O Doido e a Morte – Raul Brandão

Wook.pt - O Doido e a Morte

Livro Físico

“Vou suprimir a vida, porque a vida mete-me medo, ouviste? Porque me mete medo. Fui sempre ridículo mas nem sempre me senti ridículo. A vida foi sempre atroz, mas nem sempre me senti atroz. Quando dei pelo que ela tem de reles e de grotesco, de trágico e de grotesco, vi-me num vómito de tristeza.”

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Raul Brandão

Raul Germano Brandão nasceu a 12 de março de 1867 na Foz do Douro no Porto e faleceu a 5 de dezembro de 1930 em Lisboa. Foi militar, jornalista e escritor e os seus textos trazem-nos descrições realistas e uma linguagem poética. Dele temos por exemplo as obras Os Pescadores, Húmus e As Ilhas Desconhecidas, entre outras.

Em O Doido e a Morte conhecemos Baltazar Moscoso, um Governador Civil e dramaturgo frustrado. Certo dia recebe a visita do Sr. Milhões que ao entrar liga uma campainha eléctrica a uma caixa que tem consigo e avisa então o Governador Civil que acaba de accionar uma bomba que vai explodir daí a vinte minutos. O Governador Civil vê-se então abandonado por todos, ficando apenas ele e o Sr Milhões na sala, discutindo. A certa altura, quando a bomba já está mesmo prestes a explodir, entram dois enfermeiros que vêm buscar o doido Sr Milhões. Afinal, não havia nenhuma bomba…

O Doido e a Morte é uma peça de teatro muito curta e muito engraçada. É uma crítica à sociedade, uma sátira. De tão curta e tão bem escrita que é, lê-se de um sopro. Atrevo-me a dizer que vê-la representada deve ser muito divertido. Ainda assim não é um texto demasiado leve ou vazio, muito pelo contrário: O Doido e a Morte fala de uma maneira leve de coisas sérias, principalmente da forma como vivemos a vida.

Muito recomendado! 4*!

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