“Fernão Gaivota passou o resto dos seus dias sozinho, mas voou muito além dos Penhascos Longínquos. A solidão não o entristecia. Entristecia-o que as outras gaivotas se tivessem recusado a acreditar na glória do voo que as esperava. Recusaram-se a abrir os olhos e a ver.”
“- Não compreendo como consegues amar um punhado de pássaros que acabam de tentar matar-te.
– Oh! Chico! Não é isso que amas! Tu não amas o ódio e o inferno, é claro. Tens de treinar até veres a verdadeira gaivota, o que há de bom em cada uma delas, e ajudá-las a ver isso ne-las próprias. Para mim, o amor é isso. Quando o conseguires compreender e pôr em prática, até acharás divertido.”

Richard Bach nasceu a 23 de Junho de 1936 em Illinois nos Estados Unidos da América. Foi piloto reserva da Força Aérea e praticamente todos os seus livros envolvem o voo, desde suas primeiras histórias sobre voar em aeronaves até suas últimas, onde o voo é uma complexa metáfora filosófica.
Fernão Capelo Gaivota é uma gaivota diferente de todas as outras gaivotas do bando. Ele não voa só para conseguir comida, ele voa pelo prazer de voar! Tem uma imensa sede de aprender a voar mais e melhor, uma sede tão grande de aprender que faz com que mal se alimente. Mas o seu Bando não vê isso com bons olhos e acaba por bani-lo.
Este é um livro curto e rápido de ler. É um livro inspirador, que vem para nos lembrar que não somos apenas aquilo que vemos e fazemos, mas algo muito maior. Muito bonita é também a parte que explica o amor ao próximo de uma forma bastante humana e realista. Nem sempre é fácil amar-mos os nossos semelhantes.
Tenho consciência que este não é um livro para toda a gente. Muitos iriam achar que é só mais um livro inútil de auto-ajuda, bem escrito mas que não leva a lado nenhum. Mas para mim ele é sim um romance espiritual, não um livro de auto-ajuda. Quanto ao efeito que tem em cada um de nós, isso depende de cada um de nós.
Livro recomendado.