
“Tudo quanto fiz, o meu crescimento, cada novo trabalho e cada novo amor, teve a sua causa e origem no meu primeiro amor – o amor pelos monstros que vi quando tinha cinco anos e que tão carinhosamente revisitei aos 20, depois aos 29 e aos 30.”
“Esteticamente, cabe tudo na arte, há lugar para todos os horrores e deleites, desde que as tensões que os retratam sejam levadas ao limite e depois libertadas na acção. Não peço finais felizes. Apenas peço finais dignos desse nome, baseados numa avaliação em condições de tensão acumulada e de quão forte deverá ser a explosão.”

Ray Douglas Bradbury nasceu a 22 de agosto de 1920 em Waukegan, Illinois, EUA e faleceu a 5 de junho de 2012 em Los Angeles na Califórnia. A maioria do seu trabalho é de ficção cientifica mas escreveu em diversas áreas. Fahrenheit 451 é a sua obra mais conhecida e já falámos dela neste link.
Em O Zen e a Arte da Escrita Bradbury fala-nos do ofício de escritor relatando-nos a sua própria experiência pessoal, como ele próprio chegou aos textos que escreveu, e acaba também por dar diversos conselhos sobre, por exemplo, como criar uma voz e um estilo ou alimentar uma ideia.
Fiquei apaixonada. Acho que é esta a melhorforma de descrever como me senti ao ler este livro. A escrita de Bradbury é acessível, lê-se muito bem e apesar de ele ser bastante prático e realista senti que no fundo do texto dele se nota o amor que nutria pela sua arte. Acho que isso me fez gostar ainda mais deste livro.
Conhecer a experiência de escrita de um autor como Bradbury é impressionante e a maneira como ele fala sobre este seu ofício é extremamente interessante. E útil. Foi uma boa leitura, e é certamente um livro a que vou querer voltar mais tarde, talvez até ter na estante para ir revisitando de quando em vez.
Muito recomendado. 5*