Chegou Julho, dizem que chegou o Verão e, com ele, muito provavelmente chegam também as férias. Agora que temos mais tempo livre e nos podemos sentar pelo menos por um pouco numa toalha de praia ou no sofá de casa a descansar e a ler um livro, chega a dúvida: mas, ler o quê?
Mulherzinhas – Louisa May Alcott
Depois da partida do pai para a guerra, as irmãs Meg, Jo, Beth e Amy ficam sozinhas com a mãe e a família enfrenta graves problemas económicos. Nesta história sobre a sociedade da época, as 4 irmãs mostram o espírito lutador e o amor que as une, sempre sem perder a força de viver e a boa disposição.
Um clássico de época que se lê de um trago, sempre num clima familiar mas que ainda assim nos faz pensar no papel da mulher na sociedade.
Uma obra prima da literatura, muito recomendada!
Chama-me Pelo Teu Nome – André Aciman
Uma das minhas leituras mais recentes e sem dúvida um excelente livro para ler no Verão, quando se procuram histórias mais leves. Esta história de amor entre dois rapazes, Elio e Oliver, passa-se também ela no Verão, em Itália, e a vontade que dá é fazer as malas e partir para aquela terra cheia de alperces e cheiros. Uma história de amor, erotismo e paixão, para ler de mente aberta. A cereja no topo do bolo é acabar de ler o livro e aproveitar para uma sessão de cinema, vendo este filme vencedor de Óscar de melhor roteiro adaptado em 2018.
Para quem nem nas férias abre mão dos policiais, este é sem dúvida um que não pode perder este ano. Conta a história de Eddie, da sua família, dos seus amigos e dos misteriosos homens de giz que não param de aparecer. Afinal, quem matou aquela rapariga há trinta anos atrás? Um livro diferente dentro do seu próprio género, onde ninguém é completamente inocente, nem mesmo as crianças. A não perder!
Falei dele aqui.
Os Loucos da Rua Mazur – João Pinto Coelho
Com pouco mais de 300 páginas e da autoria de um português este é um livro surpreendente sobre a II Grande Guerra, que nos fala de novo sobre alguns dos maiores crimes cometidos pela humanidade mas sem ser “mais do mesmo”. Aqui conhecemos a história do jovem judeu cego Yankel e dos seus amigos, o cristão Eryk e Shionka a filha da bruxa. Uma história impressionante, numa escrita impressionante, que se lê em menos de nada. Sobre amor, amizade, esperança e a forma como o tempo age sobre nós e as nossas feridas.
A Praia do Destino – Anita Shreve
Mais uma história passada na praia, aqui conhecemos a jovem Olympia, que se apaixona perdidamente por um amigos dos pais. O amor, correspondido, vai contra os padrões da época e uma vez descoberto torna-se um escândalo. Olympia é dada como perdida e afastada, mas poderá o tempo curar este amor?
Uma história linda, sobre muitos tipos de amor, capaz de partir corações.
Viver depois de Ti – Jojo Moyes
Sob a fachada de um romance que prometia ser leve mas na verdade não o é e numa altura em que a eutanásia ainda está na ordem do dia, este é um livro que promete apaixonar qualquer leitor e fazê-lo pensar. Louisa é uma jovem meio trapalhona, com uma familia que a ama e um namorado sério, até que vai trabalhar na casa de Will Traynor, um tetraplégio por quem se apaixona. Mas poderá o amor ser mais forte que a vontade que Will tem de pôr fim à vida?
Muito recomendado, capaz de nos fazer verter algumas lágrimas. Mais uma vez, recomenda-se uma sessão de cinema após a leitura…
Esta história já tem alguns anos, mas não deixa de ser menos especial por isso. É a história de Holly e Gerry e do que Holly faz quando Gerry, o amor da sua vida, morre. E é a história de como Gerry, que sabia que ia morrer, decide preparar as coisas para que a sua mulher continue a viver mesmo depois dele.
Um romance apaixonante, uma história de amor, coragem e superação. Um daqueles livros que devem ser lidos pelo menos uma vez na vida.
A rapariga de Antes – JP Delaney
«Por favor, faça uma lista de todos os bens que considera essenciais na sua vida.» É assim que começa o questionário de candidatura à casa perfeita. Parece estranho? Mais estranho ainda é o facto de que quem for aceite não pode levar nenhum desses bens.
O arquitecto que projecto a fantástica casa do nº 1 de Folgate Street, mantêm controlo total sobre os inquilinos: fotografias livros, almofadas…nada disso entra. No entanto, poucas casas são tão seguras ou acessiveis. É por isso que Emma e Jane ficam contentes por conseguirem alugá-la.
