Dez livros de autores argentinos que não pode perder

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O Aleph
Jorge Luis Borges

Livro Físico

O nada, o tudo, o princípio e o fim do mundo, segundo Jorge Luis Borges. Algumas das melhores histórias do grande criador argentino. O Aleph é um livro icónico de Jorge Luis Borges reunindo dezoito narrativas; entre elas, talvez as mais elogiadas e repetidamente citadas, como «O imortal», «Os teólogos», «A escrita de Deus» ou «A espera», histórias que mostram as possibilidades expressivas da «estética da inteligência» do autor argentino, fundindo mentalidade matemática, profundidade metafísica e compreensão poética do mundo. Pelas suas páginas passam quebra-cabeças filosóficos, intrigas fantásticas ou policiais, além de personagens que ficam gravadas na memória como elementos do seu modo de manipular a realidade e as coisas da vida real. Em quase todas as histórias de Borges, elementos, pessoas e cenários prosaicos são vistos em contextos incomuns e com significados extraordinários, ao mesmo tempo que fenómenos misteriosos e metafísicos se revelam em ambientes quotidianos. Um dos mais vibrantes e obsessivos livros de Jorge Luis Borges.

O Jogo do Mundo
Julio Cortázar

Livro Físico

O amor turbulento de Oliveira e da «Maga», os amigos do Clube da Serpente, as caminhadas por Paris em busca do Céu e do Inferno, têm o seu outro lado na aventura simétrica de Oliveira, Talita e Traveler, numa Buenos Aires refém da memória. A publicação de «O jogo do mundo» (Rayuela) em 1963 foi uma verdadeira revolução no romance mundial: pela primeira vez, um escritor levava até às últimas consequências a vontade de transgredir a ordem tradicional de uma história e a linguagem usada para a contar. O resultado é este livro único, cheio de humor, de risco e de uma originalidade sem precedentes. Considerado o romance que melhor retrata as inquietudes e melhor resume o Século XX na visão latino-americana do mundo, desde a sua publicação, gerações de escritores são, de uma maneira ou de outra, devedoras de «O jogo do mundo».

Raparigas Mortas
Selva Almada

Livro Físico

«Três adolescentes de província assassinadas nos anos oitenta, três mortes impunes ocorridas quando ainda, no nosso país, desconhecíamos o termo femicídio.» Três assassínios entre centenas que não chegam aos títulos de capa nem atraem as câmaras dos canais de TV de Buenos Aires. Três casos que chegam desordenados: são anunciados na rádio, recordados no jornal de uma cidade, alguém fala deles numa conversa. Três crimes ocorridos no interior da Argentina, enquanto este país festejava o regresso da democracia. Três mortes sem culpados. Convertidos em obsessão com o passar dos anos, estes casos dão lugar a uma investigação atípica e infrutífera. A prosa nítida de Selva Almada plasma em negro o invisível, e as formas quotidianas da violência contra meninas e mulheres passam a integrar uma mesma trama intensa e vívida. Inscrevendo-se no género romance não ficção, inaugurado por Truman Capote, Raparigas Mortas é uma obra singular. Combinando perceções e lembranças pessoais com a investigação de três femicídios no interior da Argentina durante a década de 80, Selva Almada revela, de modo subtil, a ferocidade do machismo e o desamparo das mulheres pobres, ao mesmo tempo que abre novos rumos à narrativa latino-americana.

O Túnel
Ernesto Sabato

Livro Físico

O Túnel é a única novela escrita pelo argentino Ernesto Sabato e que, conjuntamente com Heróis e Túmulos e Abaddón, o Exterminador e diversos ensaios, o tornaram um dos mais importantes escritores contemporâneos. O Túnel possui uma estrutura policial, tendo em Maria Iribarne uma personagem feita dessa alternância de luz e sombra que acaba por levar o pintor Juan Pablo Castel a assassiná-la, num processo em que os seus actos são analisados até à exaustão.
Livro sobre o amor, O Túnel é também uma obra sobre a criação e o que nela pode haver de obsessivo na ânsia de ultrapassar a solidão. «Existiu uma pessoa que poderia entender-me; mas foi precisamente essa pessoa que matei», diz Juan Pablo que se apaixonara pela mulher que fora capaz de compreender um quadro seu e de quem mais tarde não suportará o abandono.

A Invenção de Morel
Adolfo Bioy Casares

Livro Físico

Um fugitivo chega a uma ilha remota que julga deserta. Porém, um dia descobre que não está sozinho. Escondido na densa floresta, ouve vozes e melodias, espia os intrusos, para quem parece ser invisível, e observa as suas estranhas rotinas. Aqui começa o mistério, a alternância entre alucinação e realidade, que o leva a enamorar-se de uma mulher cuja existência é duvidosa. A Invenção de Morel (1940), diário de um foragido à beira da loucura e de um amor impossível, é o livro mais celebrado de Adolfo Bioy Casares, um romance fantástico e de aventuras, e uma reflexão sobre a imortalidade e as fronteiras do real.

