A Amiga Genial
Elena Ferrante

A Amiga Genial é a história de um encontro entre duas crianças de um bairro popular nos arredores de Nápoles e da sua amizade adolescente. Elena conhece a sua amiga na primeira classe. Provêm ambas de famílias remediadas. O pai de Elena trabalha como porteiro na câmara municipal, o de Lila Cerullo é sapateiro. Lila é bravia, sagaz, corajosa nas palavras e nas acções. Tem resposta pronta para tudo e age com uma determinação que a pacata e estudiosa Elena inveja. Quando a desajeitada Lila se transforma numa adolescente que fascina os rapazes do bairro, Elena continua a procurar nela a sua inspiração. O percurso de ambas separa-se quando, ao contrário de Lila, Elena continua os estudos liceais e Lila tem de lutar por si e pela sua família no bairro onde vive. Mas a sua amizade prossegue. A Amiga Genial tem o andamento de uma grande narrativa popular, densa, veloz e desconcertante, ligeira e profunda, mostrando os conflitos familiares e amorosos numa sucessão de episódios que os leitores desejariam que nunca acabasse.
O Nome da Rosa
Edição especial com textos inéditos
Umberto Eco

Uma abadia medieval isolada. Uma comunidade de monges devastada por uma série de crimes. Um frade franciscano que investiga os mistérios de uma biblioteca inacessível.
Numa edição com desenhos e apontamentos preparatórios do autor, o romance que revelou o génio narrativo de Umberto Eco: traduzido em 60 países com mais de 50 milhões de exemplares vendidos, O Nome da Rosa ganhou o prémio Strega em 1981 e inspirou um filme e uma série de televisão com grande êxito internacional.
O Príncipe
Nicolau Maquiavel

Em 1513, durante um dos momentos mais conturbados da História do território que hoje compõe a Itália, Nicolau de Maquiavel escreve, no exílio, O Príncipe, um tratado de filosofia política que aparta a política da moral, fundando assim aquilo que hoje conhecemos como o pensamento político moderno. Com inusitado pragmatismo e realismo, Maquiavel analisa governos e governantes do passado, de imperadores romanos a papas renascentistas, para, liberto de qualquer idealismo, identificar a verdadeira natureza do poder e dos seus mecanismos e traçar o retrato do príncipe perfeito, forte, determinado, que inspiraria, nos seus adversários e aliados, lealdade e temor em igual medida. Uma controversa receita para o poder que permanece, 500 anos depois da sua publicação, um dos textos mais lidos e estudados de sempre.
Porquê Ler os Clássicos?
Italo Calvino

Os clássicos são livros de que se costuma ouvir dizer: «Estou a reler…» e nunca: «Estou a ler…»
Um clássico é um livro que nunca acabou de dizer o que tem a dizer. Os clássicos são livros que quanto mais se julga conhecê-los por ouvir falar, mais se descobrem como novos, inesperados e inéditos ao lê-los de facto. Chama se clássico um livro que se configura como equivalente do universo, tal como os antigos talismãs. O nosso clássico é o que não pode ser-nos indiferente e que nos serve para nos definirmos a nós mesmos em relação e se calhar até em contraste com ele. A partir destas e de outras definições de clássicos que nos oferece no primeiro capítulo, Calvino vai dar resposta à pergunta que dá o título a este livro, numa série de brilhantíssimos ensaios que percorrem alguns dos pontos mais altos da literatura e do pensamento mundiais. A Odisseia, Xenofonte, Ovídio, Plínio, o Velho, Tirant lo Blanc, Ariosto, Galileu, Robinson Crusoe, Cândido, Diderot, Stendhal, Balzac, Dickens, Flaubert, Tolstoi, Henry James, Robert Louis Stevenson, Conrad, Hemingway, Borges e muitos outros autores e obras definitivamente clássicos.
Os Indiferentes
Alberto Moravia

Roma. Pós-Primeira Guerra Mundial. Michele é um jovem numa revolta inoperante contra o vazio da vida burguesa. Órfão de pai, vê a mãe agarrar-se com devoção a um amante ocioso e calculista, Leo, enquanto a irmã, sem qualquer confiança na ideia de casamento ou de carreira, se deixa arrastar indolentemente pelos avanços do mesmo homem. Hostil a este que reconhece ser um jogo sem escrúpulos, Michele é instigado por uma amiga da família, também ela antiga amante de Leo, a tomar uma atitude, mas o estado de torpor em que vive – em que todos eles vivem – parece ser demasiado profundo. Cinco personagens, alguns dias, uma sucessão de intrigas familiares, Os Indiferentes é uma história de contornos simples que põe em evidência o tédio da existência, o erotismo desapaixonado, a decadência de valores na qual assenta a ascensão social dos tempos modernos. Publicado em 1929, este primeiro romance de Alberto Moravia teve um impacto marcante no meio literário italiano da época e é considerado uma obra-prima da literatura decadentista.
A História
Elsa Morante

