“A maioria das pessoas quer um ditador – embora um ditador benevolente – para poder passar a batata quente e dizer: «Obrigou-me a fazer isso. Não tenho culpa.» Mas não podemos passar a nossa vida a abrigar-nos no guarda-chuva dos outros e depois queixarmo-nos de que nos estamos a molhar. Uma boa definição de se ser uma vitima é quando mantemos o foco fora de nós, quando procuramos fora de nós por alguém a culpar pelas nossas circunstâncias atuais ou para determinar o nosso propósito, destino ou valor.”

Edith Eger nasceu a 29 de Setembro de 1927 em Kosice, na Eslováquia. Aos 16 anos ela e a sua família foram enviados para Auschwitz. Os pais acabaram mortos nas câmaras de gás e Edith e a irmã foram encontradas, na libertação, quase mortas no meio de um monte de cadáveres.
Este livro é sobre a passagem de Edith e Magda, a sua irmã, por Auschwitz, mas não só. É sobre a forma como quem passa por isso nunca fica totalmente curado, sobre o preconceito sofrido mesmo após a guerra, sobre ter de continuar a fugir. A recuperação física das irmãs durou meses, mas durante toda a sua vida Edith tem tentado superar e perdoar o que passou.
É um livro que está bem escrito, que conta muito em poucas páginas, que pretende ser uma lição de vida e consegue. É um livro tão bem escrito que ainda consegue surpreender-nos no final e deixar-nos de coração ainda mais apertado. É um livro sobre perdão, apesar de todos os anos que Edith levou a perdoar realmente. E é um livro sobre sofrimento, não o sofrimento especifico de um prisioneiro de Auschwitz mas o sofrimento no geral. Segundo Edith, não existe uma escala de dor, nenhum sofrimento vale mais que outro.
É um livro muito bonito, e claramente escrito por alguém que sabe do que fala e que sabe explicar o que quer explicar. Maravilhoso!
Livro 5*, recomendado!