“- Acho que estou à beira da morte.
Encostei o prato ao meu lado da mesa, apenas para o irritar.
-Isso acontece quando uma pessoa deixa de fazer bem o que sabe fazer melhor – continuou – Foi nisso que estive a pensar, que uma pessoa morre.”
Samanta Schweblin nasceu em 1978 em Buenos Aires, na Argentina e venceu o Prémio Casa de las Américas em 2008 com o livro Pássaros na Boca. Em 2010 a Revista Granta elegeu-a como uma das 22 melhores jovens escritoras espanholas da atualidade.
Pássaros na Boca é um conjunto de dezoito pequenos contos. Dezoito pequenos e geniais estranhos contos, diria eu. São contos diferentes, caricatos, que navegam entre a literatura fantástica e por vezes quase que beiram a ficção cientifica. Desconcertam, viciam e tornam este livro numa estranha e agradável surpresa.
Sobra quase sempre (sempre?) espaço suficiente em cada conto para que o leitor possa imaginar todo um mundo e atribuir a cada história a quantidade de grotesco que quiser. Pode ser só aquilo, simples. Ou pode ser muito mais. É um livro que levará a cada leitor uma interpretação diferente e quase pode parecer, entre leitores, que não leram o mesmo livro.
Surpreendente, peculiar. Não será para todos os gostos, mas eu pessoalmente adorei! 4*