“Sempre pensava no mar como la mar, que é o que o povo lhe chama em espanhol, quando o ama. Às vezes, aqueles que gostam do mar dizem mal dele, mas sempre o dizem como se ele fosse mulher. Alguns dos pescadores mais novos, os que usam boias por flutuadores e têm barcos a motor, comprados quando os fígados de tubarão davam muito dinheiro, dizem el mar, que é masculino. Falam dele como de um antagonista, um lugar, até um inimigo. Mas o velho sempre pensava no mar como feminino, como algo que entrega ou recusa favores supremos, e, se tresvaria ou fazia maldades, era porque não podia deixar de as fazer. «A Lua influi no mar como nas mulheres», pensava ele.”

Ernest Hemingway nasceu a 21 de Julho de 1899 em Oak Park, Illinois nos EUA. Foi correspondente de guerra em Madrid durante a Guerra Civil Espanhola, experiência que inspirou o seu aclamado romance Por quem os sinos dobram e mais tarde mudou-se para Cuba.
Em O Velho e o Mar conhecemos Santiago, um velho pescador que está há quase três meses sem conseguir pescar nada. Muitos dizem já que a sorte o abandonou e Santiago dá consigo a partir sozinho para o mar, sem ter quem o acompanhe. É então que um dia um grande peixe morte o isco. Segue-se então uma luta homem-peixe que dura três longos dias e que Santiago vence. Mas Santiago ainda precisa levar o enorme peixe para terra e essa pode estar longe de ser uma tarefa fácil…
O Velho e o Mar é uma história simples, que Hemingway nos entrega de uma forma muito forte. É uma leitura muito leve e doce. Aqui homem e peixe precisam lutar um contra o outro e só um pode sair vencedor mas, ainda assim, é também uma história de respeito entre homem e animal. É uma história de uma vida dura, de esperanças quase perdidas e, no fim, de injustiça. É uma história sobre vencer e sobre perder. E, sobretudo, é também uma história sobre não desistir. A vida continua.
Bonito, de facto muito bonito. Recomendo.
4*