Honoré de Balzac nasceu em Tours, na França, a 20 de maio de 1799 e faleceu em Paris a 18 de agosto de 1850. Eugénia Grandet de Honoré de Balzac foi publicado pela primeira vez em 1833 e faz parte do primeiro volume das Cenas da Vida Provinciana da Comédia Humana, nome que Balzac decidiu chamar ao conjunto de 95 das suas obras terminadas.

Em Eugénia Grandet conhecemos a história de Eugénia, que no início do livro tem cerca de 20 anos. Filha única, vive com os pais e Nanon, a criada. O Senhor Grandet, apesar do dinheiro, é um avarento. Em casa deles, tudo é contado e limitado, desde o pão servido a cada refeição aos cubos de açúcar disponíveis para cada um. Também tudo é reaproveitado até ao limite, como os sapatos de senhor Grandet que ele dá a Nanon (a criada) apesar do “estado deplorável” (Eugénia Grandet, pág. 27) em que se encontram. É então que Guilherme Grandet, um irmão do pai de Eugénia, envia para casa deles o filho, Carlos. Após uma vida de luxo Guilherme dá por si na bancarrota e, sem saber o que fazer, decide enviar o filho para longe e suicidar-se por não ter como pagar as dividas. O senhor Grandet vê-se então obrigado a sustentar o sobrinho e a saldar as dividas do seu irmão, por honra. Entretanto, Eugénia e o seu primo apaixonam-se e fazem promessas de amor eterno. Com o rapaz prestes a partir para a Índia para tentar fazer fortuna ela jura esperar por ele. Nos sete anos em que Carlos está fora a mãe e o pai de Eugénia morrem, tornando-se ela numa mulher rica. Carlos, que ao longo de todo esse tempo não escreve uma única vez à sua apaixonada, viaja depois para França também como um homem rico e lá fica noivo de uma jovem herdeira de uma posição mais elevada. Eugénia recebe então uma carta dele a romper o compromisso que tinha com ela e a pedir-lhe de volta uma caixa da sua mãe que lhe deixara. Foi, para ela, um duro golpe. Eugénia decide então pagar todas as dividas do pai de Carlos, com juros. Envia-lhe em seguida uma carta em que lhe diz que ele não poderia casar-se com uma herdeira tendo ainda todas aquelas dividas. Depois, casa-se com um conhecido, num casamento-negócio que nunca chega a ser consumado. O seu marido acaba por morrer não muito tempo depois e Eugénia vive o resto dos seus dias para a caridade, a fé e para gerir a sua fortuna.
Eugénia Grandet é um clássico da literatura francesa, um livro do movimento romantico que nos traz também alguns traços realistas. A história de Eugénia é bonita e comovente, triste e ao mesmo tempo uma içã de vida. Ainda assim, tenho de admitir que este livro esteve longe de entrar na minha lista de preferidos. O extremo materialismo dos Grandet, a vida pacata e resignada a que Eugénia se vota, a traição do seu primo… são tudo coisas que eu admito que não me conquistam.
Vale a pena? Vale. Só não é o meu género preferido de livro.
Recomendado. 3*