No dia seguinte ninguém morreu. O facto, por absolutamente contrário às normas da vida, causou nos espíritos uma perturbação enorme, efeito em todos os aspectos justificado, basta que nos lembremos de que não havia notícia nos quarenta volumes da história universal, nem ao menos um caso para amostra
Um dia, a morte entrou em greve. E ninguém morreu. O que aconteceria à sociedade, à economia, aos moribundos… se a morte deixasse de levar as pessoas?
A obra As intermitências da morte foi publicado pelo prémio nobel português José Saramago em 2005. Nesta obra o autor reflete sobre as consequências da imortalidade. O que aconteceria se a morte deixasse de matar? E porque é que ela o faria?
Não é, vamos admitir, uma obra de leitura fácil. É preciso estar com atenção, ler nas linhas e nas entrelinhas, perceber contextos e manter uma mente aberta. Mas é um livro absolutamente brilhante. A imortalidade, que no início parecia ser uma benção, depressa revela trazer consigo bastantes problemas que é urgente resolver.
O autor não deixa pontas soltas. Ele reflete sobre os motivos da morte para deixar de matar; sobre as reacções das pessoas e do governo; sobre possiveis soluções; reflete até sobre a forma como os negócios funerários se poderiam adaptar a isso!
Livro recomendado. 5*
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