
“Percebe agora por que razão os livros são odiados e temidos? Revelam os poros na face da vida. As pessoas acomodadas querem apenas rostos redondos de cera, sem poros, sem pêlos, sem expressão. Vivemos num tempo em que as flores tentam alimentar-se de flores, em vez de se desenvolverem com chuva boa e geada preta. Até o fogo-de-artíficio, apesar da sua beleza, vem da química da terra. Todavia, pensamos que podemos crescer, alimentando-nos de flores e fogo-de-artíficio, sem completarmos o ciclo de volta à realidade.”

Ray Douglas Bradbury nasceu a 22 de agosto de 1920 em Waukegan, Illinois, EUA e faleceu a 5 de junho de 2012 em Los Angeles na Califórnia. A maioria do seu trabalho é de ficção cientifica mas escreveu em diversas áreas. Fahrenheit 451 é a sua obra mais conhecida.
Eu já tinha lido esta obra há alguns anos e, admito, na altura não gostei. Mas a leitura é como tudo o resto, algo para a qual é preciso maturidade. Acho que na altura não estava pronta paa aquela leitura, agora estava. E agora eu adorei este livro.
Em Fahrenheit 451 conhecemos Montag, um bombeiro cuja principal função é queimar livros e as casas onde eles existem. No mundo distópico em que vive já não há incêndios e os livros são proibidos. Montag não acha estranho aquele trabalho e nunca se questiona sobre a sua função. Até ao dia em que conhece a jovem Clarisse, sua vizinha…
Esta distopia continua a ser uma das mais importantes (e muitas vezes uma das mais atuais). O mundo de Montag é diferente, muito diferente do nosso. E ainda assim somos separados dele por uma linha muito ténue. Quantos livros não foram já proibidos, censurados e queimados no nosso mundo? muitos, sem dúvida.
Uma obra magnífica, que se lê muito melhor do que se poderia pensar e que nos relembra a importância que os livros podem e devem ter na nossa vida. Bonito e empolgante.
Recomendado. 4*