
“Talvez esta receita estivesse ao meu alcance. Pois é: devia fazer aquilo que estava ao meu alcance aqui e agora. E isso bastava.”
“Tinha acabado de entrar na floresta. Garantidamente. Ainda não sabia do que era capaz ou o que gostaria de fazer. No entanto, não era preciso ter pressa. O importante era nunca parar de tentar.”

Michiko Aoyama nasceu em 1970 no Japão, viveu durante algum tempo na Austrália e, após ter retornado ao Japão dedicou-se integralmente À escrita. As suas obras já receberam alguns prémios.
Em O que procuras está na biblioteca conhecemos a biblioteca da senhora Sayuri Komachi e da jovem Nozomi. Vemos diversas personagens passar por lá e a forma como a biblioteca e a senhora Sayuri mudam as suas vidas.
Não tinha grandes expectativas sobre este livro mas a verdade é que adorei. É um livro que se lê em menos de nada, composto por diferentes histórias de diferentes personagens, o que torna a leitura ainda mais fluente. A biblioteca para verdadeiramente inspiradora e aconchegante, um lugar onde todos gostaríamos de estar e as personagens são pessoas que gostaríamos de conhecer.
Todas as personagens que passam pela biblioteca tem algum problema para resolver, estão de alguma forma perdidas na vida. O que eu não esperava é que eles tivessem perdidas pela mesma razão: o seu dom, a sua vocação, o seu trabalho. Não há aqui grandes problemas amorosos ou dramas violentos. Os leitores desta biblioteca fantástica são pessoas que estão descontentes com o seu emprego; que ainda não conseguiram encontrar a sua vocação ou realizar os seus sonhos; que a determinado momento perderam o seu rumo profissional e estão novamente em busca dele.
Não esperava esta vertente do livro. Mas a verdade é que adorei. Encantou-me, exactamente por não ser mais do mesmo, por falar de um tema que tem uma importância forte na minha vida e na minha personalidade e por, ainda para mais, se passar numa biblioteca!
Livro preferido! 5*