Em Vemo-nos em Agosto conhecemos Ana Magdalena Bach que todos os anos a 16 de agosto apanha o ferry que a leva até à ilha onde a mãe está enterrada e lá passa uma noite.
No prefácio desta obra é logo dito ao leitor em que consistiu a sua escrita. Gabriel García Márquez sabia que seria o seu último livro e sabia que, em algumas coisas, poderia não fazer sentido. Daí o autor ter pedido que a obra não fosse publicada. Mas foi.
Não vou entrar em debates e opiniões sobre se esta obra deveria ou não ter sido publicada. Consegui perceber, ao longo da leitura, ao que se referia o autor. Continua a ser Gabriel, mas já não é tão Gabriel.
É, ainda assim, uma obra fabulosa. Curta, senti que queria continuar a ler mais e mais sobre Ana Magdalena Bach e é triste saber que nunca o poderei fazer. A escrita é sublime e a história é simultâneamente de uma enorme simplicidade e subtileza e simultâneamente surpreendente.
A minha primeira reacção ao final foi um “não pode acabar assim”. Depois, percebi. Acho que foi um final brilhante.
Muito, muito recomendado. 5*