoje não é para salientar a importância da liberdade de pensamento. Todos nós percebemos o quanto é importante pensar por nós certo? Talvez não. Ainda assim.

Hoje, o que venho dizer, é que muitas pessoas não sabem pensar por si próprias. Vivem entaladas em estereótipos, enganadas pela midia, limitando-se a ouvir e reivindicar o que ouvem. Se um dos seus diz que é azul, então é azul, mesmo que a pessoa veja branco.

Mas liberdade de pensamento é mais que isso. É mais que ouvir e repetir. É saber analisar o que se ouve. Conseguir ir lá, ver os pormenores, somar dois mais dois e ver se não estamos a acreditar que é 5.

Nos meus primeiros tempos no ensino secundário uma professora de história trouxe-nos, certo dia, uma ilustração de época de um navio negreiro. Fazia parte da matéria, não era nada de mais. Mas algo não batia certo. Na imagem os escravos tinham aposentos que quase podiam ser de nobres. Pela descrição, a viagem prometia ser fantástica. Nada do que ouvíramos até ali.

Ela perguntou-nos o que havia de errado. Claro que havia alguma coisa errada.

A ilustração tinha sido feita por um esclavagista.

É por isso que é tão importante parar para pensar. Temos liberdade para isso. Parar, analisar os dois, os 3 ou os 500 lados de cada história, independentemente do tempo que isso leve. E só depois, só depois de conhecer o campo, podemos jogar nele. Ou vamos acabar a tropeçar nos nossos próprios pés, enganados pelas nossas próprias palavras que repetimos de outros.

É para isso que serve a liberdade de pensamento. Para que possamos acreditar que nem tudo o que ouvimos é real. E para decidirmos o que é real para nós.

E é para ajudar nisso que as bibliotecas cá estão! (tinha de vir, eu sei!)

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