Amantes de Buenos Aires – Alberto S. Santos

Livro Físico

– A Marcela não é só minha amiga. É minha consorte no destino que a vida nos determinou. Não trocaria a vida com ela por outra pessoa, fosse ele o princípe de Espanha ou de qualquer outro reino.
[SANTOS, 2019, p. 237]

“O tango é a submissão da mulher”, disse então Cleide. “Há que saber com segurança o momento do primeiro e do último passo. E que decisões tomar, no entretanto.”
[SANTOS, 2019, p. 120]

Alberto S. Santos nasceu em Paço de Sousa e 6 de março de 1967. É escritor, advogado, conferencista e político e escreveu vários romances históricos.

Em Amantes de Buenos Aires o autor leva-nos a conhecer a história real de Elisa e Marcela, duas mulheres espanholas que se apaixonaram uma pela outra. Em 1901, numa tentativa de viverem o seu amor livremente, Elisa decide passar a vestir-se de homem e adoptar o nome Mário. Para tornar a história ser mais credível Marcela engravida. Juntas conseguem então enganar um pároco que acaba por baptizar Elisa como Mário e casá-las. Mas rapidamente são descobertas e presas.

A parte mais impressionante deste livro é sem sombra de dúvida o facto de ser uma história real. Elisa e Marcela existiram, conseguiram casar e o seu casamento nunca chegou a ser anulado pela igreja. É uma história de amor pouco conhecida, mas verdadeiramente inspiradora. A luta que estas mulheres travaram, durante anos, e a farsa que criaram só para conseguirem viver com normalidade, é impressionante.

Posto isto tenho a dizer que não fiquei fã da escrita do autor, de todo. Para além disso, há a história das descendentes de Elisa e Marcela, que foram claramente criadas a partir do nada pelo autor e que a mim me parecem totalmente desnecessárias e sem sentido. São uma segunda história dentro da história, que desvirtua o livro e lhe retira credibilidade. A história da relação de Raquel e do namorado em particular, foi algo que me fez imensa confusão. Para quê, e porquê, pergunto eu?!

Elisa e Marcela deixaram-nos uma história lindissima. Mas este livro está longe de ser uma boa representação. Vale a pena para as conhecer um pouco, mas é preciso saber distinguir muito bem, nesta obra, o que é real e o que é fantasia.

Recomendado. 3*

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