Cada uma por sua vez habita na casa, cada uma a tentar esquecer os seus problemas e a casa muda cada uma delas. O que terá feito a rapariga que lá morou antes?
Já conhecido como a mais autobiográfica das obras de Paulo Coelho, neste livro o autor retrata parte da sua própria vida. Paulo é um jovem que sonha ser escritor, que deixa crescer o cabelo e parte numa viagem pelo mundo em busca de sentido e liberdade. Um livro que nos mostra o interior da geração hippie e, muito provavelmente, uma das minhas próximas leituras.
A rapariga que lia no metro – Christine Feret-Fleury
Outro livro leve que estou ansiosa por ler e que parece ter o tom certo para o Verão. Aqui conhecemos a história de Juliette, que todos os dias apanha o metro de Paris. A rapariga, cuja viagem no metro é a parte mais interessante do seu dia, perde-se a observar os passageiros. Mas não todos, não, só os que lêem: a velha senhora que coleciona edições raras, o ornitólogo amador, a rapariga apaixonada que chora sempre na página 247. Até que um dia Juliette resolve descer numa paragem diferente e essa decisão muda o curso de todas as coisas…
Um romance sobre o ambiente de trabalho, para ler em tempos de férias. Porque não? Aqui conhecemos a história de Cobaia, uma porquinha-da-Índia que vive num escritório. O seu antigo namorado vai casar-se e apesar de estar rodeada de colegas ela sente-se sozinha.
Num tom leve, um romance que promete encantar-nos com a sua leveza e as suas metáforas.
Nesta distopia que tem causado furor nos últimos tempos, os papéis da sociedade inverteram-se. As mulheres ganharam subitamente o poder de causar sofrimento e dor e os homens passaram a ter medo de andar sozinhos à noite. Agora, quem manda são elas. Como vai isso afectar a sociedade?
Num tom mais pesado que os livros anteriores, esta distopia promete pôr-nos a pensar nos papéis de género como os conhecemos hoje e na forma como a nossa sociedade está estruturada. Livro vencedor do Baileys Women’s Prize para ficção 2017.
O centenário que fugiu pela janela e desapareceu – Jonas Jonasson
Neste livro que promete fazer-nos rir às gargalhadas, Allan Karlsson é um simpático idoso que no dia em que celebra 100 anos decidi fugir em vez de ir à festa que toda a cidade preparou para ele. Com um par de chinelos gastos, um par de joelhos empenados, muita força de vontade e alguma sorte, Allan vai então empreender uma caricata viagem onde ficamos a conhecer não só o seu presente, mas também o seu passado. Morrer de velho? Tudo bem. Mas não sem algumas gargalhadas primeiro!
A loja dos suicídios – Jean Teulé
E já que estamos a falar de histórias caricatas porque não ler este pequeno livro sobre uma loja de… suicídios? É isso mesmo, nesta loja onde o slogan é “Morto ou reembolsado” uma família ainda mais caricata do que a premissa vende suicídios. Quer uma corda para se enforcar? Ou prefere dar um tiro na cabeça? É rápido e indolor. Venenos há de todos os tipos e uma coisa é certa: os clientes nunca voltam para reclamar! Até agora…
Escondido nas sombras vive o Tall Man, que o consegue fazer sentir-se especial. Mas que custos terá?
Três mistérios cruzam-se neste livro, separados por anos. Haverá algo a uni-los? Quem é, afinal, o Tall Man? Será mesmo real?
Um thriller arrepiante que promete prender os leitores do inicio ao fim. Uma das grandes novidades
deste Verão.
E que tal agora que o tempo livre para leituras é mais, enveredar-mos finalmente pela leitura daquele clássico que está arrumado nas nossas estantes às séculos? Lolita é uma boa opção, apesar de ser um livro com um teor pesado, que não é para qualquer leitor. É um livro impressionante, sobre a pequena Dolores e o seu padrasto, a que nos dias de hoje chamaríamos um pedófilo. Um clássico da literatura, que não recomendo a todos, e que deve ser lido com calma.
Ensaio Sobre a Cegueira – José Saramago
E já que estamos a falar de clássicos que tal aproveitar o tempo extra e ler finalmente um livro do vencedor português do Prémio Nobel da Literatura, José Saramago? Pessoalmente, recomendo o Ensaio Sobre a Cegueira, mas todos os livros dele são espectaculares. Neste livro a Cegueira alastra rapidamente pelas ruas e quase todos ficam cegos. O que propaga esta doença? O que acontecerá quando toda a gente deixar de ver?
Uma metáfora fantástica, uma história incrível, numa escrita que não é muito fácil mas que sem dúvida vale a pena.
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