Uma História da Leitura
Alberto Manguel

Livro Físico

Há sempre um momento, mesmo que difuso, em que cada um de nós olha para a página de um livro e começa a entender o que está lá escrito. Esse momento fundador, que equivale à abertura de um imenso universo de possibilidades, transforma-nos naquela entidade sem a qual os livros seriam apenas objectos sem significado – um leitor. De tábuas de barro ao papel, de códigos complexos a um simples scroll down, cada leitor entra, com a sua perspectiva própria, numa cadeia com mais de seis mil anos. A leitura é uma imensa experiência que Alberto Manguel, ensaísta conceituado e bibliófilo apaixonado, apresenta aqui desde tempos antigos, em que um grão-vizir da Pérsia carregava a sua biblioteca para todo o lado em quatro camelos, até aos dias de hoje, mostrando como a leitura pode ser sedução, rebelião, obsessão, alegria, liberdade e muito mais.

Alvo Noturno
Ricardo Piglia

Livro Físico

Corre o ano de 1972, os argentinos esperam o regresso de Perón. A uma vila rural da província de Buenos Aires chega um estranho forasteiro, Tony Durán, nascido em Porto Rico, educado como um norte-americano de Nova Jersey. Vem seguindo as belas gémeas Ada e Sofía Belladona, com quem mantinha um caso tórrido. Tony Durán é assassinado, e o comissário Croce investiga: por quem, porquê? Qual o papel de Luca Belladona, construtor de uma fábrica irreal perdida no meio do campo? O aparecimento de Emílio Renzi, a tradicional personagem de Piglia, dá uma conclusão irónica e comovente à história.
Situado na imperturbável paisagem da planura argentina, este romance policial transmuta-se em combinação de veloz romance de género e esplêndida construção literária, de trama ao mesmo tempo direta e complexa, povoada de personagens memoráveis. Este romance excecional confirma incontestavelmente Ricardo Piglia como um dos grandes escritores de língua castelhana do nosso tempo.

O que dizem os teus olhos
Florencia Bonelli

Livro Físico

Argentina, 1961. Francesca de Gecco é uma jovem de 21 anos, filha de imigrantes italianos. Embora a sua família seja humilde, com a ajuda de um parente rico Francesca recebe uma educação primorosa e inicia uma brilhante carreira de jornalista. No entanto, vítima de uma terrível deceção amorosa, que somente o tempo e a distância podem curar, a jovem jornalista aceita um cargo de secretária na embaixada argentina em Genebra, cidade que será apenas a primeira etapa de uma jornada especial. A vida é generosa para com o coração de Francesca e oferece-lhe uma nova oportunidade para o amor: do outro lado do mundo, os palácios mais deslumbrantes do deserto árabe, conhecerá Kamal Al-Saud, um príncipe herdeiro da coroa saudita. Porém, no meio de tantos obstáculos, conseguirá Francesca ultrapassar as diferenças entre ela e Kamal e abraçar a felicidade?

As Forças Estranhas
Leopoldo Lugones

Livro Físico

Livro que inaugura um novo género na literatura sul-americana: o conto fantástico, As Forças Estranhas, pela primeira vez disponível em Portugal na sua tradução completa, é considerado uma das obras mais inovadoras e influentes do século XX, tendo merecido a admiração de escritores como Jorge Luis Borges, que o incluiu na sua famosa Biblioteca de Babel. Dividindo-o em doze relatos e uma «Cosmogonia» em dez lições, Lugones recria nesta ambientes mitológicos, bíblicos e populares, em que o perigo das invenções da ciência, a irracionalidade da fantasia e o misticismo religioso convivem lado a lado, propondo uma nova indagação dos limites da realidade e das forças que regem silenciosamente o Universo e a nossa vida.

Sete Casas Vazias
Samanta Schweblin

Livro Físico

«A minha mãe está deitada de barriga para baixo na alcatifa, no meio do quarto de casal. O açucareiro está em cima da cómoda, junto ao seu relógio e às suas pulseiras, que, evidentemente, tirou. Tem as pernas e os braços abertos e afastados, e, por momentos, pergunto-me se haverá outra forma de abraçar coisas tão descomunalmente grandes como uma casa, se é que é isso o que a minha mãe está a tentar fazer.» A casa é o lugar da intimidade. As suas divisões, onde comemos, dormimos, discutimos, amamos, fazem parte do nosso passado, escondem segredos, desejos, traições. Por isso nos inquietamos sempre que alguém entra nesse espaço, sentimo-nos observados e julgados, como se algo que devia permanecer oculto fosse finalmente revelado ao mundo. Em Sete Casas Vazias, Samanta Schweblin não se refreia de colocar o dedo nessa ferida, negando ao leitor qualquer espécie de alívio; e a perda, a violência afetiva, a doença, o egoísmo.

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