Serotonina
Michel Houellebecq

Romance lírico, irónico, cruel, cirúrgico e profético, Serotonina é uma radiografia do futuro que nos espera, atravessada pelo olhar sempre provocador de Michel Houellebecq. Florent-Claude Labrouste tem quarenta e seis anos, é funcionário do Ministério da Agricultura e detesta o seu nome. Divide o apartamento na periferia de Paris com Yuzu, a namorada japonesa, muitos anos mais jovem. Cínico, profundamente desesperançado e intimamente só, tudo lhe parece insuportável: a França está à beira do precipício, a Europa ameaça ruir, a sua vida é um beco sem saída. A descoberta de uns vídeos comprometedores da namorada, que ele planeava há muito abandonar, leva-o a despedir-se de muito mais: deixa o emprego, a namorada e a casa, e aluga um quarto de hotel. Dedica os dias a divagar e deambular pelos bares, restaurantes e lojas da cidade. E descobre Captorix, um antidepressivo que liberta serotonina e lhe devolve a possibilidade de aguentar o dia-a-dia mas lhe rouba aquilo que poucos homens estariam dispostos a perder. Aproveita a ruptura radical para rememorar o passado: as aspirações e ideais de jovem agrónomo; as relações amorosas, de fim desastroso; a nostalgia de um amor perdido; e o reencontro com um velho amigo aristocrata, que o ensina a manusear uma espingarda. Entre passado e futuro, é-lhe forçoso contemplar, com uma feroz acidez, um mundo sem bondade, desumanizado, atingido por mutações irreversíveis. Com Serotonina, romance-profecia de um futuro pouco perfeito, Houellebecq reafirma-se uma vez mais como um cronista impiedoso da decadência da sociedade ocidental, um escritor indómito, incómodo e por isso imprescindível.
Os Miseráveis I
Victor Hugo

Publicado em 1862, Os Miseráveis permanece, ao longo de mais de um século e meio, um dos romances mais importantes e populares de toda a literatura. A obra teve cerca de 65 versões cinematográficas, a primeira delas em 1909. Victor Hugo terminou de escrever Os Miseráveis quando contava sessenta anos. Através da personagem de Jean Valjean, o autor empreendeu uma vasta acusação sobre as desigualdades sociais da sua época. Os Miseráveis não é apenas a narrativa de desgraça e reabilitação de um forçado às galés, vítima da sociedade, mas antes de tudo uma história do povo de Paris. A vida de Jean Valjean e a ligação que tem com Cosette é o fio condutor da narrativa. Através das suas vidas e encontros, desenha-se um fresco social variado, uma imagem de uma humanidade miserável, mas capaz de todas as grandezas. Homem do povo, esmagado por sucessivas humilhações, Jean Valjean assume as expiações dos pecados do mundo e, num esforço para se resgatar, assume o destino trágico da humanidade em busca de um mundo melhor.
A Mulher de Trinta Anos
Honoré de Balzac

É um dos episódios de A Comédia Humana de um dos três grandes romancistas franceses do século XIX. Contrariando uma visão que prevaleceu até há pouco, Balzac defende que a mulher tem o direito de amar e ser amada em qualquer idade, mesmo fora do casamento, e de ser reconhecida pela sociedade pelo que é e não apenas como esposa e mãe.
Madame Bovary
Gustave Flaubert

Considerado por muitos o romance dos romances, Madame Bovary é um livro apaixonante sobre a idealização do amor romântico, o adultério e o suicídio. Ema Bovary, a protagonista, é uma jovem bonita e requintada para os padrões provincianos da sociedade em que vive. Presa num casamento que a aborrece, aspira às grandes emoções que encontra nas páginas dos livros que lê compulsivamente. A vida, o marido e a sua imaginação não são suficientes arranja um amante, e mais outro, mas nenhum é capaz de satisfazer os seus anseios. Revoltada com a sua vida, Ema perseguirá os seus sonhos, com consequências trágicas. Além da densidade psicológica das personagens intervenientes, Madame Bovary é uma obra que se destaca também pela prosa esmerada e pelo realismo narrativo.
O estrangeiro
Albert Camus

