Hoje viemos falar-vos de livros perigosos. Vocês acreditam nisso? Que os livros podem ser perigosos? No fim de contas, livros são apenas palavras impressas em papel. A perigosidade deles depende sempre do que se fizer com as ideias que deles se tiram. Ainda assim, alguns têm uma “perigosidade” bastante curiosa. Querem ver?
Uma Agulha no Palheiro
J. D. Salinger
John Lennon, canto, compositor e ativista foi assassinado a 8 de dezembro de 1980. Ao ser interrogado o seu assassino disse ter-se inspirado neste livro de J. D. Salinger para cometer o crime. Tinha consigo o livro. E não foi caso único. A actriz Rebeca Schaeffer foi também assassinada, e o assassino referiu que se tinha inspirado no livro. E na tentativa de assassinato de Ronald Reagan, também o criminoso tinha consigo este livro.
Agora, perguntam vocês, o que há nesta obra para incentivar assim o crime? A verdade é que nada. Absolutamente nada. É a história de Holden Caulfield, um adolescente que ao ser expulso de mais uma escola decide fugir de casa e vagueia por Nova Iorque durante três dias.
A Paixão do Jovem Werther
Johann Wolfgang Goethe
Em forma de romance epistolar, esta obra apresenta-nos o jovem Werther, que se apaixona loucamente por uma jovem que está noiva de outro homem. Ao perceber que nunca conseguirá ficar com ela, Werther convence-se de que existe apenas uma saída para a imensa dor que sente: o suícidio.
Não existem estatísticas que o comprovem mas diz-se que após a publicação desta obra, em 1774, houve uma onde de suicídios entre os jovens. Parece que também os leitores deste livro acharam que seria uma boa saída.
Mein Kampf
A Minha Luta
Adolf Hitler
Livro ditado por Hitler ao seu secretário quando se encontrava na prisão, esta obra é basicamente uma explicação das suas ideias, das suas crenças. Foram as ideias que constam neste livro, as ideias de Hitler, que condziram à Segunda Guerra Mundial e ao Holocausto. Não recomendo a sua leitura a pessoas impressionáveis. Foi e continua a ser um livro perigoso, este sem sombra de dúvida, até porque há ainda hoje quem o leia e defenda o que ele defende.
O Martelo Das Feiticeiras
Malleus Maleficarum
James Sprenger e Heinrich Kramer
Escrito no séc. XV pelos inquisidores James Sprenger e Heinrich Kramer este livro é, basicamente, um manual de como encontrar, aprisionar, torturar a matar bruxas. Ou melhor, as mulheres que eles pensavam ser bruxas. Com umas “modestas” 700 páginas, foi um livro realmente usado, que serviu de apoio à caça às bruxas durante quatro séculos! Já lhe dei uma olhadela uma vez e não consegui seguir a leitura. Verdadeiramente perigoso e verdadeiramente arrepiante.
O Grande Livro de São Cipriano
São Cipriano
Conta-se que Cipriano era filho de um rico casal pagão e que cedo foi introduzido nas artes da feitiçaria. Dedicou grande parte da sua vida ao estudo das ciências ocultas e, mais tarde, acabou por converter-se ao Cristianismo. A perigosidade deste livro depende, claro daquilo em que acreditarem. Muitos temem-no. Outros riem-se e acham que não passa de tretas. Ainda assim, ele merecia estar nesta lista.
Sombras das Paredes da Morte
R. C. Kedzie

R. C. Kedzie foi um quimico que empreendeu a luta de tentar alertar a população em geral para o uso do arsénico no papel de parede. Como, verdade seja dita, não lhe ligaram nenhuma, ele decidiu publicar este livro que contém diversas amostras do dito papel de parede cheio de arsénico, o que o torna extremamente tóxico. Após a morte de uma leitora, o livro acabou por ser queimado. Restam apenas duas cópias, devidamente guardadas e inacessíveis em bibliotecas, para registo histórico.