
“Se havia algo que Irene temia, era a ideia de um intruso. Receava o instante em que o intruso se apercebesse de que havia alguém em casa, uma testemunha com quem seria obrigado a lidar. Receava esse ajuste de contas, o momento em que ela, a débil reformada, sozinha, deitada na cama, perceberia de que tipo de intruso se tratava: um oportunista à procura de uma carteira ou de um computador portátil, , ou outra coisa qualquer. Alguém à procura de algo com que se entreter. As histórias horripilantes que se ouviam sobre idosas espancadas, agredidas sexualmente, os olhos cheios de hematomas, as camisas de noite imundas.”

Paula Hawkings nasceu a 26 de agosto de 1972 em Harare, no Zimbabué. É uma escritora britânica que se tornou conhecida internacionalmente pelo seu livro A Rapariga no Comboio.
Em Um Fogo Lento conhecemos Laura, Carla e Miriam. Três mulheres unidas pelo mesmo homem, encontrado brutalmente assassinado num barco. Aos poucos vamos conhecendo os seus segredos e os seus desejos, percebendo como foram ali parar e qual teria realmente motivos para o querer morto…
Um fogo lento é um livro de leitura muito fácil, que se devora em menos de nada. Bom para desanuviar do dia-a-dia. É um livro com um bom enredo, boas e credíveis personagens e um final que consegue surpreender um pouco.
Ainda assim, tenho de admitir que não foi um livro que me tenha conquistado totalmente. Esperava mais. É um pouco mais do mesmo, um pouco óbvio e, sinceramente, um pouco parado. Não teve em mim o efeito que um bom thriller costuma ter. Esteve quase à beira de um romance ou de um drama. O que não desmerece o livro, só não era realmente o que eu esperava.
Recomendado, mas sem muitas expectativas. 3*