Meursault recebe um telegrama: a mãe morreu. De regresso a casa após o funeral, enceta amizade com um vizinho de práticas duvidosas, reencontra uma antiga colega de trabalho com quem se envolve, vai à praia – até que ocorre um homicídio. Romance estranho, desconcertante sob uma aparente singeleza estilística, em O Estrangeiro joga-se o destino de um homem perante o absurdo e questiona-se o sentido da existência. Publicado originalmente em 1942, este primeiro romance de Albert Camus foi traduzido em mais de quarenta línguas e adaptado para o cinema por Luchino Visconti em 1967, sendo indubitavelmente uma das obras-primas da literatura francesa do século XX. Esta edição foi revista de acordo com o texto fixado pelo autor.
Os Três Mosqueteiros
Alexandre Dumas

Os Três Mosqueteiros é o mais famoso romance dos muitos escritos por Alexandre Dumas. D’Artagnan, a sua personagem principal, é um jovem gascão, audacioso e até imprudente. Armado apenas com uma carta de recomendação para o capitão dos mosqueteiros do rei, parte para Paris em busca do futuro. Vai conhecer Athos, Porthos e Aramis, que vão dar aos leitores provas de insolência e amizade. Foi também com eles que muitos leitores descobriram as fatalidades do amor, sonhando com a bela Milady, capaz de perder os que por ela se apaixonam.
Nana
Émile Zola

Nana é um dos principais romances de Émile Zola. Nascida no meio operário, filha de um pai alcoólico e de uma lavadeira, Nana precisa de dinheiro para criar o filho que teve aos dezasseis anos de um pai desconhecido. Medíocre artista de teatro, prostitui-se para compor o ordenado ao fim do mês. A sua ascensão social começa com o papel de Vénus, que vai interpretar num teatro parisiense. Não sabe cantar, mas as suas roupas impudicas e a sexualidade intensa atraem os homens e permitem-lhe viver num apartamento luxuoso, onde foi instalada por um rico comerciante de Moscovo. Nana vai tornar-se um exemplo de prostituta de luxo, da cortesã francesa do Segundo Império. Alcança a riqueza, afirma-se nos meios da aristocracia e da finança, reinando no seu palacete da avenida de Villiers, assumindo a mais completa liberdade entre móveis de laca branca e perfumes perturbadores. É assim que Nana dissipa heranças e mergulha famílias no desespero, exercendo o seu poder sobre os homens, desferindo golpes devastadores numa sociedade corrupta que despreza e de que acabará por ser vítima.
O Vermelho e o Negro
Stendhal

Julien Sorel, o herói do romance, é uma das criações mais complexas da história da literatura.
Filho maltratado de uma família pobre, está determinado a escapar às suas origens. Muitíssimo inteligente, de espírito calculista, embora orgulhoso e por isso incapaz de fazer cedências, às vezes idealista e apaixonado, outras cínico e inclemente: vive numa insatisfação permanente.
Cândido ou o Otimismo
Voltaire

Cândido ou o Otimismo é um conto filosófico de Voltaire, publicado pela primeira vez em Genebra em janeiro de 1759. A par de Zadig e Micromégas, é um dos escritos mais famosos de Voltaire, tendo sido reeditado vinte vezes em vida do autor.
A Náusea
Jean-Paul Sartre

Após longas aventuras do Norte de África ao Extremo Oriente, o escritor francês Antoine Roquentin fixa-se na cidade provinciana de Bouville, afastado da família, de amigos, de tudo – exceto de si mesmo e das sensações e dos sentimentos que lhe provocam as pessoas, os objetos, os acontecimentos do dia a dia. A Náusea conta, em forma de diário íntimo e impressionista, a sua história, marcada pela presença constante de «uma felicidade modesta, uma felicidadezinha de náusea» que acabará por condicionar todas as suas ações, ou a falta delas. Através dos esforços de Roquentin por compreender a sua própria vida e aquilo que o rodeia, Jean-Paul Sartre constrói aqui, nesta que foi a sua estreia literária, uma análise dos problemas da existência humana, afirmando-o desde logo como um dos mais importantes nomes da filosofia existencialista. Publicado originalmente em 1938, este continua a ser um dos textos mais famosos da literatura francesa do século xx, aqui traduzido por António Coimbra Martins.
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