A Biblioteca de Paris – Janet Skeslien Charles
Paris, 1939. A jovem Odile Souchet tem tudo: um bonito namorado polícia e um emprego de sonho na Biblioteca Americana em Paris. No entanto, quando a guerra estoura e os nazis marcham sobre a cidade, Odile corre o risco de perder tudo o que é importante para ela, incluindo a sua amada biblioteca. Porque os livros contêm palavras proibidas e ideias que devem ser destruídas, sabe que, nos momentos difíceis, os templos da cultura estão em perigo. Odile não pode permitir que isso aconteça: ela deve salvar essas páginas, para que possam alimentar a mente de quem chegar depois. Com os seus companheiros, junta-se à Resistência com as melhores armas que possui: os livros. Coloca o centro à disposição dos judeus: expulsos das suas casas, sentem-se seguros entre os livros, e Odile defendê-los-á, custe o que custar. Contudo, quando a guerra, finalmente, termina, em vez da liberdade, Odile sente o gosto amargo de uma indescritível traição. Montana, 1983: Lily é uma adolescente solitária em busca de aventura. A sua velha vizinha solitária desperta-lhe o interesse. Conforme Lily vai sabendo mais sobre o passado misterioso da vizinha, descobre que partilham o amor pela linguagem, os mesmos anseios e o mesmo ciúme intenso, sem suspeitar que um obscuro segredo do passado as liga. Baseada na verdadeira saga dos heroicos bibliotecários da Biblioteca Americana em Paris durante a Segunda Guerra Mundial, esta é uma inesquecível história de amor, amizade, família e sobre o poder da literatura para nos unir. A Biblioteca de Paris mostra que o heroísmo extraordinário pode, por vezes, ser encontrado nos lugares mais silenciosos.
Águas Passadas – João Tordo
Durante treze dias de Janeiro de 2019, a chuva cai sem misericórdia sobre Lisboa. É quando aparece a primeira vítima, na praia de Assentiz: uma jovem de quinze anos trazida pela maré. O seu corpo apresenta marcas de sofisticada malvadez. A primeira agente no local é Pilar Benamor, uma subcomissária da PSP cuja coragem e empenho em descobrir a verdade ocultam segredos dolorosos. A jovem vítima é Charlie, filha de um empresário inglês, mas logo a vítima de um segundo crime brutal um rapaz de dezassete anos aparece na floresta de Monsanto, em condições inenarráveis. Estas duas mortes prematuras e violentas abrem caminho a uma investigação que irá descarnar a alta sociedade portuguesa e o submundo do crime. Ao longo desse inclemente mês de Inverno, Pilar desbrava caminho na investigação, contra tudo e todos e com a ajuda de Cícero, um misterioso eremita. Desobedecendo a ordens superiores e colocando a própria vida em risco, vai penetrar no mundo escuro e tenebroso de um psicopata, enquanto luta com os fantasmas que há muito carrega: um pai polícia que morreu em serviço, um vício que a consome e a vulnerabilidade num mundo dominado por homens.
A Outra Metade – Brit Bennett
As gémeas Stella e Desiree Vignes, tão idênticas de feições quanto diferentes de feitio, nasceram para contrariar a profecia. Geração após geração, a comunidade negra desta pequena localidade, no Estado sulista de Luisiana, esforça-se por aclarar o tom da sua pele, favorecendo os casamentos mistos. Desiree e Stella são disso um bom exemplo, com a sua pele «cor de areia húmida», olhos castanho-avelã e cabelo ondulado. Mas a aparência não basta para as livrar do estigma, e acabam por assistir à morte violenta do pai, à humilhação da mãe depois disso. Aos dezasseis anos, escolhem fugir juntas da terra sufocante. Pretendem escapar ao seu sangue e libertar o seu futuro. Mas a fuga para Nova Orleães acaba por ditar o afastamento das irmãs, até então inseparáveis. Catorze anos mais tarde, Desiree volta à casa materna, arrastando pelas ruas poeirentas da terra uma filha de pele «negra como o alcatrão», que atrai todos os olhares do lugarejo retrógrado. Stella, por seu lado, tem a vida construída numa mentira: vive na Califórnia, faz-se passar por branca, e o marido nada sabe do seu passado. Apesar de tantos quilómetros e tantas mentiras a separá-las, os destinos das gémeas estão inevitavelmente entrelaçados. E voltarão a cruzar-se, porque é impossível renegar a metade que nos pertence. Na saga desta família que atravessa quatro décadas e vários Estados, Brit Bennett cria uma história de apelo universal e intemporal. Não se detendo no inevitável tema central da raça e da identidade, A Outra Metade reflecte sobre o peso do passado no presente, pondera as consequências e os limites da reinvenção pessoal e oferece uma meditação poderosa sobre a família e a liberdade individual. Um romance sensual, envolvente e inquietante, de uma das grandes revelações da literatura americana dos últimos tempos.
