Camilo Castelo Branco nasceu em 1825 e faleceu em 1890. Fez parte da chamada geração ultrarromântica ou segunda geração do romantismo pois quando começou a publicar já o romantismo tinha começado o seu caminho. A sua obra é a mais romântica de entre os românticos portugueses, apesar de não ser a mais regular. Por viver da escrita, alguns dos seus textos acabam por não revelar a sua qualidade, pois Camilo era forçado a escrever depressa para se sustentar. Escreveu um pouco de tudo, como contos, novelas, romances, cartas, crónicas e poesia.

Em O Esqueleto, publicado pela primeira vez em 1865, conhecemos a história dos amores e desamores de Nicolau de Mesquita e Margarida de Frómen.  Nicolau era amigo do marido de Margarida, por quem se apaixona. Margarida foge então para Portugal com Nicolau. Vivem juntos durante cinco anos mas o “amor hábito” (O Esqueleto, pág. 17) acaba por enfastiar Nicolau, que começa a tentar ver-se livre da francesa. Envia-a para uma das suas propriedades de forma a mantê-la longe dos seus olhos. Entretanto apaixona-se e casa com Beatriz, uma jovem prima de dezasseis anos que aos seus olhos tem tudo para ser a esposa perfeita. Margarida sofre com a rejeição de Nicolau e tenta ainda ir ter com ele, só para se voltar a ver rejeitada. Na viagem conhece Ricardo, também primo do jovem casal, com quem passa a viver mas sem chegar realmente a mostrar traços de um grande amor. No casamento de Nicolau e Beatriz tudo parece correr bem inicialmente. Mas Nicolau decide partir com a jovem esposa para uma das suas propriedades no campo e Beatriz depressa começa a mostrar sinais de tédio. Longe do pai, das amigas e da cidade em que sempre viveu, a vida no campo ameaça deixá-la doente. Têm um filho e, algum tempo depois, Beatriz reencontra Rafael, o seu primeiro amor. Nicolau, que ao ver-se longe da francesa parece amá-la mais, resgata-a a Ricardo e traí Beatriz com ela, ao mesmo tempo que Beatriz acaba por traí-lo com Rafael. Um dia Rafael é morto por acidente na quinta onde ia encontrar Quando ela encontra o corpo enlouquece e acaba por morrer de amor e desgosto.

O Esqueleto está longe de ser uma das obras mais conhecidas deste autor, mas é uma leitura que vale bem a pena. Apesar de não ser comparável a Amor de Perdição, que muitos consideram como a obra prima de Camilo, é um livro emocionante e comovente que agarra o leitor do início a fim e tem o quanto baste de reviravoltas.

É um livro para os românticos incuráveis que não têm medo de finais que não são felizes, um livro para quem gosta de clássicos românticos e não teme soltar umas lágrimas.

Muito recomendado! 5*