“Tinha sido uma horrível transformação
ao contrário do que acontece nos contos de fadas.
Ao longo de apenas uns anos, a antiga Amy,
a rapariga das grandes risadas e maneiras agradáveis,
largou literalmente o seu casulo, deixando um monte de pele e alma no chão,
e dele saiu esta nova Amy, irritadiça e amarga.
A minha mulher já não é a minha mulher, mas um nó de arame farpado
a desafiar-me para o desfazer, e eu não estava à altura da tarefa,
com os meus dedos grossos, desajeitados e nervosos.”
Neste livro conhecemos Amy e Nick, um casal a celebrar o 5º aniversário de casamento. Tinha tudo para ser um dia tradicional e romântico mas então Amy desaparece.
A casa mostra sinais de luta que não parecem ser reais, os testes mostram que Amy sangrou – muito – e o sangue foi limpo. O casamento, que no principio parecia tão perfeito, passava por tempos negros. Agora, tudo aponta para que seja Nick o culpado do desaparecimento de Amy.
Este é um livro grande, com mais de 400 páginas, que merece cada minuto que passamos a lê-lo. A leitura é fácil, um daqueles livros que se devora de uma ponta a outra e nos dá vontade de saber a continuação. Sem dúvida um dos melhores trillers psicológicos que já li. Nota negativa apenas para a tradução (portuguesa), que até me fez interromper a leitura só para ir confirmar se era mesmo portuguesa, quando li “calcinhas” em vez de “cuecas”. Fez-me lamentar não ler em inglês.
A história é fantástica, capaz de nos deixar a remoer à noite quando acabamos de o ler. Numa primeira fase ficamos a torcer por aquele casal que está a passar por uma má fase mas que nos dá a sensação de que lá bem no fundo ainda se ama.
Depois, conforme as personagens vão suspeitando que foi Nick quem matou a mulher, nós suspeitamos também. E acabamos divididos entre um torcer estranho para que não tinha sido ele e a ligeira decepção de quem sente que afinal esta história é só mais do habitual”Marido Mata Mulher”.
E por fim, quando percebemos o que realmente se passou, ficamos divididos entre o choque e a admiração. Não sei quem é mais genial: se o verdadeiro culpado (isto sou eu a tentar evitar os spoilers), se a autora do livro que criou esta história. E acabamos sem saber por quem torcer: se pelo criminoso ou pelo inocente.
O final? Genial. Algo que nos deixa com o estômago enrolado de raiva por ter acabado assim e com um sabor de vitória na boca, porquê o fim é excelente e não destrói um livro tão bom (não é fácil, que na página 500 as expectativas estão altíssimas) e porque, afinal, quem “ganha”, até o mereceu.
Acho que depois de ler isto uma pessoa até perde um pouco a vontade de se casar.
Também já em filme, que eu fiquei cheia de vontade de ver. O Trailer podem ver aqui!
Livro muito recomendado! Mesmo, mesmo muito!