“A felicidade é assim, diz ele. Não se pode pensar demasiado. Tento ser como ele, que conhece a vida. Não pensar. A felicidade é frágil como uma borboleta. Não se pode tocar-lhe.”
“No comboio e no livro, as linhas eram de certo modo paralelas. Ler também era seguir assim, por um túnel escuro, e chegar, de quando em quando, a uma plataforma iluminada.”
Senti-me de repente a precisar de leituras mais leves, que por vezes a vida pesada não nos deixa respirar e acabamos a procurá-lo na literatura. Por isso voltei à biblioteca e peguei neste livro de contos, que são sempre mais curtos e sempre melhores para desanuviar a mente (pelo menos para mim) do que um romance.
Há muito que tinha curiosidade em ler Teolinda Gersão e veio mesmo a calhar. Não direi que são contos leves, mas são contos e era mesmo o que precisava.
Neste livro encontramos 14 contos desta autora portuguesa. Todos têm personagens cativantes, personagens que são tal e qual como nós.
Teolinda escreve, como muitos escritores portugueses (vá-se lá saber porquê) com um toque de poesia e muita tristeza na voz. Mesmo quando a história não é muito triste, é triste. Isso é um dom e eu não fazia ideia de como tinha saudades de ler um livro assim, até o ler.
Este é um livro que nos deixa um sabor amargo na boca. São personagens que perdem, como nós perdemos. Que têm saudades e medos, amores e dores, como nós temos. E a escrita é fantástica!
Tenho a dizer que adorei. 5*. E que vou, sem dúvida alguma, tornar-me fã desta autora.
Livro muito recomendado!!