“Ainda teria podido lutar, tentar a sua sorte: a fatalidade exterior não existe. Mas existe uma fatalidade interior: há um momento em que nos descobrimos vulneráveis; então os erros atraem-nos como uma vertigem. E foi nesse momento que brilharam sobre a sua cabeça, num rasgão da tempestade, como um isco mortal no fundo duma massa, algumas estrelas.”
Antoine de Saint-Exupéry nasceu em Lyon a 29 de junho de 1900 e foi um escritor, ilustrador e piloto francês. A sua obra mais conhecida é O Principezinho. Saint-Exupery desapareceu a 31 de julho de 1944 enquanto sobrevoava o Mar Mediterrâneo. Os destroços do seu avião viriam a ser encontrados vários anos mais tarde.
Em Voo Nocturno conhecemos três pilotos, a voarem na mesma noite, cada um no seu avião, cada um perdido nos seus próprios pensamentos. É então que se abate uma tempestade. Poderão voltar os três a meter os pés na terra?
A escrita de Saint-Exupéry neste livro é algo verdadeiramente impressionante. Poética, soa como música nos nossos ouvidos. Verdadeiramente lindíssima. E ainda assim, prática. Não há nada que ele escreva que esteja a mais, não há nada que tivesse de explicar que ele não explique.
Depois, e apesar de não ser um livro de memórias ou testemunhos, claramente é um retrato da própria vida do autor enquanto piloto. As sensações que ele transmite dão ao leitor a ideia de que ele próprio está no ar. Os perigos, as emoções. Já se perguntaram alguma vez qual é a sensação de conduzir um avião? O que sente um piloto? Está aqui, neste livro.
E então chegamos ao fim da história. E não há palavras possíveis para o descrever.
Muito, imensamente recomendado. Um livro pequeno mas que sem dúvida me vai ficar na memória. 5*
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