A Viuvinha – José de Alencar

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“Depois, com as mãos entrelaçadas, iam ambos sentar-se a um canto do jardim, onde a sombra era mais espessa, e aí conversavam baixinho um tempo esquecido; ouvia-se apenas o doce múrmurio das vozes, interrompidas por esses momentos de silêncio em que a alma emudece, por não achar no vocábulo humano outra linguagem que melhor exprima.”

“Se era avareza, pois, era a avareza sublime da honra e da probidade; era a abnegação nobre do presente para remir a culpa do passado. Haverá moralista, ainda o mais severo, que condene semelhante avareza? Haverá homem de coração que não admire essa punição imposta pela consciência ao corpo rebelde e aos instintos materiais que arrastam ao vício?”

Biografia de José de Alencar - eBiografia
José de Alencar

Filho ilegitimo de um sacerdote da igreja católica com a sua prima, José de Alencar era o mais velho de 12 irmãos. Nasceu no Ceará, no Brasil, a 1 de maio de 1829. Escritor do romantismo, levou a temática nacionalista para a literatura brasileira. Foi também político, defensor da escravidão e fez parte da Academia Brasileira de Letras. Os seus livros mais conhecidos em Portugal são Iracema e O Guarani.

Em A Viuvinha conhecemos Jorge e Carolina, um casal de jovens apaixonados prestes a casar. O seu amor é puro e capaz de tudo. Então, pouco antes do casamento Jorge descobre que está falido: perdeu toda a herança que o pai lhe deixou. Condenar Carolina a uma vida na pobreza é mais do que pode aguentar, mas cancelar o casamento iria manchar para sempre a honra da noiva. Resolve então fazer a única coisa que pensa que pode ajudar: suicidar-se na sua noite de núpcias!

A acção recomeça cinco anos depois quando um jovem de nome Carlos chega àquela terra para liquidar as dividas do pai de Jorge. Carolina, que é então conhecida como A Viuvinha, veste de negro desde o falecimento do marido e nunca mais quis saber de amor, apesar dos vários pretendentes. Poderá isso mudar?

A Viuvinha é um típico livro do romantismo. O jovem que escolhe morrer para não ferir a honra da amada, a jovem viúva, virgem, que passa anos em luto por um amor perdido. Um amor que dura até mesmo depois da morte. E depois a morte que afinal não o é, e o marido morto que ressurge. E o perdão, claro.

É um livro pequeno e bonito, muito bem escrito, com uma história comovente. É, também, como a maioria dos livros deste movimento literário, um pouco estranho lido aos olhos dos nossos dias. Morrer por amor, anos de luto, perdoar uma tamanha mentira… são tudo coisas que nos soam meio estranhas. Mas isso em nada invalida a beleza desta obra, sem dúvida.

Recomendado. 4*

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