“Em primeiro lugar, o amor é uma aventura a dois; o facto, porém, de ser isso não implica que seja igual para ambos os componentes. Há o que ama e há o amado. Muitas vezes, este último constitui apenas um estimulo para o amor acumulado que jaz até aí no amante, o qual bem sabe que isso é uma coisa solitária. Depois, vem a conhecer nova e estranha solidão, o que o faz sofrer ainda mais.”
“Quem já experimentou companhia sente horror em ficar sozinho. O silêncio de um quarto em que arde o lume no fogão, quando o relógio pára de repente… sim, mais vale receber o seu pior inimigo do que ter de enfrentar a hipótese de viver só.”

Lula Carson Smith de pseudónimo Carson McCullers nasceu na Geórgia a 19 de Fevereiro de 1917 e faleceu a 29 de setembro de 1967 en Nova York. Foi escritora e as sua histórias focam-se muitas vezes na solidão e na tristeza dos excluídos da sociedade.
Em A Balada do Café Triste conhecemos Miss Amelia, uma mulher grande e de aspecto estranho que vive numa pequena aldeia. Rica, é dona dos principais negócios da terra e respeitada por todos. Ainda assim Amelia prefere a solidão e vive a sua vida consigo própria, devota apenas ao seu trabalho. Aos vinte anos Amelia casa-se, um casamento estranho que dura apenas dez dias e corre extremamente mal, com um dos rapazes mais violentos na vila. Aos trinta chega à sua porta um homem que diz ser seu primo, Lymon, marreco e com muitos problemas de saúde. Aos contrário do que todos esperam Amelia acolhe-o e acaba por se apaixonar. Mas o seu ex marido está prestes a sair da prisão e o inesperado acaba por acontecer…
A Balada do Café Triste é, como o próprio título nos diz, uma história muito triste. De uma grande simplicidade, é um enredo curto e credível, que nos dá um aperto no coração. Tememos e sofremos por aquela mulher. Uma leitura breve e agradável, um livro com conteúdo e com uma história que não é só mais do mesmo. Muito bom!
Recomendado! 4*