A História foi publicada em 1974 e tem como cenário a cidade de Roma durante a Segunda Guerra Mundial. Num dia de janeiro de 1941, um soldado alemão caminha pelo bairro operário de San Lorenzo. Àquela hora pouca gente se vê nas ruas. No seu deambular sem rumo, o soldado, alto, louro e um pouco embriagado, encontra Ida, uma professora viúva, que regressa a casa depois do trabalho.
Afirma Pereira
Antonio Tabucchi

Lisboa, 1938. Numa Europa varrida pelo fantasma dos totalitarismos, Pereira, um jornalista dedicado toda a vida aos casos do dia, recebe o encargo de dirigir a página cultural de um jornal medíocre, o Lisboa. Pereira tem um sentido um tanto fúnebre da cultura e prefere traduzir os romancistas franceses do século XIX, dedicar-se à elegia dos escritores desaparecidos, preparar necrológios antecipados. Necessitado de um colaborador, contacta o jovem Monteiro Rossi que, apesar de ter escrito uma tese sobre a morte, está inequivocamente comprometido com a vida. A intensa relação que se estabelece entre o velho jornalista, o impulsivo e idealista Monteiro Rossi e a namorada deste, Marta, irá resultar numa crise pessoal, numa maturação interior e numa dolorosa tomada de consciência que transformará profundamente a vida de Pereira. Um romance magistral que conquistou a unanimidade da crítica, os mais importantes prémios e a resposta entusiástica dos leitores.
Sou um Clandestino
Susanna Tamaro

O protagonista deste livro é um jovem de vinte e cinco anos que decide empreender uma viagem a Illmitz, uma pequena cidade numa região remota da Áustria onde a sua família vivera antes de se mudar para Itália. É uma viagem em busca das suas raízes – mas sobretudo em busca de um sentido para a sua inquietação, para a sua fragilidade. Com ele viajam também os seus fantasmas: Agnese, a irmã que morreu ainda criança; Andrea, o amigo de infância; a mãe, falecida também prematuramente. E há ainda Cecilia, a namorada. Dotada de uma sensualidade exuberante e de uma vitalidade instintiva, Cecilia é tudo aquilo que o protagonista não é. E é com essa imagem tão diferente de si próprio que ele vai ter de se reconciliar…
Danúbio
Cláudio Magris

Ao longo do rio que cruza os destinos do Oriente e do Ocidente, do cristianismo e do Islão, mas também da literatura. Clássico da literatura de viagens e do «romance geográfico», Danúbio reinventa e descreve o mundo da poliglota e pluricultural Mitteleuropa – a Europa Central – ao longo do rio que cruza os destinos do Oriente e do Ocidente, do cristianismo e do Islão, mas também da literatura (que evoca permanentemente) e da memória dos monumentos, ruas e fantasmas que habitam as cidades dessa geografia. Essa viagem pelo Danúbio (atravessando a Alemanha, a Áustria, a Hungria, a antiga Jugoslávia, a Roménia e a Turquia), o grande rio europeu, é a viagem pelo imaginário do nosso continente. Não é uma viagem pela História ou pela política, não obedece à cronologia – apenas observa a geografia e o espírito do lugar, misturando histórias dos livros com histórias humanas e quotidianas, como um guia sentimental do território.
Que a Festa Comece
Niccolò Ammaniti

Organizada por um magnata do imobiliário, a festa do Século promete ser completamente decadente: todos os VIP de Roma vão estar presentes nos jardins da lendária Villa Ada. Entres eles, encontram-se cirurgiões plásticos, atores, modelos, jornalistas, jogadores de futebol, bem como um escritor de sucesso: Fabrizio Ciba. A vida não corre bem a Fabrizio, e o seu ego ressente-se: há três anos que sofre de um bloqueio que o fez parar no segundo capítulo do seu novo livro. No programa das festividades, um safari triplo de caça ao leão, à raposa e ao tigre prometia ser o grande forte da noite. Mas agora terá de competir com a intervenção de uma sangrenta seita satânica denominada «As Bestas de Abaddon», cujos elementos estão prestes a conseguir os seus quinze minutos de fama… Com um humor desarmante, as personagens de Ammaniti dão vida a uma grandiosa comédia humana e revelam uma sociedade grotesca, gangrenada pelo poder do dinheiro, pela superficialidade e pela vulgaridade.
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