
“Não quero a minha filha aqui, onde todas as crianças estão com tosse e os guardas olham para elas com repulsa, ávidos, mas também não a quero sozinha a milhares de quilómetros de distância. Quero que esteja segura. Se segurança fosse um sitio, não seria nenhuma dessas duas opções. Quero gritar, mas limito-me a engolir em seco, quero mostrar as garras, mas sorrio, porque preciso de parecer boa, digna de algo, de alguma coisa, de uma solução.”
Jeanette está em recuperação. Tem uma relação dificil com a mãe, Carmem, e decidi partir para Cuba em busca da avó, com quem a mãe não fala. Antes, Jeanette tinha acolhida Ana, uma criança cuja mãe foi presa e deportada. Mas Ana acaba por ir juntar-se à mãe e, no México, encontram uma vida dura à espera delas…
Mulheres de Sal é um livro sobre mulheres, mulheres com histórias de vida difíceis. É um livro sobre imigração e deportação, sobre sonhos destruídos e esperanças vãs. É um livro que corre de mãe para filha, de avó para neta, de prima para prima, entre vizinhas. É um livro sobre mulheres, sobre a vida delas e sobre as suas relações.
É uma leitura agradável, embora as histórias pesem. O livro está muito bem escrito e é fácil vermo-nos no papel daquelas personagens. O que fariamos?
Um livro que alerta para questões atuais, que fala de temas difíceis, que serve para todos nós pormos uma mão na consciência. Nem todos têm a mesma sorte ao nascer…
Recomendado. 4*