A Minha Irmã é uma Serial Killer – Oyinkan Braithwaite
Neste breve, sinistro e cómico thriller, Korede — a irmã mais velha —, conta a história da sua irmã mais nova, Ayoola. Ou seja, a belíssima, super insinuante, super amada e desejada Ayoola. Ayoola é completamente fútil. Vive para dormir até tarde, para se vestir (e despir) e se maquilhar, para saltitar de festa em festa, arranjar namorados bonitos e ricos, traí-los — e matá-los. Nada que mereça, portanto, o amor e a devoção que todos lhe dedicam, em especial a irmã, que a ajuda sempre no encobrimento dos crimes. Embora assustada e contrariada, Korede acaba por apoiar e consolar Ayoola — e por limpar os locais do crime. Mas o seu horror aumenta quando Ayoola visita o hospital em que ela trabalha como enfermeira e conhece o simpático médico por quem Korede está apaixonada. O leitor está a ver o que pode acontecer, não está?
O pássaro noturno – Johanna Mo
A detetive Hanna Duncker está de regresso à terra natal. Dezasseis anos depois de trocar Öland por Estocolmo, a morte do pai obriga-a a revisitar a ilha onde passou a infância. Apesar de tudo o que aconteceu lá, apesar dos mexericos e de sentir todos os olhares postos em si, é naquele lugar remoto junto ao mar que se sente em casa. Quando Joel, um adolescente de 15 anos, é encontrado morto e com sinais de violência no parque de merendas de Möckelmossen, Hanna é arrastada para uma investigação que envolve a sua antiga melhor amiga – aquela que abandonara sem qualquer explicação. Ao mesmo tempo que procura descobrir o assassino de Joel, Hanna continua a viver as consequências de um crime horrendo cometido pelo pai, muitos anos antes. Conseguirá, algum dia, quebrar a ligação ao passado?
Embora Eu Seja um Velho Errante – Mário Cláudio
Depois da edição de alguns volumes de poesia assinados por Tiago Veiga, o escritor Mário Cláudio decidiu dar à estampa em 2011 uma biografia exaustiva que tirasse definitivamente do anonimato este poeta que foi contemporâneo de Pessoa, Almada e Pascoaes e que, tendo conhecido figuras de renome em toda a Europa, como Yeats ou Cocteau, escolheu, ao contrário do que se esperava de um português culto e cosmopolita, retirar-se da vida mundana e internar-se no campo com a mulher, Ellen Rassmunsen, pintora irlandesa que logo se identificou com a paisagem e o clima do Alto Minho. Já depois da publicação de Tiago Veiga: Uma Biografia, descobriram-se, contudo, novos documentos que vieram trazer uma nova luz sobre a figura do poeta que era bisneto de Camilo Castelo Branco, em particular um diário extremamente interessante de Ellen Rassmunsen durante a sua permanência no Sanatório do Caramulo, aonde se deslocara para fotografar os doentes e acabara por contrair a doença que conduziria ao seu internamento. Esses achados levaram então Mário Cláudio a escrever o presente volume que, dividido em três partes, sela e conclui o relato da sua relação com Veiga.
