Vencedor Booker Prize
A Promessa
Damon Galgut
Obcecados, perseguidos e assombrados por uma promessa não cumprida, os membros da família Swart dispersam-se depois da morte da matriarca. Impelidos pelas circunstâncias, as vidas dos três irmãos movem-se cada uma para seu lado através da África do Sul; Anton, um brilhante rapaz que vê amargamente o seu futuro ameaçado; Astrid, cujo poder reside numa beleza sempre em queda; e a mais nova, Amor, cuja vida é marcada por sentimentos de culpa e abnegação. Reunida em quatro funerais ao longo de três décadas, esta família, que vai diminuindo com o tempo, reflecte a atmosfera do seu país, feita de ressentimento, renovação e, finalmente, de esperança. A Promessa é um drama épico, que desfralda bandeiras contra a impiedade da história sul-africana.
Prémio Oceanos
O Plantador de Abóboras
(Sonata para uma neblina)
Luís Cardoso
Poderá a mais encantatória das toadas narrar o desencanto? Com este romance, Luís Cardoso parece provar que as vozes entrecruzadas das narrativas são assim canivete suíço, oferecendo ao instante a ferramenta exacta para abrir o que se esconde em quadro, em nome de personagem, em uma figura ou momento histórico. Uma mulher espera e pinta e portanto pensa. Por ela passam episódios, possibilidades, falhanços, recordações, antepassados, animais, países, homens, a História. E o que fica nela de tudo? A mulher não coleciona, procura nos gestos a construção. De uma casa, por exemplo. E do amor, afinal e para sempre a maior das histórias. Dizer o que acontece nestas páginas arrisca reduzir o que de humano, tão humano, o escritor faz acontecer. A cada passo nos comovemos, rimos e reflectimos. Timor, esse cenário mítico, não voltará a ser o mesmo depois desta viagem onde o concreto e mítico, Sancho Pança e Chibanga, as rosas e o café, o cavalo e o ganso, o Império Colonial e o Oriente são chamados a palco para narrar os modos de fazer mundo. Conseguiremos ser donos das nossas sementes? Poderá o mundo ser uma abóbora?
Vencedor International Booker Prize
De Noite Todo o Sangue é Negro
David Diop
Numa manhã da Primeira Guerra Mundial, o capitão Armand comanda o ataque contra o inimigo alemão. Os soldados avançam. Entre eles estão Alfa Ndiaye e Mademba Diop, dois atiradores senegaleses que combatem sob a bandeira francesa. Alguns metros à frente da trincheira de onde saiu, Mademba Diop cai ferido de morte sob o olhar de Alfa, seu amigo de infância e mais do que irmão. Alfa vê-se sozinho no meio do caos do grande massacre das trincheiras, e a sua mente é abalada. Ele, ainda há pouco um camponês africano, vai distribuir a morte numa terra desconhecida. Espalha a violência e semeia o terror, a ponto de amedrontar os próprios camaradas. Deslocado para a Retaguarda, recorda o seu passado em África, um mundo ao mesmo tempo perdido e ressuscitado, cuja evocação é, só por si, um ato de resistência à primeira grande carnificina da era moderna.
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