Cartas a um Jovem Romancista – Mario Vargas Llosa
Através destas cartas, Mario Vargas Llosa fala-nos com grande lucidez da arte de narrar, da vocação literária e do exercício dessa vocação. Nesse sentido, discorre sobre o poder de persuasão das histórias, o estilo, os vários tipos de narrador, o espaço e o tempo, os níveis de realidade, a estrutura do romance, a autenticidade e a eficácia da escrita e, claro, a coerência interna da narrativa, que emana da própria linguagem. Uma demonstração de sabedoria e experiência, ilustrada por inúmeros exemplos de escritores e romances, descritos com pinceladas breves e certeiras, e que acaba com um conselho definitivo: «Querido amigo: estou a tentar dizer-lhe que esqueça tudo o que leu nas minhas cartas sobre a forma romanesca e que se ponha a escrever romances de uma vez por todas.»
A Maledicência – Rosa Ventrella
Teresa e Angelina são duas irmãs diferentes em tudo: a primeira, a narradora desta história, é tão mais delicada, reservada e silenciosa, quanto a segunda, e mais nova, é cheia de vida, curiosa e impertinente. Estamos no início dos anos 40, em Cupertino, nas terras de Arneo, uma extensão imensa de campos cultivados no coração da Apúlia. É aqui que ambas crescem, numa família de camponeses, pobres mas cheios de recursos. Os seus avós são exímios contadores de histórias: com eles, defronte da lareira, salteadores, lobos e bruxas ganham vida; à sua mãe, Caterina, calhou-lhe em sorte uma beleza mourisca e orgulhosa, que captura o olhar de todos os homens, incluindo o do latifundiário mais importante da aldeia. «A tua beleza é uma condenação», repete-lhe constantemente a avó Assunta. Uma beleza, e uma condenação, que passaram em herança para Angelina. Quando o pai parte para a guerra deixando as três mulheres sozinhas, Caterina não tem outra arma senão a sua beleza para sobreviver, e será obrigada a ceder a um terrível compromisso. Depois disso, começa a ser perseguida pela maledicência, pelo coscuvilhar das más-línguas. Esta vergonha, que infecta toda a família, terá em Angelina um efeito contrário: ela, que não suporta viver na pobreza, irá procurar impudentemente um amor igual ao das histórias de encantar.
Eu não Sou Tua
Mary Higgins Clark e Alafair Burke
Da última vez eu encontrámos Laurie Moran, ela tinha ficado recentemente noiva do ex-apresentador do seu programa, Alex Buckley. Desde então, os dois planeiam o casamento e a lua de mel, ao mesmo tempo que aguardam a nomeação de Alex para o tribunal federal e procuram um lar perfeito em Nova Iorque para a sua nova vida juntos. Porém, Laurie é abordada por Robert e Cynthia Bell, pais de Martin Bell, um médico talentosos e carismático que foi morto a tiro à porta da sua garagem em Greenwich Village cinco anos antes. Os Bell têm a certeza de que a mulher de Martin, Kendra, encomendou o crime. Determinados a provar a culpa de Kendra e a conseguir a custódia dos netos, imploram a Laurie que apresente o caso do filho no Sob Suspeita, garantindo que Kendra está disposta a colaborar. Kendra vive sob um manto de suspeição desde a morte de Martin, com os meios de comunicação sensacionalistas a retratá-la como uma interesseira mentalmente instável. O programa de Laurie é uma oportunidade para ela limpar o seu nome. Mas sem o conhecimento dos Bell, Kendra já recusou uma vez participar numa nova investigação do homicídio do marido e as suas declarações em contrário apenas aumentam a aparência de culpa. Mas assim que Laurie mergulha no caso, descobre que Martin não era o marido, pai e médico perfeito que parecia e tinha os seus próprios segredos. E o que tem a teia de mentiras que enreda a família Bell que ver com um desconhecido perigoso, que olha para Laurie de longe e pensa: Ela é mesmo uma mulher adorável, tenho a certeza de que sentiremos a sua falta…?
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